Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Indígenas no Rio Grande do Sul, entre a esperança e a miséria

Sexta, 13 de julho de 2018
da
https://apublica.org

Neste ensaio, o fotógrafo Fabrício Mota viaja pelas estradas gaúchas para conhecer acampamentos dos Guarani e Kaigang que pedem pelo seu direito à terra

12 de julho de 2018
Fabrício Mota
Algumas pessoas me perguntaram por que iria fotografar os indígenas no Rio Grande do Sul. Não há uma resposta. Apenas segui meu instinto de fotógrafo. Se você parar para pensar, não faz nada. Fiquei, ao todo, seis dias fotografando e percorri 1.900 quilômetros.

Meu desejo era conhecer o processo que os povos tradicionais chamam de “retomada”, em que grupos indígenas se reúnem e regressam a territórios que, de acordo com eles, seriam ancestrais. Nos dias de hoje, toda terra tem dono. Por isso, as situações de conflito e segregação se tornaram inevitáveis.

Os Guarani Mbya vivem na região metropolitana de Porto Alegre e próximos ao litoral. Sempre evitaram o embate com povos que os ameaçavam. Com os europeus não foi diferente. Pacíficos, passaram séculos perambulando pelas estradas e vivendo nas periferias das cidades, se esquivando dos conflitos. Hoje, tentam se organizar e retomar as terras de seus antepassados.

Indo em direção ao centro do estado, às margens da BR-290, encontrei três acampamentos Guarani. Todos em situação precária, com barracos feitos de tábuas de madeira e lona. Na altura de Arroio dos Ratos, uma cidade com cerca de 15 mil habitantes, conheci uma mulher com três crianças bem sujas; não falavam português. Um homem chamado Cristian me mostrou o riacho que corria por baixo de uma ponte em frente a onde moravam. A qualidade da água me pareceu bem duvidosa. Mas eles a usavam para uma série de coisas, inclusive pescar.
Cristian, homem Guarani no acampamento Divisa à beira da rodovia BR-290, altura de Arroio dos Ratos. Ele está próximo ao túneis de baixo da ponte por onde corre o rio de onde se utilizam da água.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Mordida do leão poupa lucros de super-ricos e mira nos salários

Sexta, 27 de abril de 2018
Da
https://apublica.org




27 de Abril de 2018

Na parcela mais rica da população brasileira, para cada R$ 1 de rendimento taxado pelo Imposto de Renda (IR), outros R$ 2 ficam isentos. Já entre quem ganha entre um e dois salários mínimos, o cálculo é inverso – para cada R$ 1 de renda isenta, outros R$ 7,60 são tributáveis pelo Imposto, seja direto na fonte ou posteriormente, através da declaração ao fisco. Os dados são resultado de um levantamento da Pública feito a partir da base de dados da Receita sobre as declarações do IR do ano passado.
O grupo mais rico, segundo as categorias de renda da Receita, é de pessoas que recebem mais de 320 salários mínimos mensais. Em 2016, ano de apuração da última declaração do Imposto de Renda, isso representou um rendimento de ao menos R$ 281 mil por mês (salário mínimo de R$ 880).
Estão nesse grupo cerca de 25 mil pessoas que, juntas, concentraram mais de R$ 28 bilhões de rendimentos em 2016. Cada pessoa nessa faixa recebeu, em média, mais de R$ 11 milhões em rendimentos e possui cerca de R$ 52 milhões em bens e direitos.
Já a média de bens de quem ganha entre um e dois salários mínimos é de R$ 106 mil por pessoa. Esse grupo é 52 vezes mais numeroso que o dos mais ricos: são mais de 1,3 milhão de brasileiros ganhando até dois salários. O levantamento desconsiderou quem ganha menos de um salário mínimo, segmento isento do Imposto de Renda.
[Clique na imagem para ampliá-la]
O Imposto de Renda atinge proporcionalmente menos rendimentos dos mais ricos porque os rendimentos desse grupo vêm de fontes não tributáveis pelo IR, como lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Documento da Lava Jato sugere cartel na Olimpíada

Sexta, 29 de abril de 2016
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Apreendida pela PF, pauta de reunião lista construtoras vencedoras de licitação do Parque Olímpico mais de um ano antes de o resultado oficial ser divulgado. Empreiteiras investigadas na Lava Jato são favorecidas em mais de 90% dos investimentos para os Jogos

Principal interlocutor de Marcelo Odebrecht sobre projetos da Copa e Olimpíada, o executivo Benedito Junior encerrou a carreira de três décadas na maior construtora do Brasil quando a Polícia Federal bateu à sua porta, em fevereiro deste ano, em meio às investigações da Lava Jato. Centenas de documentos foram apreendidos com ele. Entre planilhas com repasses a políticos, há um documento que não traz cifras. No entanto, trata de um negócio bilionário envolvendo o palco principal dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

sábado, 9 de abril de 2016

CPI ameaça direitos dos internautas

Sábado, 9 de abril de 2016
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Relatório de comissão sobre crimes cibernéticos propõe projetos que limitam a liberdade de expressão e atacam a privacidade na rede

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos, prestes a ser votado na Câmara dos Deputados, defende uma série de alterações no Marco Civil da Internet que, se aprovadas, poderão limitar a liberdade de expressão e a privacidade na rede. As propostas do documento têm mobilizado entidades ligadas aos direitos digitais e dos internautas, que veem a iniciativa dos parlamentares como um retrocesso.

Elaborado pelo deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), o relatório propõe oito projetos de lei como resultado da CPI. Entre eles estão a obrigatoriedade de os provedores e aplicativos retirarem do ar, sem ordem judicial, qualquer conteúdo que atente de maneira “acintosa” contra a honra de alguém, bastando que o ofendido solicite a exclusão. Se nada for feito em até 48 horas, os hospedeiros da postagem supostamente ofensiva passam a ser corresponsáveis pelo material.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Olimpíada? Não, obrigado

Quinta, 11 de fevereiro de 2016
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Como uma campanha popular enfrentou um poderoso lobby de empresários e ajudou a derrubar a candidatura de Boston para sediar os Jogos Olímpicos de 2024

por | 11 de fevereiro de 2016
 
Faltando apenas seis meses para os Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro chegou aos assuntos mais comentados no Twitter por causa da poluição na baía de Guanabara – ao mesmo tempo em que pesquisadores da Universidade de Nova York chegaram a pedir que a Olimpíada fosse adiada ou até mesmo cancelada por causa da epidemia de Zika.
Sediar uma Olimpíada pode ter sido uma grande glória no passado, mas tem se tornado um fardo político e econômico que cada vez menos cidades estão dispostas a carregar.

Há um ano, Boston, no estado de Massachusetts, costa leste dos Estados Unidos, contemplava a possibilidade de realizar os Jogos Olímpicos de 2024 em sua região metropolitana. Parecia uma boa ideia levar o megaevento para um local onde o amor pelos esportes é visível por todo lado: em bares lotados durante partidas de futebol americano dos New England Patriots, em outdoors que estampam o time de basquete Boston Celtics ou nos incontáveis bonés de beisebol dos Red Sox vistos no metrô na hora do rush.

No entanto, a perspectiva de uma Olimpíada em Boston teve vida curta. Em janeiro de 2015, o município foi escolhido pelo Comitê Olímpico Americano (United States Olympic Committee, o USOC) para representar os Estados Unidos no concurso global para a cidade-sede de 2024. Sete meses depois, o USOC mudou de ideia.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A nova roupa da direita

Quarta, 24 de junho de 2015
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Rede de think tanks conservadores dos EUA financia jovens latino-americanos para combater governos de esquerda da Venezuela ao Brasil e defender velhas bandeiras com um nova linguagem

“O corpo é a primeira propriedade privada que temos; cabe a cada um de nós decidir o que quer fazer com ele”, brada em espanhol a loirinha de voz firme, enquanto se movimenta com graça no palco do Fórum da Liberdade, ornado com os logotipos dos patrocinadores oficiais – Souza Cruz, Gerdau, Ipiranga e RBS (afiliada da Rede Globo). O auditório de 2 mil lugares da PUC-RS, em Porto Alegre, completamente lotado, explode em risos e aplausos para a guatemalteca Gloria Álvarez, 30 anos, filha de pai cubano e mãe descendente de húngaros.
Gloria Alvarez, a estrela da direita jovem latino-americana. Foto: Fernando Conrado
Gloria Alvarez, a estrela da direita
jovem latino-americana.
Foto: Fernando Conrado

Gloria ou @crazyglorita (55 mil seguidores no Twitter

e 120 mil em sua fanpage do Facebook) ascendeu ao estrelato entre a juventude de direita latino-americana no final do ano passado, quando um vídeo em que ataca o “populismo” na América Latina durante o Parlamento Iberoamericano da Juventude em Zaragoza (Espanha) viralizou na internet. No principal fórum da direita brasileira, Gloria e o ex-governador republicano da Carolina do Sul David Bensley são os únicos entre os 22 palestrantes, brasileiros e estrangeiros, escalados para os keynote – palestras-chave que norteiam os debates nos três dias do evento, batizado de “Caminhos da Liberdade”.

Radialista há dez anos, hoje com um programa na TV, Gloria é uma show-woman cativante. Conduz com desenvoltura a plateia formada majoritariamente por estudantes da PUC gaúcha, uma das melhores e mais caras universidades do Sul do país. “Quem aqui se declara liberal ou libertarista que levante a mão?”, pede ao público, que responde com mãos erguidas. “Ah, ok”, relaxa. Sua missão é ensinar a seus pares ideológicos como “seduzir e enamorar os públicos de esquerda” e vencer “os barbudos de boina de Che”, explica a jovem líder do Movimiento Cívico Nacional (MCN), uma pequena organização que surgiu em 2009 na Guatemala na esteira dos movimentos que pediam – sem êxito – o impeachment do presidente social-democrata Álvaro Colom.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Prende primeiro, pergunta depois

Quarta, 4 de janeiro de 2015
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Mais de 40% dos encarcerados brasileiros são presos provisórios que têm as vidas destruídas mesmo quando inocentes, antes de qualquer processo legal Francisco* estava no sofá assistindo televisão e aproveitando seu primeiro dia de férias, quando a polícia quebrou o portão e invadiu sua casa gritando, com armas em punho. Apesar de não saber do que se tratava, o coletor de lixo não reagiu nem para dizer que era trabalhador de carteira assinada. Por experiência anterior (ele já havia passado seis meses em um Centro de Detenção Provisória e depois inocentado) sabia que seria pior tentar argumentar naquele momento. A filha de 15 anos estava no banho, a esposa e a filha mais nova, de 5 anos, não estavam na casa, localizada no litoral sul de São Paulo. Foi levado algemado para a delegacia do DHPP, na capital. Só então ficou sabendo que a vítima de um sequestro, um homem que pagara 400 mil reais de resgate, havia supostamente reconhecido sua tatuagem em um álbum de pessoas com passagem pelo sistema carcerário, apresentado pela polícia. A vítima teria dito que o sequestrador tinha uma tatuagem no braço, e escolhido Francisco no álbum com fotos de ex-detentos que batiam com a descrição de tipo físico e da tatuagem mostrado pela polícia. Mesmo com provas e testemunhas de que estava trabalhando nos dias em que a vítima afirmou ter ficado 24 horas sob olhares do algoz, em outra cidade, Francisco ficou preso por dois meses no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo, em uma cela “pequenininha assim”, com mais de cinquenta pessoas, “às vezes mais, às vezes menos”, esperando que o delegado chamasse a vítima para um novo reconhecimento.
Francisco teve sua tatuagem confundida com a de sequestrador e passou dois meses preso / Foto: José Silva
Francisco teve sua tatuagem
confundida com a de
sequestrador e passou dois
meses preso / Foto: Joseh Silva

“O delegado dizia que não estava encontrando o homem” conta a esposa de Francisco, que acabou ela mesma descobrindo o endereço e passando ao delegado. “Só aí que ele ficou sem graça e chamou pra reconhecer” lembra a mulher. Durante os dois meses em que esteve no CDP, Francisco não viu as filhas, porque não queria que as meninas passassem pela humilhação da revista vexatória. O que mais o marcou foram as revistas com cães dentro das celas, quando eram obrigados a se despir e se encolher “com os cães fungando no cangote”.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

“Não confio em nenhum candidato ou partido”

Quinta, 9 de outubro de 2014
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
“Não confio em nenhum candidato ou partido”
Foram 11 postulantes à presidência e mais de 100 milhões de reais gastos para tentar convencer o eleitor a votar neste ou naquele candidato. Ainda assim, 38.797.556 eleitores não votaram em ninguém para a presidência do Brasil, quase 3 milhões a mais do que os eleitores que votaram no segundo colocado, Aécio Neves, e apenas 4,4 milhões a menos dos votos obtidos pela primeira colocada, a presidente Dilma. Uma marca grande demais para atribuí-la simplesmente às pessoas que não puderam votar ouse confundiram na hora de marcar seu voto.Quase 40 milhões de eleitores não escolheram ninguém para a presidência. Para saber o porquê, fizemos uma enquete. Veja o que descobrimos

O fenômeno foi constatado pela mídia e abordado por especialistas e analistas que, de modo geral, atribuíram a abstenção pura e simples – responsável pela maior fatia dos que não escolheram ninguém (27,7 milhões de eleitores) – à indiferença ou recusa do voto obrigatório. Já os votos brancos (4,4 milhões), e principalmente os nulos (6,6 milhões), mereceram mais cuidado: eles seriam resultado de uma insatisfação com os concorrentes ao cargo ou mesmo de uma recusa do sistema eleitoral como forma de participação política.

Do ponto de vista prático, não comparecer as urnas, votar nulo ou branco tem exatamente o mesmo efeito – apenas os votos válidos são contabilizados no resultado do pleito. Mas do ponto de vista político, será que eles significam a mesma coisa?

A Pública acredita que não é possível ignorar a vontade de quase 40 milhões de eleitores que se recusaram a escolher candidatos nessas eleições, principalmente depois dos protestos que levaram milhões às ruas há pouco mais de um ano. Por isso, convidamos os leitores que não compareceram às urnas, votaram branco ou anularam seu voto a explicar qual a força política que o moveu nessas eleições. Para as duas últimas categorias, fizemos uma enquete que durou apenas um dia, a terça-feira 7 de outubro.

A participação foi intensa. Foram 207 respondentes, e o motivo mais apresentado como justificativa para a invalidação do voto foi “não confio em nenhum candidato/partido”, por 119 pessoas (57%). Os participantes podiam escolher mais de uma opção.

Veja abaixo o resultado final:

domingo, 27 de julho de 2014

As crianças não fogem, elas são levadas

Domingo, 27 de julho de 2014
Da Pública
Agência de Reportagem de Jornalismo Investigativo
Quase 60 mil crianças da América Central cruzaram desacompanhadas a fronteira dos EUA em 8 meses, causando comoção mundial; o El Faro foi atrás dos fatos contados por coiotes e imigrantes de El Salvador  

O Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos deteve 56.557 crianças desacompanhadas, a maioria da América Central, cruzando a fronteira entre os Estados Unidos e o México entre outubro de 2013 e junho deste ano, quando o presidente Obama reconheceu a crise e pediu ao Congresso a aprovação de um fundo de emergência de 3,7 bilhões de dólares para amenizá-la. Na quarta-feira passada (16/7) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou uma mensagem de alerta à Conferência Internacional sobre Migração, Infância e Família, em Tegucigalpa, Honduras, que reuniu representantes de El Salvador, Guatemala, México, Estados Unidos e integrantes da Organização de Estados Americanos (OEA), pedindo aos governos dos países de trânsito ou destino que protejam os direitos humanos das crianças, algumas com menos de sete anos.

Entre as explicações que vem sendo cogitadas para a migração crescente de menores estão um alegado acirramento da violência na América Central e a existência de leis americanas que facilitariam o asilo para menores de idade. No momento, o Congresso americano estuda mudar a legislação para que os agentes da Guarda da Fronteira (U.S Border Patrol) possam interrogar as crianças e decidir se o medo que sentem de voltar a situações de violência merece “crédito”, suspendendo o direito de serem ouvidas por uma assistente social e por um juiz antes da decisão final.

Nada disso é verdade para os jornalistas do El Faro, site salvadorenho premiado por investigações jornalísticas principalmente na área da segurança pública. De coiotes a diplomatas o que se conta é mais um capítulo de uma velha história de exploração, crime e imigração na América Central. Texto de Oscar Martinez com colaboração na reportagem de Jimmy Alvarado.

“Eu tenho vontade de rir quando a mídia fala em ‘crianças sozinhas’. Nenhuma vai sozinha, todas são levadas pelos polleros, todas foram levadas. Se eu tivesse nos Estados Unidos sem documentos como poderia dizer para o meu filho: ‘Venha!’. Nããoo, não é assim não. É assim: as pessoas querem os filhos perto delas. E então? – diz o Senhor Coiote em sua casa no departamento de Chalatenango, ao norte de El Salvador.

domingo, 6 de julho de 2014

As quatro irmãs

 Domingo, 6 de julho de 2014
Da Pública 
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo



Negócios familiares, proximidade com governos, financiamento de campanhas e diversificação de atividades – da telefonia ao setor armamentício – compõem a história das gigantes Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez

Apesar de mais conhecidas no Brasil por sua atuação no setor de construção civil, as chamadas “quatro irmãs” – Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez – hoje atuam em diversas outras atividades. As empreiteiras respondem apenas por parte dos lucros destes grupos econômicos que atuam em todos os continentes, com foco nos mercados da África, América Latina e Ásia. Juntas, possuem empreendimentos que vão do agronegócio à moda, passando pela petroquímica, setor armamentício, telefonia e operação de concessões diversas.
Os controladores, porém, permanecem os mesmos e os maiores ganhos ficam com as famílias que comandam as empresas. “O controle de base familiar é uma característica da formação do capital monopolista dos grupos econômicos constituídos no Brasil. Embora isso não impeça a abertura de capital, esta é feita de modo a preservar sempre o controle acionário dos ativos mais rentáveis pelas famílias controladoras. Isso confere à estrutura societária desses grupos um formato piramidal, em que um controlador último controla toda uma cadeia de empresas”, analisa o cientista político da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) João Roberto, que coordena o Instituto Mais Democracia.
Além do controle familiar, outro traço comum é o fato de serem grandes financiadoras de campanhas. Entre as eleições de 2002 e 2012, juntas, as quatro empresas investiram mais de R$ 479 milhões em diversos comitês partidários e candidaturas pelo Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, o PMDB é de longe o partido mais beneficiado, com R$ 6,27 milhões, mais que a soma dos quatro seguintes: PT, PSDB, PV e DEM. Porém os repasses podem ser ainda maiores em anos não-eleitorais. Em 2013, por exemplo, somente a Odebrecht repassou R$ 11 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados pelo PMDB. Veja mais no infográfico:
Infografia: Bruno Fonseca

Além dos contratos para obras públicas, o governo federal também incentiva o negócio dessas empresas através do BNDES. Por meio da Lei de Acesso à Informação a reportagem apurou que, entre 2004 e 2013, o banco realizou 1665 transferências para as construtoras das “quatro irmãs”, totalizando mais de R$ 1,7 bilhão em empréstimos. Deste total, a Odebrecht e Andrade Gutierrez foram as maiores beneficiadas, levando R$ 1,1 bilhão. As duas também lideram o ranking de desembolsos para operações de exportação entre 2009 e março de 2014. Juntas, levaram mais de U$ 5,8 bilhões em empréstimos neste segmento. “É importante chamar a atenção para o fato de que o BNDES também tem participações, através do BNDESPAR no capital de empresas controladas pelas referidas empreiteiras, como a CPFL, controlada pela Camargo Correa; a Braskem, controlada pela Odebrecht; e da Oi/Telemar, controlada pela Andrade Gutierrez”, destaca João Roberto.
Conheça a história dessas quatro gigantes.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Rio: área de risco

Segunda, 23 de junho de 2014
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo 
por Luciano Onça22 junho, 2014
Entre 2009 e 2013, cerca de 20,3 mil famílias foram removidas pela prefeitura do Rio na preparação para os megaeventos; comunidades que resistem provam que um dos principais argumento do poder público para as remoções – o de situação de risco – nem sempre é real
A 400 metros do Maracanã, as 700 famílias da comunidade do Metrô Mangueira foram pressionadas pelo poder público a sair de suas casas sob alegação de que estariam em situação de risco e com a promessa de que seriam reassentadas em lugar próximo. Os que aceitaram deixar suas casas foram transferidos para Cosmos, a 39 quilômetros de distância; os que resistiram conseguiram vagas em conjuntos habitacionais próximos, mas parte deles teve que aguardar as novas vagas entre os escombros das casas demolidas.
“Eles começam a remover, começam a demolir as casas, mesmo sem ter terminado de negociar com todas as famílias, o que é grave pois a gente sabe que nessas comunidades as casas são muito próximas umas das outras, parede com parede. Quando você faz a demolição de uma casa e a outra continua de pé, você acaba abalando essas estruturas e também abala psicologicamente a mobilização dessa comunidade quando aqueles entulhos ficam ali. E no caso do Metrô Mangueira se transformou em um caso de risco real.”
Mais do que isto, a história dos moradores do Morro da Providência, a favela mais antiga do país, mostra que a alegação de risco por parte do poder público nem sempre se sustenta. Ao resistir ao despejo planejado pelo programa de urbanização de favelas Morar Carioca, um dos legados dos megaeventos segundo a prefeitura, os moradores obtiveram revisões de laudos técnicos que mostraram que das 515 remoções justificadas por situação de risco, apenas 44 casos eram reais.

sábado, 15 de março de 2014

Pergunte à PM

Sábado, 15 de março de 2014
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Pedidos feitos pela Lei de Acesso à Informação para a Polícia de São Paulo não têm resposta, em descumprimento da lei

   A Polícia de São Paulo não responde aos pedidos feitos via Serviço Estadual de Informações ao Cidadão (SIC). Pelo menos, não conforme determina a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 2011). O problema aconteceu com o professor de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado. Em julho do ano passado, ele escrevia um livro sobre as manifestações de junho e enviou à Secretaria de Segurança Pública, via SIC, um questionário sobre a ação, munição, orçamento e efetivo policial destacados para cada dia de manifestação no mês de junho.
   De acordo com a Lei de Acesso à Informação, há um prazo de 20 dias para que o órgão se manifeste em resposta ao cidadão, podendo o prazo ser estendido por mais dez dias, com ciência do requerente da informação. Não foi o caso. Depois de 22 dias, o pedido – redirecionado à Polícia Militar – não havia sido respondido. Desde o pedido inicial, passaram-se nove meses até que ele obtivesse uma resposta parcial.

sábado, 24 de agosto de 2013

O repórter que descobriu o whistleblower da Siemens

Sábado, 24 de agosto de 2013
Por Bryan Gibel

Por Bryan Gibel                          #CorrupçãonoMetrô

Há três anos, o jornalista Bryan Gibel veio de Berkeley para investigar a corrupção no metrô de São Paulo; foi ele quem publicou pela primeira vez a carta, que apareceu agora na imprensa brasileira, e entrevistou o ex-executivo que revelou o escândalo. 

Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.

Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.

Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.

As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas doisex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo.

Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.
Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.
Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.
As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas dois ex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo.
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Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.
Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.
Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.
As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas dois ex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo.
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Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.
Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.
Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.
As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas dois ex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo.
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Olhar indigesto

Segunda, 20 de maio de 2013
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Doença renal misteriosa da América Central pode estar ligada a agrotóxicos

Quinta, 9 de maio de 2013
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Por Sasha Chavkin de El Salvador (Center for Public Integrity)   
Pesquisas realizadas paralelamente em El Salvador e no Sri Lanka trazem resultados semelhantes em relação ao uso dos mesmos produtos

Uma doença renal misteriosa que atinge camponeses em El Salvador e outros países da América Central mobiliza os ministérios de saúde da região. No dia 27 de abril, foi assinada em El Salvador uma declaração conjunta qualificando o combate da doença como de alta prioridade para a saúde pública e definindo uma série de ações nesse sentido.

Nos últimos dois anos, o Center for Public Integrity tem denunciado um tipo raro de doença renal crônica (DRC) que está matando milhares de camponeses da costa do Pacífico da América Central, do Sri Lanka e da Índia. Cientistas ainda não desvenderam completamente a causa desse mal, ainda que provas recentes apontem metais pesados tóxicos contidos em pesticidas como potenciais culpados.

Depois de anos sem iniciativas oficiais dos Estados Unidos e de outros lugares, a declaração feita em San Salvador reconheceu formalmente – pela primeira vez – a existência da doença e os grupos que afeta: “comunidades agrícolas socialmente vulneráveis ao longo da costa do Pacífico na América Central”, assinala a declaração aprovada pelo Conselho de Ministros da Saúde da América Central. E acrescenta: “É predominante entre homens jovens e tem sido associada a ambientes tóxicos e fatores ocupacionais de risco, desidratação e hábitos nocivos para a saúde renal”.

Entre ações anunciadas estão a realização de estatísticas mais detalhadas da DRC, o desenvolvimento de planos regionais e nacionais para investigar e tratar a doença e a promoção de medidas regulatórias mais fortes para o uso de agrotóxicos.

Um mal que afeta os pobres

A declaração representou uma grande vitória para El Salvador e sua ministra da saúde, a Dra. Maria Isabel Rodriguez. Essa senhora de noventa anos, um metro e meio de altura e os olhos cobertos por enormes óculos, tem sido a força motriz que catapultou a doença da obscuridade para um reconhecimento formal como principal ameaça à saúde pública na região.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Só não vale deixar os gringos no escuro

Sábado, 23 de fevereiro de 2013 
Poluentes e caras, usinas termelétricas devem ficar ligadas o ano todo para armazenar energia para a Copa