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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Santa Maria e Gama já contam com juizados especializados de violência contra a mulher

Quarta, 3 de outubro de 2012
Do TJDF
Na tarde desta quarta-feira, 3/10, o TJDFT inaugurou dois novos juizados especializados em violência doméstica e familiar contra a mulher: na Circunscrição de Santa Maria e na Circunscrição do Gama. Duas magistradas estarão à frente da tarefa de consolidar o compromisso do Tribunal em atender aos ditames da Lei Maria da Penha: a juíza substituta Gislaine Carneiro Reis, no Juizado de Violência contra a Mulher de Santa Maria, e a juíza Roberta Cordeiro Magalhães, no Juizado de Violência contra a Mulher do Gama. 


A solenidade de inauguração das novas varas contou com a participação de várias autoridades. Em Santa Maria, às 15h35min, o Presidente do Tribunal, Desembargador João Mariosi, juntamente com o Corregedor, Desembargador Dácio Vieira, e com a juíza Gislaine Carneiro, descerrou a placa de inauguração do juizado. No Fórum do Gama às 17 h,  a placa foi descerrada também pelo Presidente e pelo Corregedor do TJDFT, juntamente com o Diretor do Fórum do Gama, Juiz Arquibaldo Carneiro Portela e a Juíza Roberta Cordeiro Magalhães.

Prestigiaram o evento de Santa Maria representantes do Poder Judiciário e do Poder Executivo do DF, entre eles o Presidente da Associação dos Magistrados do DF – Amagis, Juiz Gilmar Soriano, a Vice–Procuradora Geral do DF, Zenaide Martins, o Administrador da Região Administrativa de Santa Maria, Neliton Pereira Júnior, entre outros.

A juíza Gislaine agradeceu o esforço e empenho da atual Administração do TJDFT em relação à garantia dos direitos das mulheres do Distrito Federal, em especial às vítimas de violência doméstica. “Hoje, a comunidade de Santa Maria, que segundo o censo do IBGE de 2010, possui uma população de 123.956 habitantes, está em festa ao receber um juizado especializado em violência doméstica.

Segundo dados da Codeplan, divulgados em 2011, entre os moradores de Santa Maria, 51,3% são mulheres, e 29.5% delas são responsáveis pelo sustento dos lares nesta região. Estamos definitivamente diante de uma nova realidade, na qual a mulher assume papel fundamental na construção de uma nova sociedade paritária, democrática. Nesse contexto não mais se admite qualquer tipo de subjugação da mulher, seja sexual, psicológica ou física”. 

Após a inauguração em Santa Maria, a comitiva do TJDFT se dirigiu ao Fórum do Gama para instalar o novo juizado. O evento também foi prestigiado e contou de representantes do MPDFT, da Defensoria Pública do DF, da OAB/DF, das Polícias Civil e Militar do DF e da Administração do Gama. 

O Corregedor do TJDFT, Desembargador Dácio Vieira, destacou a importância dos juizados especializados: “A inauguração de mais dois juizados de violência doméstica, no momento em que se completa pouco mais de cinco meses da atual Administração, evidencia a enorme satisfação de lograrmos este êxito, de superar mais um importante desafio, haja vista que cabe a nós facilitarmos o acesso à Justiça a quem dele necessita. Vale dizer, assegurar o cumprimento da Lei nº 11.340/2006, que ineditamente criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.” 

As cerimônias foram encerradas como discurso do Presidente do TJDFT, Desembargador João Mariosi: “A instalação de um juizado é sempre motivo de comemoração, particularmente a de uma unidade especializada na violência de gênero, pois concentra esforços em prol da redução dos índices de violência, que ainda são bastante elevados no Distrito Federal. De fato, muito já se avançou no combate à violência contra a mulher. Ações como esta, que ora prestigiamos, colocam o DF entre as unidades da Federação com o maior número de juizados especializados na Lei Maria da Penha, perfazendo, nesta data, 12 juizados, que representam 23% de todos os juizados especializados em funcionamento no país.   

Dados estatísticos dos processos distribuídos nas diversas Circunscrições do DF refletem a disposição das vítimas de violência doméstica de mudar a posição de destaque que o Brasil ocupa no ranking dos países onde mais mulheres são assassinadas.

Só no Distrito Federal, de 2011 a julho de 2012, a Justiça recebeu mais de 41 mil feitos relativos à Lei Maria da Penha (22.920 em 2011 e 18.334 em 2012, até julho) . O montante engloba inquéritos, medidas protetivas, flagrantes, entre outros, e supera a distribuição dos quatro primeiros anos de vigência da lei, que ultrapassou 35 mil feitos. Isto é, no último ano e meio a demanda no Judiciário local foi 15% maior que a soma dos quatro primeiros anos.

Confira as estatísticas de 2011 e 2012.