As agências de notícias que integram a União Latino-Americana de
Agências de Notícias (Ulan) rechaçaram hoje (24) na Declaração de Quito,
onde ocorre a 4ª Assembleia Geral da entidade, a decisão dos Estados
Unidos de decretar que a Venezuela representa uma “ameaça incomum e um
problema extraordinário para os Estados Unidos”.
O decreto,
baixado em março, veio depois de um mês em que a Casa Branca suspendeu o
visto de sete funcionários venezuelanos e o congelamento de seus bens
em território norte-americano.
As agências latino-americanas
também firmaram o compromisso de produzir uma informação que reconheça
os valores da irmandade que une os povos de seus países, de defender a
democracia, o respeito à soberania e rechaçaram qualquer ingerência em
assuntos internos e domésticos de cada país ali representado.
Para
a Ulan, o decreto dos Estados Unidos foi uma agressão. “A Venezuela não
é uma ameaça. O povo venezuelano tem uma tradição de solidariedade que
nós, os latino-americanos, nos lembramos sempre com muito afeto”,
registraram as agências de noticias na Declaração de Quito.
Representantes das agências de notícias que participam da Ulan assinaram a Declaracao de Quito Divulgação Ansur Integram a Ulan a Agencia Brasil;
a Télam (Agencia Nacional de Noticias da Argentina), que ocupa a
presidência da entidade atualmente; a Andes (Agência Pública de Notícias
do Equador e América do Sul); a IP (Agência de Informação Paraguaia); a
Notimex (Agência de Notícias do Estado Mexicano); a AVN (Agência
Venezuelana de Notícias); a Prensa Latina, de Cuba; a ABI (Agência
Boliviana de Informação); a Andina (Agência Oficial de Notícias do
Estado Peruano); a AGN (Agência Guatemalteca de Notícias). A AGN não
enviou representante à reunião de Quito.
A entidade ressaltou a
responsabilidade das agências, como agências públicas, de informar a
verdade, com isenção, para fazer frente a notícias tendenciosas sobre o
momento político de cada país, tal como houve experiências recentes,
segundo a carta, em países como a Argentina, a Bolívia, o Brasil e o
Equador.
As agências se comprometeram ainda a cobrir, com a
profundidade que o tema exige, a questão da violência que afeta os
países latino-americanos. No que diz respeito a este tema, as agências
lembraram os casos das mortes de jovens que ocorrem no confronto do
tráfico com a polícia, nas favelas brasileiras, e o desaparecimento dos
43 estudantes mexicanos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, que fica
no estado de Guerrero.
Com o lançamento oficial do portal que integra as notícias de todas as agências Ulan, o ansur.am,
foi assinado um protocolo para difundir melhor os conteúdos de todas
elas, não só em forma de reportagens, mas também fotos, infografias,
áudios e vídeos.
Ficou marcada uma reunião extraordinária do
Comitê Executivo da Ulan para outubro, em Caracas e também ficou
decidido que a Prensa Latina sediará, em Havana, uma oficina de
capacitação. As agências da Ulan acertaram de promover pelo menos duas
oficinas de capacitação com a participação de dois jornalistas de cada
agência, de forma a também promover uma integração maior entre os que
trabalham diretamente com a notícia, para que conheçam a realidade dos
outros países que integram a entidade.