Sábado, 25 de
abril de 2015
André Richter
- Repórter da Agência Brasil
A juíza Gisele Lemke, da 2ª Vara Federal de Curitiba,
determinou hoje (24) o bloqueio dos bens da empreiteira Engevix, investigada na
Operação Lava Jato, até o valor de R$ 153,9 milhões, ao deferir pedido
liminar do Ministério Público Federal (MPF) para bloquear o valor a fim de
garantir o ressarcimento pelos prejuízos causados com desvios de recursos na
Petrobras.
A cobrança dos valores é feita em ações de improbidade
administrativa, que correm paralelamente às ações penais, a cargo do juiz
Sérgio Moro. O bloqueio também atinge o vice-presidente da Engevix, Gerson
Almada, que está preso desde novembro do ano passado.
Na decisão, a juíza explicou que o bloqueio é uma garantia
do ressarcimento, sem atingir o capital de giro da empresa, a ponto de
prejudicar as atividades. "Na verdade, não há nesse momento processual
como saber precisamente se o valor a ser devolvido atinge o montante indicado
pelo Ministério Público Federal, pois consta da própria petição inicial
que não foram ainda localizadas todas as operações financeiras relativas
ao total dos valores que teriam sido desviados", esclareceu Gisele Lemke.
Para calcular o valor do bloqueio, o Ministério Público
considerou o depoimento de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, a propina era cobrada no
percentual de 1% dos contratos da estatal com as empreiteiras, entre elas, a Engevix.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com a assessoria
da Engevix, mas ninguém atendeu as ligações.