Quinta, 30 de abril de 2015
Da Agência Brasil
Sindicato de Professores do Paraná diz que ação da PM foi “truculenta"
A
direção do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato)
classificou de “truculenta” a ação da Polícia Militar (PM) durante
protesto da categoria e de outros servidores na tarde de hoje (29) em
Curitiba contra o projeto de lei que altera a Previdência do estado.
Segundo o sindicato, participaram do protesto 20 mil pessoas. A PM não
divulgou o número de manifestantes.
Em greve desde segunda-feira
(27), os professores da rede estadual de ensino e de universidades
estaduais estão acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná. A
Polícia Militar traçou um perímetro de isolamento, com grades e
policiais, em torno do prédio. Os professores representam 70% do
funcionalismo estadual.
De
acordo com Luiz Fernando Rodrigues, da direção do sindicato, tudo
começou quando os deputados estaduais decidiram seguir com a votação do
projeto. “Quando nós anunciamos que o governo não havia aceitado tirar o
projeto, houve uma revolta muito grande, e [os manifestantes] tentaram
avançar sobre a cerca. Imediatamente, o Batalhão de Choque, a mando do
secretário [de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini] veio
com todo seu armamento para cima das pessoas”, disse.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública, 1,6 mil policiais participaram da ação.
“A ação foi contra os educadores que estavam na praça. Foi abuso da PM.
Jogaram bombas de gás, spray de pimenta, jatos de água contra
os trabalhadores. A polícia não parou de jogar bomba na gente mesmo
depois de uma hora. Foi uma barbárie o que aconteceu hoje em praça
pública”, disse Rodrigues.
Pelo menos 170 manifestantes ficaram
feridos, segundo a prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do
Paraná, onde ocorreram os primeiros atendimentos. Entre eles, 45 foram
levados para unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e hospitais da
região.
O governador do Paraná, Beto Richa, disse, em entrevista
coletiva, que os policiais reagiram a provocações de algumas pessoas que
estavam na praça. “Sete black blocks foram presos. Os policiais, ao serem afrontados por esses bardeneiros e black blocks, reagiram, em uma proteção natural de sua integridade física.”
A
Secretaria de Segurança Pública do Paraná diz que 20 policiais ficaram
feridos. “A reação, a agressão, não partiu dos policiais. Os policiais
ficaram parados para proteger o prédio da Assembleia Legislativa. Na
medida em que eram impedidos, reagiram. A polícia não partiu para cima
dos manifestantes uma única vez. Tem filmes que comprovam o que estou
dizendo”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança será aberto um
inquérito policial militar, com participação do Ministério Público,
para apurar as ações durante a confusão.