Sábado, 20 de junho de 2015
Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil
O Executivo venezuelano rechaçou, em nota oficial,
o que chamou de “manobra midiática” as tentativas de grupos de direita
nacional e internacional que tentaram construir à base de mentiras os
episódios envolvendo a visita de uma comissão de senadores brasileiros.
Segundo a nota, “os senadores chegaram ao país com o único propósito de
desestabilizar a democracia venezuelana, gerar confusão e conflito entre
os países irmãos [Brasil e Venezuela]”.
Segundo
o governo de Nicolás Maduro, entre as mentiras estão a de que o governo
teria negado permissão de sobrevoo para a delegação brasileira, antes
mesmo dela apresentar formalmente qualquer explicação. A nota também
desmente que o governo teria obstruído a estrada principal que liga o
aeroporto a cidade de Caracas. A versão do Executivo venezuelano é de
que um acidente com uma carreta com produtos inflamáveis teria impedido o
trânsito livre de veículos. Também foi rebatida a alegação de que a
segurança e a integridade dos senadores estavam sob riscos.
De
acordo com o governo, em nenhum momento a segurança e a integridade dos
senadores do Brasil foi posta em risco. Na nota, o governo afirma
dispor de vídeos e fotografias que mostram a interação dos senadores com
os ativistas políticos que se encontravam em campanha eleitoral para as
eleições deste ano, no país. A alegação é de que havia um efetivo de
segurança com batedores, patrulhas que acompanharam durante todo o tempo
o grupo de brasileiros.
Na nota, o governo da Venezuela reitera
os seus laços de amizade e cooperação com base no respeito mútuo, na não
ingerência nos assuntos internos dos Estados e na autodeterminação dos
povos com o Brasil. As autoridades do país destacam o “compromisso
inabalável” em manter esses compromissos “acima de qualquer manobra
divisionista” adotado contra a Venezuela.
Na
quinta-feira (18), uma missão oficial do Senado, composta de oitos
senadores da oposição foi a Venezuela para verificar as condições em que
se encontram os presos que são opositores ao regime do governo de
Nicolás Maduro. Os senadores alegam que foram impedidos de visitar as
pessoas e que estavam cumprindo o dever constitucional de fiscalizar a
aplicação da legislação brasileira. A alegação é que, quando o Brasil
assinou o tratado do Mercosul, a cláusula de exigência da democracia
pelos membros passou a compor a legislação brasileira e deve ter sua
obediência cobrada pelo Estado brasileiro em relação aos demais membros
do bloco.
Integravam a missão oficial os senadores Aécio Neves
(MG), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Cássio Cunha Lima (PB), Ronaldo
Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Agripino Maia (DEM-RN),
Sérgio Petecão (PSD-TO) e José Medeiros (PPS-MT).