Tá certo que a
presidente Dilma enrola muito, ou é enrolada, na maioria das suas frases. Mas
lá na Terra do Tio Sam ela foi cristalina. Isso, ao declarar à imprensa que não
respeita delatores, quando se referiu ao colaborador premiado Ricardo Pessoa,
da UTC/Petrolão.
A presidente permitiu que inferíssemos que o desprezo do governo brasileiro ao pedido de asilo político
feito por Edward Snowden (que denunciou a espionagem americana, inclusive
contra ela e a Petrobras) é porque o considera um delator. E muitos achavam
que era por medo ou apenas para agradar os nossos amigos da América do Norte.
Mas se é
confusa em externar suas posições, e mais confusa ainda em construir seu
discurso, não parece que nos Estados Unidos isto tenha ocorrido. Foi, sua
explicação, certamente fruto da peninha de algum marqueteiro.
Ela, a
presidente, confundiu, de modo proposital, alhos com bugalhos. Resistência à
uma ditadura com crimes de corrupção em tempos de democracia.
Tentou
igualar um delator de um movimento de resistência à uma ditadura a um
colaborador premiado em um processo de corrupção de dinheiro público numa época
de democracia. Processo de safadeza de bilhões e bilhões de reais.
Como o
colaborador premiado, Ricardo Pessoa, envolveu em suas denúncias o partido da
presidente, e até ela mesma, visto que sua campanha de 2010 teria recebido
milhões de reais do sistema de corrupção de grandes empreiteiras, virou, mas
agora, não merecedor de respeito.
Combate ao
crime como o que atingiu a Petrobras, crimes que envolvem lavagem de dinheiro,
crime de quadrilha como essas que vemos aqui neste país, só se chega a algum lugar
com a colaboração premiada. Não há outro caminho eficaz.
Quem tiver
um tempinho vale apena acessar o Blog do Vlad e ler sobre o tema colaboração
premiada. É o blog do Vladimir Aras, um cara traquejado no combate aos crimes
como os realizados pelas corruptas megaempreiteiras brasileiras. No blog você
encontra uma séria de artigos sobre “Colaboração Premiada”.