Terça, 12 de abril de 2016
Por Celso Lungaretti

O impeachment
de Dilma Rousseff deverá ser votado pelo plenário da Câmara Federal
neste domingo (17) e só os ingênuos supõem que haja a mínima chance de
não ser aprovado (idem, adiante, no Senado).
Evidentemente, haverá grandes manifestações contra Dilma nas principais capitais brasileiras.
Evidentemente,
a imagem que prevalecerá vai ser a da avenida Paulista, palco das duas
maiores desta década, ambas oposicionistas.
Evidentemente,
surgirão novidades impactantes da Operação Lava Jato, desde vazamentos
até, talvez, a prisão do ex-presidente Lula.
Não tenho informações de cocheira nem
sou adivinho, estou citando apenas o que se depreende do ocorrido em
momentos semelhantes e de movimentações noticiadas pela imprensa.
Mas, o fator que realmente determinará o resultado da votação será o de que o grande capital, depois de não ter julgado conveniente afastar Lula quando explodiu o escândalo do mensalão (e fazê-lo teria sido muito fácil naquele instante), agora chegou à conclusão de que não vale a pena bancar uma presidente que até reza por sua cartilha, mas é incapaz de botar ordem na casa. Que tenta obedientemente enfiar goela dos brasileiros adentro o ajuste fiscal, mas não consegue entregar o que prometeu.
País
pobre como o Brasil não convive bem com recessão tão longa (começou no
segundo trimestre de 2014), muito menos com um contínuo agravamento da
crise. A queda do PIB deverá ficar, neste ano, entre -3,5% e -4%, um
pesadelo! E não há a mais remota perspectiva de melhora sob Dilma.
Inflação sob Sarney atingiu 90% ao mês. PMDB de novo?! |
Então, vou novamente
ensinar o caminho das pedras para a Dilma, embora cético quanto à
possibilidade de ela o seguir; também levando em conta situações
anteriores, temo que ela preferirá continuar se enredando nos
espinheiros, como tem feito até agora.
Caia
na real, Dilma! Seu afastamento é inexorável e, se optar pelo caminho
que leva ao defenestramento humilhante, você legará ao povo brasileiro
não só um desastre econômico, como também... o presidente Amigo da Onça!
Em
nome do seu passado de revolucionária, aja, pelo menos desta vez, com
desprendimento: renuncie, exorte publicamente o Temer a renunciar também
(ele está vulnerável como nunca!) e vá para casa com o consolo de ter
saído pela porta da frente e haver contribuído para a única solução capaz de trazer algum alívio ao povo sofrido: uma nova eleição presidencial.