Quarta, 26 de outubro de 2016
Daniel Mello - da Agência Brasil
          
  
  
            
O setor agropecuário é responsável por 69% das 
emissões de gases do efeito estufa no Brasil, segundo balanço divulgado 
hoje (26) pelo Observatório do Clima - rede que reúne 40 organizações da
 sociedade civil. Estão incluídos nesse percentual os poluentes 
decorrentes do processo digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e
 o desmatamento para abertura de novas áreas para a atividade econômica.
O
 setor de transportes é o segundo maior emissor de gases, com 11% do 
total. Em seguida vem a indústria (em especial a metalurgia), com 9% e a
 produção de energia, incluídos a geração de energia e fabricação de 
combustíveis, com 7%.
Em 2015, as emissões brutas do país 
chegaram a 1,927 bilhão de toneladas de CO2, 3,5% mais do que o 1,861 
bilhão de toneladas registrado em 2014. Os números são do Sistema de 
Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório 
do Clima.
 
Mudança de perfil
 
Nós
 últimos anos, o Brasil tem apresentado uma mudança no perfil das 
emissões. Apesar das mudanças do uso da terra terem crescido 11,3% em 
2015, sendo o fator principal da elevação das emissões, ao longo dos 
últimos dez anos as relações com o solo têm perdido importância como 
fonte de poluentes. O lançamento de poluentes decorrentes do 
desmatamento, em especial para abrir terreno para pasto e plantações, 
caiu 69% entre 2005 e 2015. No mesmo período, os gases gerados pelo uso 
de energia cresceram 44%.
“O Brasil tem um padrão de crescimento 
das emissões muito parecido com outros países em desenvolvimento”, 
ressaltou o coordenador do Seeg, Tasso Azevedo. Para comparação, ele 
mencionou que no mesmo intervalo as emissões mundiais de gases estufa 
cresceram 15%. Ou seja, fora a redução do desmatamento, que segundo 
Azevedo aconteceu principalmente entre 2005 e 2010, o lançamento de 
poluentes no Brasil tem crescido.
Na análise por atividade 
econômica, 82% das emissões do ano 2000 estavam relacionadas à 
agropecuária, percentual que ficou em 69% neste ano. No mesmo período, 
os poluentes ligados aos transportes passaram de 6% para 11%.
Em 
relação às atividades agrícolas e criação de gado, que totalizaram 1,3 
bilhão de toneladas de CO2 em 2015, 33% das emissões estão concentradas o
 Centro-Oeste. Em seguida, vem o Sul, com 20 % do laçamento de poluentes
 do setor e o Sudeste, com 19%. O estado com maior percentual de 
poluição desse tipo é o Mato Grosso (12%), seguido por Minas Gerais 
(11%) e Rio Grande do Sul (11%).
 
 
 
