Sábado, 1 de setembro de 2012
Akemi NitaharaRepórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Associação de Docentes da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Asduerj) anunciou hoje (31) que fará uma manifestação
contra o que chamou de “repressão e a truculência do Estado”. O protesto
está marcado para a próxima segunda-feira (3), às 18h, na entrada
principal do campus da universidade, no Maracanã, zona norte do Rio.
A Asduerj fará o protesto em referência ao confronto ocorrido no dia
último dia 23, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) usou
bombas de efeito moral para dispersar um grupo de professores, alunos e
servidores que faziam passeata nas ruas do bairro. De acordo com a
associação, a PM invadiu o campus. Segundo a PM, os estudantes depredaram um caixa eletrônico.
Ontem (30), representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro (OAB-RJ), da Assembleia
Legislativa (Alerj) e do Grupo Tortura Nunca Mais prestaram
solidariedade aos estudantes envolvidos no confronto, em evento no campus.
Segundo a Asduerj, uma nota de repúdio contra a ação policial, que
afirma a legitimidade da greve e a necessidade de abertura de
negociações por parte do governo, conta com mais de 1.700 assinaturas.
Em ofício do dia 24, endereçado ao Comando Geral da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro, o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves de
Castro, lembrou que, apesar de ser aberta à comunidade, a universidade
tem autonomia e não é um espaço público. Portanto, a entrada da polícia
no campus só pode ser feita quando solicitada pelo reitor ou vice-reitor da instituição, o que não ocorreu na ocasião.
A assessoria de imprensa da polícia informou que, até a tarde de hoje (31), a corporação não havia recebido o ofício.
Os professores da Uerj estão em greve desde o dia 11 de junho. A
categoria reivindica reajuste de 22%, referente a perdas salariais dos
últimos seis anos. Na segunda-feira, eles se reúnem em assembleia-geral
para decidir os rumos do movimento, às 14h.