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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Defensoria Pública da União critica intenção do governo do Rio de criar Museu Olímpico no prédio do antigo Museu do Índio

Quinta, 21 de fevereiro de 2013
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
 

Rio de Janeiro - A Defensoria Pública da União (DPU) criticou hoje (21) a pretensão do governo do estado do Rio de Janeiro de transformar o antigo Museu do Índio, na zona norte da capital fluminense, em um Museu Olímpico. O local, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, é motivo de disputa entre índios e o governo há meses – desde que foi anunciada a intenção das autoridades de demolir o prédio para obras de modernização do complexo esportivo do estádio para a Copa de 2014.

O anúncio de criação de um Museu Olímpico foi feito ontem (20) pelo governador Sérgio Cabral, mas a DPU, que defende os direitos dos índios, disse não ter sido oficialmente informada da decisão.

O defensor público federal Daniel Macedo, titular do 2º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPU/RJ e responsável pelas ações relacionadas ao caso que tramitam na Justiça Federal, questionou o propósito de um Museu Olímpico, já que o Brasil, além de sediar uma Jogos Olímpicos pela primeira vez, “não tem um histórico robusto que legitime a criação de um museu de uma hora para outra”. “Se isso não é verdade, por que não criaram antes esse museu?”, pergunta ele na nota divulgada à imprensa.

Os índios que habitam o local pedem o tombamento do imóvel. A defensoria informou que qualquer tentativa de descaracterizar o patrimônio imaterial que se quer proteger será objeto de ação civil pública.

Cabral declarou que o prédio será reformado pela concessionária que vencer a disputa para administrar o Maracanã. O edifício e toda a gestão do novo museu ficaria sob responsabilidade do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), segundo o governador.