Domingo, 27 de março de 2016
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
A dois dias da decisão do PMDB
sobre a permanência na base aliada do governo da presidenta Dilma
Rousseff, a tensão no cenário político aumenta e peemedebistas
favoráveis e contrários ao rompimento tentam ganhar apoio em
articulações de bastidores.
O
partido, presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer,
marcou para as 15h da próxima terça-feira (29) a votação sobre a
permanência no governo. A eleição será realizada em um dos plenários da
Câmara dos Deputados e pode mudar a condução dos trabalhos no Planalto e
no Congresso.
Articulação
Temer cancelou a viagem
que faria a Lisboa nesta segunda-feira (28) a pedido de peemedebistas
que querem que ele participe do processo de articulação da decisão da
legenda. Na última quarta-feira (23), o vice-presidente se reuniu com o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e um dos principais opositores de Dilma, para uma conversa sobre a situação política do país.
No
mesmo dia, as articulações ocorreram do outro lado, em encontros do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-senador José
Sarney (PMDB-AP) e de outras lideranças peemedebistas alinhados com o
governo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante da ameaça de desembarque político do principal partido da base aliada, Dilma disse, em declarações na última semana, querer “muito que o PMDB permaneça" no governo, mas disse que vai respeitar a decisão da legenda.
Diante da ameaça de desembarque político do principal partido da base aliada, Dilma disse, em declarações na última semana, querer “muito que o PMDB permaneça" no governo, mas disse que vai respeitar a decisão da legenda.
Dilma
disse que aposta no comprometimento de ministros peemedebistas que
compõem seu governo, entre eles, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera
(Ciência, Tecnolgia e Inovação). Os dois querem que a aliança seja mantida e consideram irresponsável um rompimento.
Os
ministros do PMDB se reunirão um dia depois da votação do Diretório
Nacional para fechar uma posição em relação a possibilidade do partido
decidir deixar a base aliada.
Diretórios regionais
Para
aprovar a continuidade ou o fim da aliança com o governo petista, é
necessário maioria simples dos 125 membros do PMDB que têm direito a
voto. O diretório regional do Rio de Janeiro, que reúne nomes como o
líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani – aliado do Planalto –,
representa a maior bancada, com direito a 12 votos. Na última
quinta-feira (24), os fluminenses sinalizaram que vão votar pelo
desembarque do governo.
O primeiro diretório peemedebista a
anunciar o apoio ao rompimento com o governo foi o de Santa Catarina,
segundo o deputado federal Mauro Mariani (SC), que ocupa uma das
cadeiras da comissão especial que analisa o impeachment da presidenta
Dilma.
Além dos diretórios do Rio e de Santa Catarina,
peemedebistas do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Espírito Santo,
Piauí, Distrito Federal, Acre, Pernambuco, Tocantins, Maranhão, Bahia e
Mato Grosso do Sul defendem a ruptura com o Planalto. Outros estados
ainda não se manifestaram.