Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A postura tem que ser republicana

Quarta, 29 de fevereiro de 2012
 “Mensagens nada republicanas” é o título de uma das postagens de hoje (29/2) do Blog do Sombra. Aí ele denuncia que vazou através de um e-mail endereçado a diversos órgãos de controle e dois deputados distritais um plano de setores da Segurança Pública do DF que visa investigar com métodos clandestinos —e se clandestinos, criminosos— aqueles que são considerados adversários de integrantes do Governo do Distrito Federal.

Dá conta ainda o Blog do Sombra, que os mentores da ideia são dois secretários de pastas importantes do GDF (quem seriam? Alguém arrisca os nomes?) e um tenente coronel da PMDF. O plano contaria inclusive com delegados e agentes da Polícia Civil, que fariam até levantamentos nos estados de origem dos investigados, contando com a ajuda de empresa de São Paulo, que teria sido contratada (com qual dinheiro?) para rastrear e monitorar sigilos telefônicos, bancários e fiscais.

Ainda segundo o jornalista Sombra, o esquema lançaria mão de depoimentos forjados e “testemunhas de viveiro que estão sendo cevados”.

Agora o mais grave. Parlamentares, jornalistas e servidores públicos que se opõem a alguns integrantes do GDF podem ter, muito em breve, pedido de prisões.

Essas são, em resumo, as denúncias feitas pelo Blog do Sombra.

Cabe constitucionalmente ao governador Agnelo Queiroz, como chefe do Executivo do DF, apurar profundamente o caso. Se houver ações criminosas —e se o e-mail vazado tiver conteúdo verdadeiro, há crime—, não restará outra coisa ao governador do que a exoneração de imediato dos secretários que seriam os responsáveis pela criação do plano. O que deveria ocorrer também quanto aos demais servidores que pudessem estar envolvidos no problema. Afinal, a ninguém é dado o direito de executar uma ordem flagrantemente ilegal.

A não determinação da apuração se há ou não esse tal plano clandestino só irá jogar sobre os ombros do governador, no mínimo, as suspeitas de que poderia estar com medo dos seus auxiliares. E essa não é a postura que se espera de um governador. E de qualquer governador.

Se espera de um governador uma postura republicana.