Sábado, 6 de outubro de 2012
Por Ivan de Carvalho

O resultado apresentado
pelo Babesp é eletrizante (hoje é o segundo dia consecutivo que uso a palavra,
mas em situações diferentes e pode ser até uma indução cósmica para compensar,
em grau mínimo, o admirável apagão desta semana em Brasília). O petista
Pelegrino e o democrata ACM Neto estão disputando, vale dizer assim, voto a
voto, a preferência do eleitorado, indica a pesquisa.
Na modalidade de respostas estimuladas, ao
candidato do PT foram atribuídos 30,8 por cento das intenções de voto, enquanto
ao democrata, 29,1 por cento. Um ponto e sete décimos de diferença. A margem de
erro da pesquisa é de 3,1 por cento para baixo ou para cima. Conclusão: um dos
mais rigorosos “empates técnicos” desta campanha nas capitais de estados.
Fica, pois, combinado, não só por este, mas pelos
resultados de pesquisas de outros institutos (aliás, sabe-se lá por qual razão,
o Vox Populi faz algum tempo tem se
revelado sumido em Salvador, melhor dizendo, tem se velado), que haverá segundo
turno muito animado entre os dois candidatos citados. Quanto aos outros, não
têm como chegar ao segundo turno: Mário Kertész, do PMDB, foi contemplado pelo
Babesp com 7,6 por cento das intenções de voto, o deputado-bispo Márcio
Marinho, do PRB, com 4,2 por cento, Hamilton Assis, do PSOL, com 1,7 e Da Luz
com 0,9.
O Ibope, que, se julgado pelo resultado do
Babesp, carregou nas tintas em sua pesquisa mais recente (34 a 31 em favor de
Pelegrino contra Neto), deve ter divulgada sua última pesquisa antes da eleição
na noite de hoje, pelo telejornal BA-TV, da TV Bahia. Amanhã, esse instituto,
desta vez ouvindo 4 mil pessoas, faz uma pesquisa de boca de urna, que será
divulgada assim que a votação seja encerrada. Houve ainda 8,8 por cento de
intenção de voto nulo e 16,9 por cento de eleitores que não sabem ainda em quem
vão votar – um índice muito expressivo, considerando-se a iminência das
eleições.
Vale assinalar que, praticamente numa sequência
às declarações prestadas por seu irmão Geddel Vieira Lima no sentido de
esclarecer que não existem obstáculos ao apoio do PMDB a ACM Neto no segundo
turno, o presidente estadual do partido, deputado federal Lúcio Vieira Lima,
fez declarações (divulgadas ontem) nas quais reclamou da presença da presidente
Dilma Rousseff na campanha eleitoral de alguns Estados, a favor do PT e em
detrimento de candidatos de partidos da coalizão governista, a exemplo do PMDB.
Isto aconteceu inclusive na Bahia, onde a presidente da República não veio
pessoalmente fazer campanha, mas foi presença constante na propaganda
eletrônica do PT, pedindo votos para o candidato do PT. A São Paulo, ela foi e
fez comício a favor do candidato a prefeito do PT, Fernando Haddad (lá, o
candidato do PMDB é Gabriel Chalita).
Lúcio Vieira Lima disse que isso causou um estresse
na relação PMDB – governo. “Como todo mal-estar, ele passa. Mas, logicamente,
você tem que ter um período de repouso, de conversa, um medicamento aqui e
acolá", disse. Se o leitor-eleitor somar um (das declarações de Geddel)
mais um (das declarações de Lúcio), saberá para onde vai o PMDB no segundo
turno. O PMDB. Não estou tratando aqui da posição do candidato do partido a
prefeito, Mário Kertész.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.