Sexta, 30 de novembro de 2012
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A Justiça Federal em São Paulo concedeu, liminarmente, habeas corpus
ao ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo
Rodrigues Vieira e ao ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) Rubens Carlos Vieira, acusados de chefiarem o esquema criminoso
infiltrado em órgãos federais para favorecer interesses privados na
tramitação de processos, descoberto pela Operação Porto Seguro, da
Polícia Federal.
Com a decisão, do desembargador Nelton dos Santos, do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, os irmãos Vieira – presos desde a última
sexta-feira (23) – serão soltos. O desembargador, no entanto, determinou
que Paulo e Rubens Vieira compareçam perante o juiz a cada 15 dias e
estão proibidos de sair do país. Paulo está preso no 2º Batalhão de
Choque da Polícia Militar, em São Paulo, e Rubens, no presídio da
Papuda, em Brasília.
“A decisão judicial é importante por reconhecer que o acusado não
oferece perigo algum à ordem pública, não interfere no andamento do
processo e tem plenas condições de se defender em liberdade”, disse o
advogado de Paulo, Pierpaolo Bottini, em nota. Rubens Vieira é defendido
pelos advogados Karin Klempp e Fauzi Achoa.
Na última terça-feira (27), a procuradora da República Suzana
Fairbanks, que coordenou a investigação no Ministério Público Federal
(MPF) em São Paulo em conjunto com a Polícia Federal, apresentou parecer
contra a revogação da prisão preventiva dos irmãos.
“A documentação dos autos é muito característica, caracteriza muito a
prática dos crimes por eles, e atualizada da prática do crime. Eles não
param de cometer crimes. A polícia usa essa expressão quando pede, no
relatório final, as prisões. O fundamento é que eles simplesmente não
param de cometer crimes. E é o que a gente percebeu. É o tempo inteiro, é
o modus operandi deles, está na vida deles. Eles só fazem isso, o tempo inteiro”, disse em entrevista.
O terceiro irmão, Marcelo Vieira, só entrou hoje com o pedido de habeas corpus, e ainda não teve resposta. Ele está no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo.
Edição: Carolina Pimentel