Quinta,
31 de julho de 2014
Do
Sinpol-DF
Reunião irá discutir a insatisfação com
descumprimento do acordo feito com o governo em fevereiro. O sindicato não
descarta a possibilidade de nova paralisação em defesa dos direitos das
categorias
Brasília, 31 de julho de 2014 – O Sindicato da Polícia Civil do Distrito Federal (Sinpol-DF)
convocou uma reunião nesta quinta-feira (31) com diretores e representantes
sindicais de cada unidade policial. O encontro faz parte de uma série de ações
planejadas pelo sindicado para defender os interesses dos filiados, nos quais
se incluem agentes de polícia, médicos legistas, peritos criminais, escrivães,
agentes penitenciários, papiloscopistas e delegados.
Há uma enorme insatisfação entre policiais, e as lideranças sindicais
alegam que tanto a União como o Governo do Distrito Federal (GDF) não
demonstram qualquer preocupação em solucionar os atuais problemas da Polícia
Civil do Distrito Federal (PCDF). Diante da inércia das autoridades envolvidas,
“não descartamos a hipótese de realizar atos, paralisações e a chamada
‘operação-legalidade’ para a defesa dos nossos direitos”, afirma o presidente
do Sinpol-DF, Rodrigo Franco.
Em fevereiro de 2013, o sindicato realizou um acordo com o
GDF, o qual até agora não foi integralmente cumprido. Na ocasião, o governador
Agnelo Queiroz encaminhou à presidente Dilma Rousseff uma proposta de alteração
na lei que rege a PCDF, na qual se reconhecia todos os cargos como de nível
superior. O descumprimento do acordo tem gerado um clima de inconformismo e
revolta entre os policiais.
“O reconhecimento dos
cargos como de nível superior trará maior valorização e autoestima a estes
profissionais, cujas atividades são bastante complexas, exigindo alta
capacidade técnica e preparo psicológico”; o presidente do Sinpol-DF ainda
lembra que “desde 1996 o ingresso em todas as carreiras se dá por meio de
concurso que tem como pré-requisito a formação
superior”, disse.
Outra demanda considerada emergencial pelo
Sinpol-DF é a nomeação imediata dos aprovados em concurso. Foram formados pela
Academia de Polícia Civil 1.200 profissionais neste ano e já estão aptos a
trabalhar. Entretanto, esse quantitativo não será o suficiente para
solucionar a carência do DF, uma vez que existem mais de 2 mil cargos vagos para
agentes de polícia e mais de 500 para escrivães. “Fica notório o verdadeiro
‘apagão’ nos recursos humanos da PCDF, cujos reflexos recaem tanto no
atendimento imediato, nos plantões, quanto nas investigações criminais”, afirma
Franco.
Atualmente, os plantões nas delegacias contam
com apenas três ou quatro policiais, número insuficiente para atender com um
mínimo de qualidade, e segurança, o cidadão que quer registrar uma ocorrência
criminal, além de extravio de documentos, desaparecimento de pessoas e acidente
de trânsito com ou sem vítimas.
Falta pessoal também nas seções de
investigação, e dessa forma um policial chega a investigar de 10 a 20 casos ao
mesmo tempo. A sobrecarga pode gerar não só atraso na resolução e prisão dos
suspeitos, como comprometer diretamente a qualidade das investigações.
O impacto financeiro com a nomeação dos
aprovados no concurso chegaria à cifra de 50 milhões. “Só neste ano, a União
disponibilizou ao GDF, por meio do Fundo Constitucional, cerca de 11 bilhões de
reais, e boa parte dessa quantia deveria ser destinada, prioritariamente, para
a área da segurança pública, suprindo a contratação de pessoal na PCDF, entre
outras demandas”, afirma o presidente.
Sobre o Sinpol-DF – Fundado em 1988, o Sindicado da Polícia Civil do Distrito Federal representa
agentes de polícia, médicos legistas, peritos criminais, escrivães, agentes
penitenciários, papiloscopistas e delegados na defesa dos interesses de classe
e no relacionamento com governos, Câmara
Legislativa do Distrito Federal e Congresso Nacional. A nova diretoria tomou
posse em abril deste ano e entre os principais pleitos estão: a valorização
profissional, a valorização da carreira e o reconhecimento definitivo da
carreira de policial civil como de nível superior.