Quinta, 24 de julho de 2014
Da Agência
Brasil Edição: Luana Lourenço
Um tumulto marcou a libertação dos ativistas Igor Pereira
D'Icarahy, Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, e Camila
Aparecida Rodrigues Jourdan, presos há 13 dias no Complexo Penitenciário de
Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.
Manifestantes tentaram impedir que repórteres e fotógrafos
registrassem a saída dos ativistas do presídio, o que motivou o tumulto. A
saída dos três ativistas ocorreu no início da noite de hoje (24), pouco mais de
24 horas depois da concessão do habeas
corpus pela Justiça do Rio. Um oficial de Justiça chegou à unidade
às 16h com o alvará de soltura para liberar os três manifestantes.
Sob aplausos e palavras de ordem contra a imprensa e a
polícia, cerca de 30 manifestantes aguardaram durante todo o dia a saída dos
presos. Igor foi o primeiro a deixar o complexo, seguido por Camila e Elisa. O
tumulto começou quando Sininho, a última a deixar a prisão, seguia escoltada
pelos manifestantes até um carro. Entre chutes e empurrões, manifestantes e
repórteres só encerraram a confusão quando o carro em que a jovem estava deixou
o local.
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O advogado dos três ativistas, Marino D'Icarahy, pai de
Igor, criticou a demora do sistema carcerário para a liberação do alvará de
soltura. "Depois de outra guerra, conseguimos a liberação do alvará.
Parecia que o Estado não queria liberar e fez de tudo para atrasar a saída
deles. A polícia está contrariada em ver a soltura deles. Por três vezes
consideraram essa prisão ilegal, com habeas
corpus contra a [prisão] preventiva de cinco dias, contra a prorrogação
desta e contra a temporária. O que eu estou falando desde o primeiro minuto foi
considerado três vezes ilegal pela Justiça", disse.
Ontem (23), o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeuo habeas corpus aos 23 ativistas que tiveram prisão
preventiva decretada, permitindo a eles o direito de aguardar em liberdade o
julgamento do mérito. No entanto, o grupo de ativistas terá que cumprir uma
série de condicionantes, como se apresentar ao juízo procedente todo mês para
justificar e informar atividades e entregar o passaporte em um prazo de 24
horas. Eles também estão proibidos de deixar o estado ou o país sem autorização
prévia da Justiça.