Terça, 27 de janeiro de 2015
Comentário do Gama Livre: Sei não, acho que vi um gatinho passar por aqui. E tem o jeito, o andar, a cara, das 'deformas econômicas' do Joaquim Levy. E logo logo vai comer o fígado do pobre do passarinho candango.
Agnelo ressuscitou Arruda. Parece que na picada que o governo Rollemberg está indo, acaba ressuscitando Agnelo e, por tabela, também o condenado Arruda. Ô Brasília sofredora!
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Da Agência Brasília (do governo do DF)
Um pacto para recuperar Brasília
Saulo Araújo, da Agência Brasília
Governo propõe conjunto de medidas que começa a colocar as contas
públicas sob controle. Maior parte das mudanças para o cidadão será em
2016
BRASÍLIA (27/1/2015) — No discurso de posse,
Rodrigo Rollemberg sugeriu um pacto por Brasília. O intuito é, junto à
classe política e à sociedade, reduzir as desigualdades e resgatar a
saúde financeira da cidade. Após 27 dias no cargo, o governador do
Distrito Federal apresenta um conjunto de medidas para corrigir
distorções e restaurar o equilíbrio fiscal e social na capital do País.
Para que o plano seja colocado em prática, o Executivo depende dos
parlamentares e da sociedade, assim como de mudanças na forma de
investir os recursos públicos.
Se todo o conjunto de propostas for colocado em prática, o impacto
será de R$ 400 milhões em 2015. Em 2016, o aumento de receita será de R$
800 milhões. Isso ainda não normaliza as contas públicas do DF: só os
reajustes concedidos a servidores na gestão passada somam R$ 1,8 bilhão
em 2015 e 2016. Por isso, o governo continuará buscando formas de fazer
os melhores investimentos com o dinheiro público.
As medidas imediatas são aquelas que dependem do próprio governo, que
toma providências para que a máquina pública custe menos R$ 200
milhões. A contenção de despesas já começou. Foram reduzidas as
secretarias (de 38 para 24) e as administrações regionais (de 31 para
24). Quanto aos cargos comissionados para servidores sem vínculo, a meta
é que caiam 60%. Além disso, imóveis alugados estão sendo devolvidos. A
Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável, por exemplo,
deixará de pagar R$ 321 mil mensais, ao se transferir para o Centro de
Convenções. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação passará a
funcionar no mesmo prédio da Secretaria de Educação. A economia mensal
será de mais de R$ 1 milhão. Já foram cortados custos com carros
oficiais e suspenso o pagamento de diárias em viagens. Os contratos
onerosos e de pouca eficácia serão extintos ou reformulados. Os que
forem mantidos sofrerão redução nos valores de pelo menos 20%.
Além disso, foi criada a Câmara de Governança Orçamentária,
Financeira e Corporativa do Distrito Federal. A Governança-DF é composta
pelos titulares das Secretarias de Planejamento, Orçamento e Gestão, de
Fazenda e de Gestão Administrativa e Desburocratização; pelo chefe da
Casa Civil e pelo procurador-geral do DF. Além de coordenar a
programação orçamentária e financeira, a Governança-DF participa de
decisões estratégicas do governo, especialmente nas que têm repercussões
financeiras e orçamentárias.
A maior parte das propostas apresentadas hoje pelo Governo do
Distrito Federal será encaminhada em forma de projetos de lei à Câmara
Legislativa. Se aprovadas pelos parlamentares, entrarão em vigor no ano
que vem. São ajustes como a cobrança justa da Taxa de Limpeza Urbana
(TLP), a redução do ICMS de medicamentos genéricos, alimentos e etanol e
a cobrança proporcional ao valor da propriedade do Imposto de
Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Se for aceita a sugestão do governo,
as transações de imóveis até R$ 350 mil ficarão mais baratas.
Outra mudança — essa já em 2015 — é o fim da isenção do Imposto sobre
a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no ano da aquisição de um
zero-quilômetro. O aumento da alíquota dos carros e motos, de meio ponto
percentual, será no ano que vem. Motoristas ganharão mais um mês para
pagar o imposto. Serão quatro parcelas.
Entenda as medidas propostas pelo Governo do Distrito Federal
Taxa de Limpeza Urbana (TLP)
Passa a valer para fins de cobrança da TLP a extensão de área
construída. Quem tem imóvel pequeno pagará bem menos de quem está
estabelecido num grande terreno, pois, potencialmente, produz menos
resíduos sólidos. Com a nova metodologia, 60% dos contribuintes pagarão
taxa menor do que em 2015. O número de parcelas para o pagamento da TLP
sobe de seis para oito. Templos religiosos e casas assistenciais
permanecem isentos da taxa.
Vigência: 2016
A mudança na metodologia de cobrança depende de aprovação da Câmara
Legislativa. A alteração do número de parcelas para o pagamento da taxa
pode ser feita por decreto.
IPTU
Defasado há sete anos, o valor venal — tabela usada como base de
cálculo de impostos, mesmo com diferenças nos valores reais de mercado —
será atualizado no ano que vem, por meio de discussão com a sociedade.
Com informações obsoletas, hoje o governo emite os carnês de IPTU tendo
como referência os valores dos imóveis em 2008. A atualização da tabela
não poderá resultar em correção maior que 20% para o contribuinte, em
termos reais, em comparação a 2015. A extensão do parcelamento de seis
para oito é outra novidade. Templos religiosos e casas assistenciais
permanecem isentos da taxa.
Vigência: 2016
A mudança na metodologia de cobrança depende de aprovação da Câmara
Legislativa. A alteração do número de parcelas para o pagamento da taxa
pode ser feita por decreto.
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
No sistema atual, o contribuinte paga 2% de ITBI sobre qualquer
transação, independentemente do valor do imóvel. Com o novo modelo
progressivo, o comprador pagará alíquota de 1% sobre os primeiros R$ 100
mil. Se o imóvel custar mais que isso, a alíquota será de 2% sobre
valores acima de R$ 100 mil e abaixo de R$ 250 mil. Serão descontados 3%
sobre valores superiores a R$ 250 mil. A medida visa à justiça social.
Se tivesse sido adotada em 2014, cerca de 60% dos contribuintes teriam
pago ITBI menor em operações como compra e venda, doação ou permuta.
Vigência: 2016
A mudança tem de passar pela Câmara Legislativa.
Diminuição do ICMS sobre os medicamentos genéricos
A alíquota sobre esses remédios passa dos atuais 15,3% para 12%.
Vigência: 2016
A mudança tem de passar pela Câmara Legislativa.
Diminuição do ICMS sobre alimentos
Pela proposta do governo, arroz, feijão, macarrão, óleo de soja,
farinha de mandioca, açúcar, extrato de tomate, café, sal refinado,
alhos, aves vivas e carnes terão alíquota de 7%. O índice hoje é de 12%.
Vigência: 2016
A mudança tem de passar pela Câmara Legislativa.
Diminuição do ICMS para o etanol
O principal objetivo é estimular a utilização do combustível menos
poluente e renovável. Se aprovada a proposta, o ICMS sobre o etanol
(álcool hidratado) cairá de 25% para 19%. O equilíbrio será atingido com
o incremento da alíquota da gasolina (de 25% para 28%) e do diesel (de
12% para 15%). Ainda assim, o DF preserva alíquotas iguais a ou menores
que outras unidades da Federação, como Goiás: 15%, 22% e 29% para o
diesel, o álcool e a gasolina, respectivamente. Veículos que operam no
transporte público permanecem isentos do imposto.
Vigência: 2016
As mudanças têm de passar pela Câmara Legislativa.
Ajuste do ICMS para a telefonia
Hoje a alíquota é de 25%. Passará para 28%. Mesmo assim, ficará
abaixo do percentual cobrado em Goiás e Mato Grosso do Sul (29%) e em
Mato Grosso (30%).
Vigência: 2016
A mudança tem de passar pela Câmara Legislativa.
IPVA
Fim, já em 2015, da isenção do imposto no primeiro ano para veículos
zero-quilômetro. São sugeridas mudanças também nas alíquotas de carros,
de 3% para 3,5%, e de motos, de 2% para 2,5%. Ainda assim, as alíquotas
do imposto para veículos de passeio serão menores do que aquelas
praticadas em São Paulo (4%) e Goiás (3,75%). No caso das motocicletas, a
alíquota ficará igual à utilizada em Goiás (2,5%) e menor que a do
Paraná (3,5%). As isenções de caráter econômico e social são mantidas,
assim como no caso de outros impostos. No ano que vem, o motorista
poderá parcelar o IPVA em quatro parcelas, em vez de três.
Vigência: O fim da isenção do IPVA para carro zero-quilômetro será em 2015; as outras medidas entram em vigor em 2016.
As mudanças de alíquota dependem de aprovação da Câmara Legislativa,
mas o fim da isenção no ano de aquisição de um zero-quilômetro poderá
ser determinado por decreto, assim como o número de parcelas para
pagamento.
Cortes de despesas na administração pública
Várias medidas constituem a contenção de despesas. Já foi publicada
no Diário Oficial do DF a suspensão por 120 dias do pagamento de diárias
de viagens, de cursos, da contratação de consultorias e de mão de obra
temporária e da celebração de novos contratos de aluguel. Parte da frota
de veículos oficiais está sendo devolvida, o que causa substancial
economia com combustível, manutenção e locação. Além disso, os carros
estão sendo substituídos por modelos populares. Várias secretarias estão
entregando imóveis alugados e se instalaram em outros órgãos do
governo. Fora isso, o governo está cortando cargos comissionados, com o
objetivo de reduzi-los em 60%.
Vigência: 2015
As mudanças são feitas pelo próprio governo e não dependem de aprovação da Câmara Legislativa.
Soluções para dívidas e reavaliação de contratos
Renegociação de débitos com fornecedores contraídos pelo governo até
31 de dezembro de 2014. A expectativa é abater pelo menos 25% dos
débitos e estes serão pagos à vista. Contratos onerosos e de pouco
retorno devem ser reformulados ou extintos. O objetivo é reduzir em 20% o
custo dos que forem mantidos, sem prejudicar o serviço público. A folha
de pagamento dos servidores será auditada, a fim de identificar
possíveis irregularidades.
Vigência: 2015
Apenas a renegociação das dívidas requer aprovação da Câmara Legislativa.
Antecipação de recursos
O buraco no orçamento deixado pela gestão anterior impediu o novo
governo de quitar benefícios atrasados de servidores, especialmente das
áreas de saúde e educação. Para pagar os débitos, o governo atuará em
duas frentes. Uma é a antecipação de recursos do Fundo Constitucional do
DF, que depende da União. A outra é o envio de projeto de lei à Câmara
Legislativa para autorizar o DF a fazer uma operação bancária chamada
antecipação de receita orçamentária (ARO). Esta deve ser quitada no
mesmo exercício e sobre ela incidem juros.
Vigência: 2015
A ARO depende de aprovação da Câmara Legislativa.
Novas estratégias de fiscalização e cobrança
Será ampliada a fiscalização por meio do cruzamento das informações
disponíveis em vários bancos de dados da Secretaria de Fazenda,
inclusive os obtidos por meio de convênios com outros órgãos da
administração pública. O governo planeja, ainda, desenvolver projetos
especiais de fiscalização e monitoramento de contribuintes exclusivos do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). A fiscalização de
mercadorias em trânsito via posto fiscal eletrônico será intensificada e
aperfeiçoada, assim como as medidas de cobrança e recuperação de
créditos nas fases administrativa e judicial. Haverá ainda, ampliação
das parcerias com o Ministério Público e órgãos de segurança pública no
combate à sonegação fiscal.
Vigência: 2015
As medidas não dependem de aprovação da Câmara Legislativa.