Segunda, 5 de novembro de 2012
 Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
 
O aldicarbe, agrotóxico utilizado de forma irregular como raticida doméstico (chumbinho), foi banido do mercado brasileiro, informou hoje (5) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Repórter da Agência Brasil
O aldicarbe, agrotóxico utilizado de forma irregular como raticida doméstico (chumbinho), foi banido do mercado brasileiro, informou hoje (5) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Estimativas do governo apontam que o produto é responsável por quase
 60% dos 8 mil casos de intoxicação relacionados a chumbinho no Brasil 
todos os anos. O aldicarbe tem a mais elevada toxicidade entre todos os 
ingredientes ativos de agrotóxicos até então autorizados para uso no 
país.
O único produto à base de aldicarbe que tinha autorização de uso no 
Brasil era o Temik 150, da empresa Bayer. “Trata-se de um agrotóxico 
granulado, classificado como extremamente tóxico, que tinha aprovação 
para uso exclusivamente agrícola, como inseticida, acaricida e 
nematicida, para aplicação nas culturas de batata, café, citros e 
cana-de-açúcar”, informou a Anvisa.
Por meio de nota, o órgão destacou que o cancelamento do registro 
dos produtos à base de aldicarbe segue recomendação feita durante 
reunião, em 2006, da Comissão de Reavaliação Toxicológica. Na época, foi
 estabelecida uma série de medidas para a continuidade do uso do 
aldicarbe no Brasil, como a restrição de venda aos estados da Bahia, de 
Minas Gerais e de São Paulo, exclusivamente para agricultores 
certificados e propriedades cadastradas para uso do produto; e a 
inclusão de agente amargante e de emético (substância que induz ao 
vômito) na formulação do produto.
Após o processo de reavaliação, a Bayer S/A apresentou, em 2011, um 
cronograma de descontinuidade de comercialização e de encerramento de 
importação, distribuição e utilização do produto. A empresa se 
comprometeu ainda a efetuar o recolhimento de qualquer sobra do produto 
em posse de agricultores.
Em junho de 2012, a Anvisa cancelou o informe de avaliação 
toxicológica dos agrotóxicos à base de aldicarbe e, em outubro de 2012, o
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou o 
cancelamento do registro do Temik 150. Com a decisão, estão proibidos no
 Brasil a produção, a comercialização e o uso de qualquer agrotóxico à 
base de aldicarbe.
A Anvisa destacou que o chumbinho é ineficaz no combate doméstico de
 roedores já que, como o primeiro animal que ingere o veneno morre de 
imediato, os demais ratos observam e não consomem o alimento envenenado.
 Já os raticidas legalizados agem como anticoagulantes, provocando 
envenenamento lento. Dessa forma, a morte do animal não fica associada 
ao alimento ingerido, o que faz com que todos os ratos da colônia 
ingiram o veneno.
A agência destacou ainda que o chumbinho é um produto clandestino e 
que no rótulo não há quaisquer orientações quanto ao manuseio e à 
segurança, informações médicas, telefones de emergência, descrição do 
ingrediente ativo e antídotos que devem ser utilizados em casos de 
envenenamento, o que dificulta a ação de profissionais de saúde no 
atendimento a pessoas intoxicadas.
Os sintomas típicos de intoxicação por chumbinho são registrados em 
menos de uma hora após a ingestão e incluem náuseas, vômito, sudorese, 
salivação excessiva, visão borrada, contração da pupila, dor abdominal, 
diarreia, tremores e taquicardia.
Em caso de intoxicação, a orientação da Anvisa é que a pessoa ligue 
para o Disque-Intoxicação: 0800-722-6001. O serviço é gratuito e está 
disponível para todo o país.
 
 
 
