Srexta, 3 de outubro de 2012
Documentos revelam acordo de 78 entre militares brasileiros e argentinos para perseguir opositores
Jamil Chade - Correspondente de 'O Estado de S.Paulo'
GENEBRA - No auge da repressão no Cone Sul, o Itamaraty e militares
brasileiros devolveram opositores buscados pelos regimes nos países
vizinhos, rejeitaram dezenas de pedidos da ONU para que dessem asilo a
famílias que estavam sendo ameaçadas e perseguidas e ainda forçaram a
entidade a buscar uma saída desses refugiados para outros países. No
total, em apenas cinco anos, o regime brasileiro na prática expulsou
mais de 1 mil argentinos, uruguaios e chilenos do País, sempre com a
cooperação da diplomacia brasileira.
As informações fazem parte de centenas de telegramas, relatórios e cartas que estão guardadas nos arquivos da ONU em Genebra e que o Estado pôde consultar com exclusividade.
No total, 3,3 mil latino-americanos chegaram ao Brasil entre 1977 e 1982 em busca de asilo político e fugindo da tortura. Mas o status de refugiado seria dado para apenas 1380 deles e todos, sem exceção, seriam transferidos pela ONU a locais "seguros" à pedido do governo brasileiro. Quase 90% deles eram argentinos ou uruguaios.
As informações fazem parte de centenas de telegramas, relatórios e cartas que estão guardadas nos arquivos da ONU em Genebra e que o Estado pôde consultar com exclusividade.
No total, 3,3 mil latino-americanos chegaram ao Brasil entre 1977 e 1982 em busca de asilo político e fugindo da tortura. Mas o status de refugiado seria dado para apenas 1380 deles e todos, sem exceção, seriam transferidos pela ONU a locais "seguros" à pedido do governo brasileiro. Quase 90% deles eram argentinos ou uruguaios.