Quinta, 24 de abril de 2014
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Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
Servidores do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprovaram paralisação
parcial da categoria na próxima terça-feira (29) em São Paulo, no Rio de
Janeiro e na Paraíba, enquanto servidores de Alagoas, Pernambuco, do
Espírito Santo e Maranhão aprovaram estado de greve e as unidades do
instituto em outros estados realizam assembleias, ainda neste mês, para
definir os rumos do movimento no país.
A informação foi
transmitida hoje (24) pela diretora da Executiva Nacional da Associação
dos Servidores do IBGE (Assibge), Ana Carla Magni. Ela disse que a
pressão para que haja uma revisão da posição sobre a Pnad Contínua,
tanto por parte do IBGE quanto pelo Ministério do Planejamento, foi o
estopim para uma possível greve dos funcionários, mas o movimento revela
uma crise maior no instituto.
No último dia 10, o IBGE anunciou a
suspensão, até janeiro do próximo ano, da divulgação trimestral da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), explicando
que parlamentares tinham questionado a metodologia de cálculo da renda
domiciliar per capita. No dia 15, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou que a divulgação trimestral poderia pôr em risco a qualidade da Pnad.
Segundo
Ana Carla, a crise não se resolve somente com a questão da Pnad
Contínua: "Esse é um estopim importante, mas tem que recompor a
capacidade técnica do instituto e garantir a autonomia. Significa mais
concursos, valorizar o salário dos trabalhadores, mas também garantir a
autonomia técnica, repensando a democratização da instituição,
recompondo o orçamento, porque não adianta ter gente e não ter recursos
para fazer as pesquisas também”.
De acordo com ela, dos 5.790
trabalhadores do IBGE, 4 mil estão em condições de se aposentar nos
próximos anos nas 580 agências do instituto em todo o país. Do concurso
feito este ano, vão ingressar no máximo 550 trabalhadores. “A gente já
tem pelo menos dez agências funcionando sem nenhum trabalhador efetivo,
130 só com um efetivo e cerca de 180 unidades com dois trabalhadores
efetivos. O restante é trabalhador temporário, que vai sair a qualquer
momento. Os 330 servidores de nível intermediário não serão suficientes
para recompor essas agências”, acrescentou.
Os trabalhadores
pedem a abertura imediada de negociação com o governo federal. O
Ministério do Planejamento informa que recebeu o pedido de reunião na
semana passada, mas a Secretaria de Relações do Trabalho está com muita
demanda de outras categorias do funcionalismo público. Portanto, ainda
não há previsão de quando poderá atender aos servidores do IBGE.