Segunda, 28 de abril de 2014
Da Agência Brasil
Equipes da Polícia Civil do Rio em conjunto com a Polícia
Federal (PF) e o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro cumpriram nesta
segunda-feira (28) mandado de busca e apreensão na casa do coronel reformado do
Exército Paulo Malhães, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O militar, que
admitiu ter participado de atos de tortura na ditadura militar, foi morto na
última sexta-feira (25), em seu sítio na zona rural de Nova Iguaçu.
Foram apreendidos três computadores, mídias digitais, agendas e
documentos do período da ditadura. No último sábado (26), o juiz federal
Anderson Santos da Silva autorizou a apreensão de documentos e mais provas na
casa do militar que possam contribuir para o esclarecimento de crimes cometidos
na ditadura militar.
Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, no final de março,
Malhães revelou que agentes do Centro de Informações do Exército mutilavam
corpos de vítimas da ditadura militar assassinadas na Casa da Morte, em
Petrópolis, arrancando as arcadas dentárias e as pontas dos dedos para impedir
a identificação, caso encontrados. Ele também deu sua versão sobre operação do
Exército para o desaparecimento dos restos mortais do deputado federal Rubens
Paiva.
Sobre a morte do militar, a polícia informou que três homens invadiram
a casa do coronel, amarraram a mulher dele e o caseiro, e procuraram armas.
Durante a ação dos criminosos, o militar foi morto. O caso está sendo
investigado.