Segundo, 2 de fevereiro de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela
investigação da Operação Lava Jato, disse hoje (2) que não houve
"bisbilhotice" nas interceptações telefônicas autorizadas por ele, que
servem de provas contra executivos de empreiteiras.
Em
despacho, Moro rebateu as acusações das defesas. "O próprio resultado
das interceptações, revelando, em cognição sumária, uma gama ampla de
atividades criminais, que já resultaram em mais de uma dezena de ações
penais, já é suficiente para afastar a alegação das defesas de que se
promoveu bisbilhotice ou prospecção ou de que as medidas investigatórias
foram excessivas", disse o juiz.
Sobre a quebra de
sigilo dos aparelhos Blackberry, o juiz argumentou que cooperação
jurídica internacional seria necessária apenas para interceptar acusados
que residem no exterior. "Nada há de ilegal em ordem de autoridade
judicial brasileira de interceptação telemática ou telefônica de
mensagens ou diálogos trocados entre pessoas residentes no Brasil e
tendo por objetivo a investigação de crimes praticados no Brasil,
submetidos, portanto, à jurisdição nacional brasileira.", justificou.