Segunda, 2 de
fevereiro de 2015
Do Jornal de Brasília
Do Jornal de Brasília
O
ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, foi vaiado e
chamado de mentiroso por militantes do PSOL ao afirmar, em discurso na 9.ª Bienal
da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio, que "não há reforma
neoliberal e não há corte em nenhum programa social do povo brasileiro" no
segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Esse
é o discurso da direita. É a fala da Rede Globo", acrescentou o ministro,
enquanto parte da plateia gritava: "O povo não é bobo, o ministro é
mentiroso!". Cerca de 600 pessoas lotaram o térreo da Fundição Progresso,
na Lapa (centro do Rio), para acompanhar a fala de Rossetto sobre reforma
política. O grupo estava dividido desde o início do debate. De acordo com a
UNE, foi a "primeira grande reunião do novo ministro com movimentos
sociais".
À
esquerda do palco, militantes de correntes ligadas ao PSOL criticavam o ajuste
fiscal e o corte de direitos trabalhistas anunciados pelo governo Dilma,
reeleita com o apoio de integrantes do PSOL. Em coro e usando instrumentos de
percussão, eles já haviam interrompido algumas vezes o discurso de Rossetto com
gritos como: "É o maior tarifaço que eu já vi; contra o ajuste da Dilma e
do (Joaquim) Levy!" ; "Ô Rossetto, que palhaçada, cadê a reforma
agrária!" e "O que que aconteceu? O governo Dilma abraçou a Kátia
Abreu!".
À
direita, militantes principalmente do PT e do PC do B aplaudiram e defenderam
Rossetto. O grupo cantou o jingle de campanha "Olê, olê, olá, Dilma,
Dilma!" e atacou a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), ligada ao
PSOL: "A CST é de direita!".
O
ministro reagiu pelo menos três vezes afirmando que considerava "uma
piração, uma maluquice total" a atitude dos críticos, mas acabou
conseguindo terminar seu discurso. As vaias só vieram quando ele, já nas
considerações finais, após as falas de vários militantes, defendeu as medidas
anunciadas pelo governo, afirmando: "Nós não estamos na Grécia. O Brasil iluminou
o povo grego para lutar". Pouco antes, uma estudante havia acusado o
governo do PT de realizar um "estelionato eleitoral" para
"agradar aos banqueiros". "Tem de cortar é dos ricos",
disse ela.
Após
o debate, em entrevista, Rossetto, molhado de suor, minimizou o embate:
"Isso faz parte da democracia do nosso país. Tão importante quanto as
manifestações foram os aplausos." Seguranças formaram um cordão para a
saída do ministro. Ele deixou o local sob gritos de: "O povo não é bobo, o
ministro é mentiroso!"
Fonte:
Jornal de Brasília com Estadao Conteudo
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Comentário do Gama Livre: Triste fim de uma entidade que foi aguerrida, patriótica, anti-imperialista, revolucionária. Trista fim da UNE, hoje jogada na vala junto com outros defensores do liberalismo mais descarado.
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Comentário do Gama Livre: Triste fim de uma entidade que foi aguerrida, patriótica, anti-imperialista, revolucionária. Trista fim da UNE, hoje jogada na vala junto com outros defensores do liberalismo mais descarado.