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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Bolsonaro está perdendo a guerra política parlamentar

Terça, 18 de dezembro de 2018
Por
Helio Fernandes*

Deixemos que os casos João de Deus e Battisti, tenham solução em âmbito próprio, não sufoquem o que realmente interessa á coletividade. Não é necessário desprezar, repudiar ou abandonar os dois personagens, mas não dispensar a eles, uma super repercussão.

Desde 28 de outubro, quando se transformou em presidente eleito, Bolsonaro vem exibindo um tremendo despreparo para dirigir um país como o Brasil. Concentrado nas duas principais obrigações para quando terá que  enfrentar a realidade que começará no primeiro dia de 2019, vem se perdendo em erros e equívocos, acumulando fracassos.
O primeiro e com prioridade total e absoluta: formar a equipe com a qual tentará governar pelo menos os próximos 4 anos. Com a decisão de não passar de 15 ministérios, chegou a 23, apesar de ir fundindo quase tudo.

Sem falar no escândalo Sergio Moro, que como recompensa pelos serviços prestados durante a campanha, trocou a magistratura pela carreira política. Será o primeiro arrependimento, que só poderá ser enfrentado de forma traumática.

A convocação de generais, (quase todos para o Planalto) tem dúbias explicações ou interpretações. Mas o general Mourão, foi o que chegou mais perto da realidade, criticando o presidente eleito, por custar a se explicar no caso dos funcionários, acusados e investigados pela COAF. E Mourão deixou pairando no ar, uma afirmação: "Eles (os generais) foram nomeados, eu fui eleito". A mediocridade da equipe se constatará por si mesma.

Examinemos rapidamente o outro fracasso do presidente eleito. A formação de uma base na Câmara, não se interessou pelo Senado. Conversou com 300 deputados, Rodrigo Maia está praticamente eleito Presidente. Com apoio solido em todas as bancadas.

O cargo não é tão importante quanto o de agora, mas pelo menos, foge da vala comum. Maia e Bolsonaro, manterão dialogo ameno ou amigável.

Decepção ou frustração para Maia. Ele queria ser novamente presidente da Câmara, como trampolim para a presidência da Republica em 2022. Agora, pode continuar presidente da Câmara, mas 2022, apenas uma data vazia, num calendário de sonho.

PS- Bolsonaro vem desperdiçando o capital que acumulou estranhamente.

PS2- Desses 300 deputados que recebeu em casa, pelo menos a metade é altamente vulnerável.

PS3- De partidos, ganhou o apoio do PSDB e do MDB Mas não do PSB.
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* Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
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