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(Millôr Fernandes)

sábado, 15 de dezembro de 2018

Laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro usa hidrogênio como fonte limpa de energia

Sábado, 15 de dezembro de 2018
Da
ONU Brasil

Uma das tecnologias desenvolvidas pelo centro de pesquisa é um ônibus movido a hidrogênio e eletricidade, que não polui o meio ambiente. 
A mudança climática é uma das questões mais urgentes do nosso tempo, segundo as Nações Unidas. Há cerca de 30 anos, o Laboratório de Hidrogênio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem estudando formas limpas e alternativas de produzir energia a partir do hidrogênio, sem contribuir para o aquecimento global.
Um estudo lançado em 2017 pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) indica que os automóveis são responsáveis por 72,6% das emissões de gases do efeito estufa na cidade de São Paulo – e a frota de ônibus representa a maior parte deste percentual.
Uma das tecnologias desenvolvidas pelo Laboratório de Hidrogênio da UFRJ é um ônibus híbrido movido a hidrogênio e eletricidade que não polui o meio ambiente. Confira detalhes neste vídeo especial produzido pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio):


Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) é assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos – o objetivo 7 entre os 17 que deverão ser cumpridos até 2030 por todos os 193 países que fazem parte da ONU. 

Firmado em dezembro de 2015 durante a COP21 (21ª Conferências das Partes) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o Acordo de Paris é um esforço internacional coletivo para combater a mudança climática e seus efeitos. Ratificado até o momento por 184 dos 197 países que fazem parte da convenção, é uma iniciativa inédita no combate ao aquecimento global. 

Um dos objetivos do compromisso é limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC até o final do século. O cumprimento, contudo, depende de uma drástica redução na emissão de gases de efeito estufa. 

Um dos caminhos para alcançar esta meta é a substituição de combustíveis poluentes por alternativas sustentáveis que não agridam o meio ambiente. 

“Nós estamos preparando o Brasil com dispositivos tecnológicos para a transição enérgica dos combustíveis fósseis para energias renováveis e energia do hidrogênio”, disse o professor Paulo Emílio de Miranda, coordenador titular do Laboratório de Hidrogênio da (COPPE/UFRJ).


A queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas por trás do aquecimento global. O ano de 2016 foi considerado o mais quente de toda a história, com temperatura média 1º C acima dos níveis pré-industriais.

Ônibus a hidrogênio 

Entre as tecnologias desenvolvidas pela equipe está um ônibus híbrido movido a hidrogênio e eletricidade. O automóvel funciona com um motor elétrico que move as rodas, mas utiliza hidrogênio em alta pressão para gerar eletricidade a bordo e aumentar a autonomia do veículo. 

“Há três modos de energia a bordo: a energia contida nas baterias, a energia contida nos cilindros de hidrogênio e a energia da regeneração do veículo”, disse Gabriel Lassery, mestrando em Engenharia de Transporte e membro do projeto. 

As diversas fontes de energia permitem ao ônibus rodar mais de 300 km sem a necessidade de reabastecimento. Internamente, o meio de transporte tem a mesma capacidade de um ônibus urbano, porém é mais silencioso e tem tração mais leve na direção. 

“Este veículo é único no hemisfério sul e tem desenvolvimento 100% nacional. Os equivalentes que já foram desenvolvidos têm desempenhos inferiores ao nosso”, disse Edvaldo Carreira, engenheiro eletricista. 

“Além do ônibus, nós estamos produzindo dois navios. Um é um ferry boat, para o transporte de 15 veículos e 100 passageiros. O outro é um catamarã para o transporte de 100 passageiros”, disse o professor Paulo Emílio. 

O Laboratório de Hidrogênio também produz pilhas que geram energia limpa, sem combustão e emissão de poluentes. Os elementos que compõem as pilhas são produzidos pela equipe, que tem a tecnologia patenteada. Suas utilidades são múltiplas: além de serem utilizadas para a geração de energia, também podem ser aproveitadas em boilers de aquecimento, por exemplo. Por meio de uma reação exotérmica, as pilhas geram calor e eletricidade para as residências. 

Para saber mais sobre o Laboratório de Hidrogênio da UFRJ, acesse: http://www.labh2.coppe.ufrj.br/