Quarta, 25 de maio de 2011
Foto: Agência Senado
Senador Cristovam Buaque, ameaça à reeleição de Agnelo?
Nas
linhas, e principalmente nas entrelinhas, de reportagem de hoje (25/5) do
Jornal de Brasília torna-se mais pública a crise entre o governo Agnelo e
alguns dos partidos aliados. Agora é o PDT que deverá discutir em reunião de sua
direção na próxima semana a questão de continuar ou não na base do Buriti. A
insatisfação é grande, especialmente daqueles mais ligados ao senador Cristovam
Buarque, político que tem sido desprezado sistematicamente pelo governador Agnelo
e seu núcleo de poder, núcleo capitaneado pelo todo-poderoso secretário Paulo
Tadeu.
Dentro
do partido existem duas forças principais atuando nesse problema da relação do
PDT com o governo do DF. As forças que defendem a continuidade no governo
alegam que os cinco meses que já se passaram ainda são insuficientes para o governador
mostrar a que veio. Aquela coisa de “arrumando a casa”. Os críticos dessa
posição, por outro lado, entendem que administrativamente cinco meses já seria
tempo suficiente para, na pior das hipóteses, sacudir a poeira. Se a arrumação
da casa exige um tempo maior, o simples tirar a poeira, primeiro passo, já
teria que ter acontecido. Na opinião de alguns pedetistas, sequer a poeira foi
espanada. Não se sabe, até agora, nem quem seria os responsáveis por sacudir o
espanador.
Nessa
confusão de espana, não espana, arruma, não arruma, o governo deixa alguns de
seus aliados irritados. Mas até uma análise menos superficial deixa
transparecer que a questão de fundo não é bem essa de limpar a sujeira, muita
sujeira, deixada pelos governadores anteriores. As dificuldades enfrentadas
pelo PDT decorrem menos da paralisação do governo Agnelo, e mais da antevisão
do núcleo de poder político de apoio do governador de que o senador Cristovam
Buarque, com mais oito anos de mandato, poderá vir a disputar o Buriti nas
eleições de 2014. Uma onde que poderia se tornar em tsunami que seria, talvez,
capaz de vitimar a reeleição de Agnelo.
Na
reportagem de hoje do Jornal de Brasília (publicada na página 26) o deputado
distrital pelo PDT, Israel Batista, opina que não está na hora de “chutar o
pau da barraca”. Acontece que militantes que simpatizam com as opiniões políticas
de Cristovam Buarque acham que a questão maior não é o “chutar o pau da barraca”,
mas não permitir que o pau coma no lombo do senador.
São tensas,
não há como se negar, as relações entre os grupos que defendem a continuidade
no governo Agnelo e os que pretendem discutir um afastamento. Um trecho da
reportagem do Jornal de Brasília deixa claro essas tensões e o clima que lá
existe: “O PDT não aceita voltar para o antigo eixo da política. Não vamos
aceitar carrapatos ligados a Roriz e a governos anteriores, disparou um membro
do partido”. Claro que isso partiu do grupo que defende a participação no
governo do Buriti.
O PDT participou
do governo de Cristovam Buarque, um governo petista, entre 1995 e 1998. Nunca
participou dos governos Roriz. Em 2007, contudo, caiu nos braços do governador
Arruda, aquele que curtiu 60 dias de xilindró. Foi puxado, o partido,
exatamente por integrantes do grupo que hoje briga para não largar o governo
Agnelo e diz que o PDT não voltará para o antigo eixo da política.
O
deputado distrital Israel Batista foi auxiliar e tornou-se amigo de Arruda,
ocupando cargos importantes no governo do DEM. Hoje lidera o movimento pela
continuidade no governo Agnelo.