Domingo, 26 de agosto de 2012
Da Revista ÉpocaA Polícia Federal reabre uma investigação sobre suspeitas de desvios em contrato de R$ 27 milhões da Infraero com uma agência de publicidade da Paraíba ligada ao PT
Uma denúncia de desvio de dinheiro público para cofres petistas, que
por anos mofou nos escaninhos da burocracia brasileira, virou um novo
inquérito aberto pela Polícia Federal (PF). O esquema investigado guarda
semelhanças, muitas semelhanças, com o modus operandi do
publicitário Marcos Valério, pivô e réu do mensalão. O caso envolve uma
agência de publicidade ligada ao PT, um contrato milionário com uma
estatal repleto de irregularidades e nenhuma comprovação dos serviços
prestados.
O alvo da PF é a relação entre a Infraero, a empresa pública
encarregada de administrar aeroportos, e a agência de publicidade Signo
Comunicação. Fundada em 2000 por Anderson Tavares Pires, então
integrante do diretório do PT de João Pessoa, a agência fez a campanha
petista ao governo da Paraíba em 2002. Sem expressão nacional e sediada
na Paraíba, a Signo ganhou, em 2004, um contrato da Infraero que rendeu
R$ 26,9 milhões até 2007. Entrou na disputa com a bênção do PT e
sagrou-se vencedora com a ajuda de um erro. No edital lançado pela
Infraero, a proposta de melhor qualidade se sobrepunha ao menor preço.
Um dos critérios decisivos na concorrência era o item “ideia criativa”. A
empresa com maior inspiração na peça publicitária podia alcançar o
máximo de 20 pontos. A Signo conseguiu a façanha de obter 21. Esse ponto
extra e fora do limite, segundo uma auditoria do Tribunal de Contas da
União (TCU), fez com que a Signo vencesse a concorrência, passando à
frente da Bates Propaganda e Produções, na época controlada pelo
publicitário Roberto Justus, e de uma das grandes do setor, a Lew Lara.
Funcionários da Infraero argumentaram ao TCU que houve “uma confusão” no
momento de atribuir as pontuações. Por isso, dizem, a Signo recebeu uma
nota acima do limite. Leia a íntegra na Revista Época