Sexta, 24 de agosto de 2012
Ivan RichardRepórter da Agência Brasil
A Polícia Civil desarticulou hoje (24) um grupo que
explorava cassinos no Distrito Federal. Foram presas três pessoas
acusadas de envolvimento no esquema comandado pelo empresário Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o final de fevereiro,
em Brasília. Segundo a Polícia Civil, a investigação identificou que o
esquema “migrou” de Goiás para o DF e, mesmo preso, Cachoeira chefiava o
grupo.
As prisões de Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio
Júnior e Bruno Gleidson Soares Barbosa ocorreram nas primeiras horas de
hoje, na Operação Jackpot. Queiroga e Olímpio Júnior já haviam sido
presos durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por
integrarem a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Contudo,
foram soltos depois de receberem habeas corpus da Justiça.
Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime
Organizado (Deco), Henry Lopes, depois da Operação Monte Carlo, o
esquema criminoso “migrou” de cidades goianas do Entorno de Brasília
para o Distrito Federal. Na operação de hoje, foram cumpridos 13
mandados de busca e apreensão em Sobradinho, na Ceilândia, na Asa Norte,
na Asa Sul, no Jardim Botânico, no Gama e no Lago Norte. Foram
apreendidos um cofre, R$ 8,9 mil em espécie, e vários cheques na casa de
Raimundo Washington.
“Acreditamos que, com essa operação, o grupo criminoso foi
desbaratado por completo no Distrito Federal. É preciso que essas
pessoas continuem presas para que não possam voltar a atividade
criminosa”, disse o delegado. Ele informou que a polícia pediu também a
prisão de José Olímpio Queiroga, mas o pedido foi recusado pela Justiça.
Para Henry Lopes, a prisão dele é essencial para desarticular a
quadrilha.
Os presos são acusados de formação de quadrilha, crime contra
economia popular e exploração de jogos, que é uma contravenção. Eles
ainda podem responder por lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem
ultrapassar cinco anos de prisão.
O diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Jorge Xavier,
informou que os dados serão repassados à Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Ele se disse surpreso com o nível de
ousadia da organização. “É uma coisa absurda. A CPI vai receber esse
material e espero que seja decretada a prisão preventiva deles ou o
Estado Brasileiro pode fechar as portas. [É] uma ousadia [o grupo] se
instalar na capital da República, ao lado do Legislativo brasileiro”,
frisou Xavier.
“O Estado precisa abrir os olhos e combater com energia esse tipo de
organização e evitar a impunidade. Não se trata de meia dúzia de
exploradores de jogatina, mas de uma gente ousada que enfrenta o Estado
brasileiro”, ressaltou o diretor-geral da Polícia Civil do DF.