Domingo, 1º de junho de 2014
LUTA
Katiele Fischer, mãe de Anny, 6 anos:
liminar para importar CBD e tratar a epilepsia da filha
Katiele Fischer, mãe de Anny, 6 anos:
liminar para importar CBD e tratar a epilepsia da filha
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Antes favorável à autorização para prescrição e importação de medicamentos com canabidiol, o presidente da agência, Dirceu Barbano, muda de opinião para atender aos interesses eleitorais do Planalto
Camila Brandalise
Revista IstoÉ
Foi um passo
para trás. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou,
há duas semanas, que se sensibilizara com as histórias das famílias
obrigadas a adquirir ilegalmente um medicamento à base de canabidiol
(CBD), composto da maconha, para tratar crises de epilepsia de crianças.
Mais que isto: a agência indicou para estas famílias – e também em
entrevistas de seus dirigentes à imprensa ‑ que passaria a autorizar a
importação do remédio. Segundo a Anvisa, sua equipe técnica recomendava a
mudança burocrática e havia consenso do colegiado de diretores sobre a
necessidade de liberação, em nome da saúde pública. Nada disto era
verdade. Na quinta-feira 29, a Anvisa bateu em retirada. Em audiência
pública, o presidente da autarquia, Dirceu Barbano, que liderara a
defesa da “eficiência” da decisão, passou a considerá-la “inócua”. Como
se tivesse feito uma descoberta recente, argumentou que os remédios com
canabidiol continuariam vetados porque contêm alguma porcentagem de THC e
outros derivados de maconha.
A equipe técnica da Anvisa teria feito um
trabalho ginasiano a ponto de desinformar Dirceu Barbano sobre o TCH da
maconha? Não é o que ocorreu.
SÓ FUMAÇA
Dirceu Barbano esqueceu suas convicções e o parecer técnico da Anvisa
Dirceu Barbano esqueceu suas convicções e o parecer técnico da Anvisa
ISTOÉ apurou que a cambalhota retórica de
Barbano tem menos a ver com laudos científicos que seriam de sua
responsabilidade e mais com questões políticas. A pressão para o recuo
veio do topo. O Palácio Planalto, preocupado com a repercussão da
decisão em ano eleitoral e de olho nos votos de eleitores conservadores,
como os evangélicos, deu ordem direta para que nada fosse alterado
agora.
Leia a íntegra em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/365937_ANVISA+CEDE+A+PRESSAO+POLITICA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage