Quarta, 25
de junho de 2014
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
O próprio MPL convocou ato contra o inquérito para a
próxima terça-feira (3). “É lamentável que [o Secretário de Estado de Segurança
Pública de São Paulo, Fernando] Grella agora ameace conduzir coercitivamente
nossos militantes ao Deic, sendo que o movimento se apresentou,
voluntariamente, para tratar diretamente com ele sobre o inquérito,
acorrentando-se em protesto na Secretaria de Segurança Pública, no dia 30/05”,
ressalta o movimento. De acordo com a nota, também devem participar do protesto
o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Comitê Popular da Copa e
o movimento Mães de Maio.
Hoje (25), Grella voltou a defender as prisões feitas na
manifestação de segunda-feira. “A nossa convicção é que não houve excesso. O
delegado, como autoridade policial, tem a liberdade de capitular o fato de
acordo com o convencimento dele diante das provas colhidas e apresentadas no
auto de prisão em flagrante”, ressaltou, durante a apresentação das
estatísticas sobre Segurança Pública no estado.
Grella não explicou, no entanto, os critérios usados para
identificar os detidos como black blocs.
Esse foi o argumento usado ontem (24), pelo secretário, para justificar as
prisões. “Eles estavam incitando as pessoas à prática de crime, organizando os
atos de violência. Por isso, foram autuados em flagrante por organização
criminosa. São os dois primeiros casos de black
blocs presos por organização criminosa, por milícia privada, por
incentivar a prática de crimes”, disse em entrevista, ao anunciar um programa
de reforço da segurança nas escolas.
Na mesma ocasião, Grella também disse que o uso da escolta
policial para garantir depoimentos é um procedimento previsto em lei. “A lei
prevê que quando uma pessoa é notificada para comparecer e prestar depoimento,
e ela não atende o pedido da autoridade, fica sujeita a condução coercitiva.
Ela pode, compulsoriamente, ser levada à presença da autoridade para ser
ouvida”, ressaltou sobre o procedimento que deve ser adotado em relação aos
membros do MPL.