segunda-feira, 25 de maio de 2020
Helio Fernandes*
Falou com certas pessoas: "Vou procurar o presidente Toffoli, para tentar desfazer a péssima impressão do discurso infeliz do ministro da Educação. Não está falando a verdade. Estaria, se antes tivesse demitido o ministro baixaria. Seria recebido com aplausos, em nome da harmonia e independência dos poderes.
Está engasgado na garganta, com a crítica veemente e direta, o Ministro Marco Aurélio do próprio STF. Textual, sem omitir uma palavra: "Se eu fosse presidente da República e estivesse comandando a reunião, o ministro teria sido demitido na hora".
PS- Bolsonaro não entende muito. Mas isso entendeu sem consultar o general Heleno.
O GENERAL AUGUSTO HELENO, E O INACREDITÁVEL BOLSONARO
Rompeu violentamente a Constituição, para tornar o presidente impune, imune, insano. Quando a ONU pediu ao Brasil, que mandasse missão militar ao Haiti, tiveram a leviandade e a irresponsabilidade de entregar a chefia a ele.
Cometeu tantos crimes, que acabou demitido e substituído.
(No seu lugar foi nomeado outro general brasileiro, elogiadísimo. Como Ministro da Defesa, foi um baluarte da democracia).
Flávio Dino vê ameaça ao STF na nota do general Heleno
O governador do Maranhão e ex-juiz federal, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que a nota do general Heleno “constitui inaceitável ameaça ao Supremo Tribunal Federal”.
Segundo Dino, “na República, nenhuma autoridade está imune a investigações ou acima da Lei. E na democracia não existe tutela militar sobre os Poderes constitucionais".
A vergonhosa reunião ministerial, e a lição de liberdade, dignidade, credibilidade e constitucionalidade do relator Celso de Mello. Com o ato simples de eliminar o sigilo, e manter o vídeo do conhecimento do país e do mundo, permitiu a abertura da questão para quem quisesse. Com o agradecimento ao relator, citemos alguns apressados, o assunto será debatido, discutido durante 4 meses.
1- Comecemos com o execrável Weintraub, inútil e desmoralizado ministro da deseducação. Na presença do presidente da República berrou: "por mim prenderia todos os vagabundos, incluindo os ministros do supremo". Não sofreu punição administrativa, mas certamente pagará à justiça.
2- Poderá ou deverá responder a 10 processos de calúnia, injuria e difamação. Como prova, tem o vídeo fornecido pelo relator.
3- O general que se julga por palavras, Heleno e Augusto, insultou a República, a constituição e a democracia. Ouviu falar que o celular de Bolsonaro seria apreendido, protestou. Isso teria consequências gravíssimas, apesar de Bolsonaro ter dito que não entregaria.
4 - Celso de Mello respondeu e ensinou logo: "descumprir decisão judicial é crime". Todos se calaram.
5- Bolsonaro continua pregando a guerra civil, quer que o povo se arme para responder e se defender. (sobrou muito assunto, muito bolsonaro, muitos golpistas que precisarão ser combatidos).
A VOLTA DO BOLSOGUEGUES
Em plena evolução da análise da estapafúrdia reunião ministerial, o presidente e o ministro da Economia arranjaram mais um jeito de unir subserviência e prepotência. Alguém falou, "Bolsonaro está preocupado com a reeleição".
Guedes, que em matéria de economia, mostrou que sua ignorância é eclética. Tem apenas o diploma de Chicago, vazio.
Não sabe política nem eleição, respondeu: "Não está interessado ou preocupado em voto, já ganhou, reeleito. Respondeu não apenas para Guedes, mas para todos, a confissão premeditada: "Não preciso de votos".
PS- Enquanto isso, a estrepitosa e fugaz ministra Damares, berrava olhando pra Bolsonaro: "Tem que prender a oposição, toda a oposição".
E DERRUBADA CADA VEZ MAIS A POPULARIDADE DE BOLSONARO
Por pesquisa, levantamentos, atos e fatos, ele mergulha no ostracismo indiscutível, irrefutável, irrevogável. Se o presidente se colocasse em isolamento social, talvez não tivesse perdido tanto apoio.
Surpreendeu o Brasil e o mundo, se elegendo com 57 milhões de votos. Agora no máximo, obtém ou obterá 25 milhões. (Depois que em 1960, De Gaulle criou o segundo turno, chamado de "ballotage", presidencialismo e parlamentarismo, decidiram suas preferências dessa forma mais representativa).
Onde aparece, Bolsonaro se desgasta, é conhecido e reconhecido. Implorou "diálogo" com os governadores, pediram, "mas de forma respeitosa". Usou e abusou dos insultos.
PS- No calendário eleitoral de 2022, não existe o nome Bolsonaro. Que haja para a democracia brasileira.
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.