Sexta, 24 de julho de 2020
Artigo de hoje
Por
Cida Torneros*
General Eduardo Pazuello, qual é a sua?
Quem, em plena consciência, não se espanta com a empáfia visível e exposta do general que ocupa, "interinamente" a pasta da Saúde no Brasil, no auge da pandemia? Por mais que se esforce em parecer empático no discurso, suas práticas são um emaranhado de equívocos.
Trata-se de um militante militar da ativa em missão questionável ou de um representante do pensamento ultrapassado e superado dos alicerces do fatídico golpe de 64?
Esse senhor bem alimentado, cujos lauréis na área de logística indicam sucessos e vitórias, agora enfrenta a triste realidade dos desafios da saúde pública, sem dar "bola" para o pensamento científico e forjar um caos no combate ao vírus do Covid 19 no Brasil.
Caro Eduardo, se fosse um reles civil , como eu, já teria sido advertido ou punido, investigado e até punido, por aquiescer essa compra estapafúrdia de tanta "cloroquina" pelo Exército brasileiro, não apenas para o consumo próprio dos seus soldados passíveis de contrair malária.
Mas, esse Estado que mais parece de exceção, o acoberta com o manto do descaramento em nome do risco de milhões de vidas. É uma das conclusões a que chego.
Que mal lhe pergunte, Sr. Pazuello, é indiferente ao valor de cada vida humana? Segue uma pretensa ideologia dos golpistas de 64, tantos anos depois que o comunismo raiz perdeu o jogo da política mundial?
Sua geração foi moldada nos preconceitos da caça à dita esquerda e no lugar que ocupa, aproveita para deixar fluir seu lado sádico que indica sua satisfação em nos fazer sentir o descontrole atual do pelotão frente à guerra contra o vírus,?
Ora, general ministro, não posso simpatizar com seu jeito arrogante de se achar dono da verdade que comunga com o capitão presidente que é o seu orientador, pois sou uma cidadã civil, de 70 anos, estudiosa e lúcida, patriota e perplexa, humilde e sobrevivente de aposentadoria conquistada depois de 50 anos de trabalho.
Como eu, milhões de irmãos brasileiros, observam a marcha dos acontecimentos, sabendo que o termo "genocídio " é forte mas tende a ser a nossa infeliz realidade.
Num país extremamente desigual, o senhor devia representar a maioria e promover o acolhimento lúcido que protege a população. Devia sim. Pois exerce um cargo com proventos advindos dos nossos impostos, nunca se esqueça disso.
Lembro de uma entrevista há muitos atrás em que a falecida atriz Dina Sfat declarou: —tenho medo de
Generais!
Declaro que meu medo maior é dos pensamentos e ações ultrapassadas que os tais generais "viúvas da Ditadura" andam tentando reproduzir no poder que ascenderam nas eleições de 2018, sob a Vitória do Capitão que juntou astrólogo com pastores e inocentes desiludidos com o PT, enganados pelos robôs da internet, os que foram na onda tsunami de uma campanha "saco de gatos" onde se encaixavam interesses dúbios e preconceitos reacesos dos porões de época medieval.
Sou mulher, o senhor me parece machista e deslumbrado com o poder. Mas isso pra mim é irrelevante diante da sua frieza para a barbárie a que nos expõe .
Os cadáveres de mais de 80 mil brasileiros me dão a sensação de que estamos com armas letais apontadas para nossas cabeças no que convém apelidar de Covid gate"!
General, ministro interino, que tal voltar correndo para sua exitosa carreira militar e nos abandonar à sorte de sermos salvos pelos estudiosos cientistas das nossas academias?
Eu pergunto com humildade cristã. Mas nem espero resposta de empáfia explícita. Aguardo a Vida porque esta dá voltas e voltas.
Siga alimentando-se bem às nossas custas, ou melhor, bebendo da água da fonte obscurantista e torturante do ministério "insalubre" que o senhor teima em se agarrar. O "Coronavírus" pega geral. Sabia?
Cida Torneros, jornalista
General Pazuello, o Coronavirus pega "geral", sabia?
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Cida Torneros é jornalista aposentada e edita o blog
www.voudebolinhas.blogspot. com.br