Quarta,
11 de maio de 2014
Luciano
Nascimento - Repórter da Agência Brasil
A Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) vai acompanhar as denúncias de ativistas do Distrito Federal
(DF) sobre possível perseguição policial. Ontem, integrantes do Comitê
Popular da Copa no DF (CPC-DF) denunciaram
que um homem se fazendo passar por servidor da Justiça Eleitoral estaria
perseguindo-os.
"A OAB está à
disposição para acompanhar a situação, para ver se tem desdobramentos maiores,
inclusive a certeza dos fatos", disse hoje (11) o vice-presidente da
ordem, Claudio Lamachia, após se reunir com os ativistas.
O motivo seria o fato
de o grupo estar organizando para amanhã (12), dia da abertura da Copa do
Mundo, mais um ato contrário aos gastos públicos no evento. Os ativistas
suspeitam que o "servidor" da Justiça Eleitoral seja um policial
disfarçado, e mostraram receio de serem detidos, como os ativistas que a
Polícia Civil do Rio de Janeiro conduziu à delegacia, hoje cedo, para colher
depoimentos sobre a participação deles em atos violentos nos protestos de junho
de 2013.
Lamachia também disse
que iria ligar para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir
informações e a ajuda do ministério no esclarecimento dos fatos.
Conforme a Agência
Brasil noticiou ontem (10), ao menos seis integrantes do comitê afirmam que um
homem que se identificava ora como servidor do Tribunal Regional Eleitoral
(TRE), ora como servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esteve em suas
casas nessa terça-feira. O desconhecido alegava conferir informações pessoais
de alguns eleitores do DF. O aparente nervosismo do homem quando sua
identificação profissional era solicitada, sua insistência em saber os horários
em que os militantes se encontram em casa e o fato de ele dirigir uma
caminhonete sem qualquer identificação levaram os integrantes do comitê e seus
parentes a desconfiarem que se tratava de um policial.
Rafa Madeira, um dos
ativistas procurados, chegou a pedir o nome completo e a matrícula do
desconhecido que alegava ser funcionário público. De posse dos dados, procurou
informações na Justiça Eleitoral a respeito da existência da atividade que o
desconhecido alegava praticar para o órgão. Mas a Justiça Eleitoral disse que
não faziaa esse tipo de contato e que não tinha nenhum servidor com o nome dado
pelo desconhecido. "Liguei para o TRE, para a ouvidoria, e perguntei se
eles faziam esse tipo de atividade. Eles negaram tanto a atividade quanto a
existência do nome dado", disse Madeira.
Nesta quarta-feira,
após receber a denúncia, a Anistia
Internacional também decidiu acionar as autoridades do DF e do TRE,
cobrando explicações sobre o caso.