Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 21 de maio de 2019

Bolsonaro, logo depois de eleito: "Não disputarei a reeleição"

Terça, 21 de maio de 2019
não passei um momento que fosse, sem mostrar a falta de competência, de credibilidade, de conhecimento do capitão e da equipe que chama de ministério. Que não puderam nem comemorar os primeiros 100 dias de governo. (Desgoverno).
Por
Helio Fernandes*

Essa afirmação quase informação, podia ser conseqüência de convicção.

Expulso do Exército, tendo chegado à presidência da Republica depois de 30 anos inúteis como parlamentar do "baixo clero", teria considerado que 4 anos ocupando o cargo mais alto da República, seria mais do que merecia.

Mas não foi nada disso, nem se sabe se confirmará o prometido, deixando a vida pública terminado o primeiro mandato, que então por vontade própria seria o único. Só que há meses nos bastidores e agora desastrada e publicamente, vem apregoando que o Brasil é INGOVERNÁVEL.

Com ele no governo, (que desde a sua posse só identifico como DESGOVERNO)  chegar a 2022 será rigorosamente verdadeiro e irrefutável MILAGRE, administrativo, político, econômico, social, ideológico. E em vez de COALISÃO consegue estabelecer com ele mesmo e com a própria equipe (e os apaniguados e acumpliciados voluntários ou involuntários) uma estrondosa, dissolvente e desagregadora COLISÃO.

Venho dizendo tudo isso, logo depois de eleito, assim que anunciou os nomes que convidara para governar (?) com ele. Usei todas as palavras negativas e depreciativas para identificar o ministério mediocríssimo.

(Começando e terminando com os "olavistas", "malafaistas", e Os "educacionistas").

Depois da posse e decorridos 4 meses completos e 20 dias de Maio, não passei um momento que fosse, sem mostrar a falta de competência, de credibilidade, de conhecimento do capitão e da equipe que chama de ministério. Que não puderam nem comemorar os primeiros 100 dias de governo. (Desgoverno).

Que o Brasil cumpre um roteiro totalmente ingovernável, ninguém duvida. Mas como o capitão garantiu que NÃO disputará a reeleição, NÃO renunciará, Não sofrerá impeachment, o que sobra não é alternativa e sim uma previsão de terrorismo, nada democrático.

AS MONTADORAS AMERICANAS, ENRIQUECEM DESAVERGONHADAMENTE NO BRASIL, AINDA SE QUEIXAM E RECLAMAM

Vieram para cá, sem um dólar para investir.  Durante a Segunda Guerra Mundial, constataram que era  muito mais lucrativo montar os carros no exterior do que vendê-los (exportá-los) já prontos. Não podiam
concorrer no mercado da Europa.

Os possíveis compradores eram também fabricantes, seus carros (Mercedes, Ferrari, Wolkswagen, Citroen) eram disputadíssimos. Os produtores dos EUA destruíram um estado inteiro (Detroit) que vivia da produção de automóveis. A partir da decisão das empresas e até hoje foi transformado num completo deserto.

Trouxeram o material necessário para a montagem inicialmente de 60 por cento dos carros, fizeram grande publicidade, explorando o "orgulho" dos incautos ou ingênuos: "O Brasil entrou para o clube dos ricos fabricantes". Formaram o capital das empresas dando valor financeiro às peças obrigatórias que trouxeram.

Montaram carros medíocres vendidos a preços de Ferrari ou Mercedes.

Nos primeiros anos remeteram para os EUA, lucros fabulosos obtidos sem nenhum investimento. Mas acumularam privilégios, isenção de impostos, subsídios fabulosos, que empobreciam o país e não eram utilizados para reduzir o preço astronômico dos carros.

PS- Em 15 anos esses subsídios chegaram a 53 bilhões de reais.

PS2- Cálculos ligeiros levam à conclusão: "Anualmente, GANHAM (isso mesmo, GANHAM) 3 bilhões, sem qualquer contra partida".

PS3 - O presidente da GM para a América do Sul, sem o menor constrangimento, explicou a razão de tantos privilégios.

PS4- Textual: "A carga de impostos no Brasil é tão alta, que as isenções e subsídios são necessárias e justificadas".

PS5- E todas as outras empresas não têm que suportar a mesma carga tributária?


O DESCONCERTANTE E DESCONCENTRADO CAPITÃO PRESIDENTE

Ele é o personagem mais estranho que já foi chamado de presidente na República no Brasil. Eleito, indicado como acontecia de 1889 até 1930.

Ou usurpando o poder nas ditaduras que o próprio Bolsonaro garante que não existiram.

Sobre ele, já se escreveram dezenas ou centenas de absurdos  vistos ou falados.

O que vou contar é muito simples mas não deixa de ser estarrecedor.

Ele apareceu em público, filmado, fotografado e televisado. Estava de short e com uma camisa que parecia esportiva. Mas o que estava escrito nela, não tem nada de esportivo. E sim, verdadeira aberração presidencial.

Num lado a palavra NIKE, empresa que ganha fortunas, financiando várias atividades, e acusada de usar trabalho escravo. No outro lado, uma logo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), acusada de
roubar fortunas. Um presidente está preso nos EUA. Outro, foi também presidente, fugiu dos EUA assim que soube que ia ser preso. (Não pode mais sair do país, já que a constituição não permite a extradição de brasileiros).

Ficou anos sem poder sair do Brasil, nem mesmo para acompanhar a seleção. Qual o objetivo ou propósito do capitão ao fazer essa inusitada e inacreditável publicidade?

MEDIDA PROVISÓRIA SOBRE AVIAÇÃO TÊM QUE SER APROVADA ATÉ AMANHÃ

É decisão para que empresas estrangeiras comprem até 100 por cento de empresas brasileiras. Isso vale também para aeroportos. É uma nova forma de doação, fartamente exercida por FHC. Mas se não for aprovada nestas 24 horas perde a validade.

A CORRIDA DO DÓLAR

Desde a semana passada, vem correndo dele mesmo. Chegou a 4,03, foi ontem a 4,12, rapidamente. Chegando ao fim, veio lentamente, a última venda foi a 4,10. Não é uma tragédia, o país exporta mais do que importa.

Tragédia mesmo, que atinge o Brasil todo, é a falta de investimento. 

E consequentemente o não desenvolvimento.

*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada citado o autor.