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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Dia da Diversidade Biológica lembra efeitos da negligência ambiental na segurança alimentar

Quarta, 22 de maio de 2019
Da
ONU no Brasil
Mulher vende toranjas asiáticas em mercado flutuante. Foto: Biodiversidade Internacional
Mulher vende toranjas asiáticas em mercado flutuante. Foto: Biodiversidade Internacional
A alimentação está se tornando cada vez mais homogênea no mundo todo, apesar do crescente acesso a uma ampla variedade de alimentos nutritivos. A advertência foi feita pelas Nações Unidas nesta quarta-feira (22), Dia Internacional para a Diversidade Biológica. A data lembra este ano os impactos da negligência ambiental na segurança alimentar e na saúde pública.

A biodiversidade na fauna e na flora no mundo – em termos de espécies, habitats e genética – leva a ecossistemas mais saudáveis, mais produtivos e mais capazes de se adaptar a desafios como mudança climática, segundo a ONU. A atividade humana está ameaçando o destino de espécies como nunca antes, de acordo com um novo relatório, divulgado neste mês.
O tema “Nossa Biodiversidade, Nossa Comida, Nossa Saúde” busca ampliar o conhecimento e a conscientização sobre o fato de que toda a vida depende da biodiversidade.
Em mensagem para o dia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou que “a qualidade da água que bebemos, dos alimentos que comemos e do ar que respiramos depende da saúde do mundo natural”. Segundo ele, a biodiversidade é essencial para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para responder à mudança climática.
Ecossistemas saudáveis podem “fornecer 37% da mitigação necessária para limitar o aumento da temperatura global”, disse ele, alertando que as “tendências negativas atuais na biodiversidade e nos ecossistemas devem enfraquecer o progresso em direção a 80% das metas dos ODS”.
“O atual sistema alimentar global está cada vez mais quebrado. Bilhões de pessoas não têm acesso a uma nutrição correta”, disse o chefe da ONU. “Aproximadamente um terço do que é produzido é perdido ou desperdiçado. As formas com as quais plantamos, processamos, transportamos, consumimos e desperdiçamos alimentos são as principais causas da perda de biodiversidade, enquanto também contribuem para a mudança climática”.
Guterres afirmou ainda que o desmatamento provocou a “perda de mais de 290 milhões de hectares de florestas, que ajudam a absorver emissões prejudiciais de dióxido de carbono na atmosfera”.
O secretário-geral da ONU instou todos os governos, empresas e a sociedade civil a “adotarem ações urgentes para proteger e gerir sustentavelmente a frágil e vital rede de vida em nosso único planeta”.

Como podemos ajudar?

Ao escolher comer apenas produtos da estação e locais, podemos garantir que a demanda pelos alimentos corretos esteja alta na temporada certa.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais de 90% das culturas tradicionais desapareceram. Além disso, mais da metade dos animais criados por humanos foi perdida e todas as 17 principais áreas de pesca do mundo estão sendo exploradas dentro ou acima dos limites sustentáveis.
A FAO também destacou que a biodiversidade agrícola é fundamental para lidar com a mudança climática e ajudar a remover carbono da atmosfera. A biodiversidade agrícola também ajuda a assegurar o futuro de diversas fontes de alimentos saudáveis e nutritivos.