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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 24 de maio de 2019

ONU: Delegados aprovam resoluções sobre cobertura universal na Assembleia Mundial da Saúde

Sexta, 24 de maio de 2019
Da
ONU no Brasil
Delegações participam de reunião da 71ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada no ano passado. Foto: OMS
Delegações participam de reunião da 71ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada no ano passado. Foto: OMS

Delegados da Assembleia Mundial da Saúde aprovaram na quarta-feira (22) três resoluções sobre cobertura universal, centradas em: atenção primária de saúde, papel dos profissionais de saúde comunitários e a reunião de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre cobertura universal de saúde, a ser realizada em setembro deste ano.
A primeira resolução requer que os Estados Membros tomem medidas para implementar a Declaração de Astana, que foi adotada na Conferência Mundial sobre Atenção Primária de Saúde em 2018.

A declaração reconhece o papel fundamental da atenção primária de saúde para garantir que os países sejam capazes de proporcionar toda a gama de serviços de saúde que uma pessoa precisa ao longo de sua vida, seja para prevenção ou tratamento de doenças, reabilitação ou cuidados paliativos.
A atenção primária de saúde significa que os países devem ter sistemas de saúde integrados e de qualidade, indivíduos e comunidades empoderados, envolvendo um amplo espectro de setores para abordar os determinantes sociais, econômicos e ambientais da saúde.
A resolução pede à secretaria da OMS que aumente seu apoio aos Estados-membros nesta área. A OMS também deve finalizar seu Marco Operacional de Atenção Primária de Saúde a tempo para a Assembleia Mundial da Saúde de 2020. O organismo internacional e outras partes interessadas têm a tarefa de ajudar os países a implementar a Declaração de Astana e mobilizar recursos para construir uma atenção primária sólida e sustentável.
A segunda resolução reconhece a contribuição feita pelos trabalhadores de saúde comunitários para alcançar a cobertura universal de saúde, respondendo a emergências e promovendo populações mais saudáveis.
Insta os países e parceiros a utilizar a diretriz da OMS sobre políticas de saúde e apoio ao sistema para otimizar os programas comunitários de trabalhadores de saúde e alocar recursos suficientes. Ao mesmo tempo, solicita ao Secretariado da OMS a coleta e avaliação de dados, monitoramento da implementação da diretriz e apoio aos Estados Membros.
Os trabalhadores de saúde comunitários desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados da atenção primária à saúde: falam os idiomas locais e têm a confiança da população. Eles precisam estar bem capacitados, ser supervisionados de maneira efetiva e reconhecidos pelo trabalho que realizam como parte de equipes multidisciplinares. O investimento nesses profissionais gera oportunidades de emprego significativas, especialmente para mulheres.

Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde

A última resolução sobre cobertura universal endossada pelos delegados apoia a preparação da Reunião Geral de Alto Nível da ONU sobre Cobertura Universal de Saúde, a ser realizada em setembro de 2019. O documento pede aos Estados Membros que acelerem o progresso rumo à cobertura universal de saúde com foco em indivíduos e grupos com menos recursos, vulneráveis e marginalizados.
A reunião de alto nível da ONU exigirá o envolvimento dos governos na coordenação do trabalho necessário em todos os setores para alcançar a cobertura universal de saúde. Os delegados identificaram as principais prioridades, como o financiamento da saúde, a construção de sistemas de saúde sustentáveis, resilientes e centrados nas pessoas, bem como o fortalecimento das forças de trabalho da saúde. Também enfatizaram a importância de investir e fortalecer a atenção primária de saúde.

Países discutem como aumentar confiança em vacinas

Delegações dos países participantes da 72ª Assembleia Mundial da Saúde compartilharam experiências e ideias sobre como aumentar a confiança nas vacinas e intensificar os esforços globais de imunização para preservar a saúde de todas as gerações. Este evento paralelo foi organizado pelos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Colômbia, entre outros países.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, disse que em todo o mundo, complacência, incompreensão e desinformação estão fazendo com que as taxas de vacinação diminuam, com resultados trágicos, apesar das vacinas serem seguras e salvarem vidas.
Por sua vez, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, manifestou o compromisso do país em alcançar uma alta cobertura de vacinação e restaurar a confiança na vacinação. “As vacinas podem ser o nosso ponto de encontro quando falamos sobre cobertura universal de saúde. É um tópico sobre o qual podemos concordar. As vacinas devem ser universais”, destacou.
A diretora de Saúde Pública do Canadá, Theresa Tam, explicou que seu país monitora continuamente informações falsas sobre a vacinação veiculadas na internet e que há uma infinidade de sites de origem desconhecida com esse tipo de conteúdo. Em conjunto com outras agências, como a OMS, o Canadá começou a trabalhar com plataformas de redes sociais, como o Twitter e o Facebook, para coordenar maneiras de neutralizar ou mesmo remover esse tipo de informação enganosa.