Quarta, 22 de maio de 2019
Por
Helio Fernandes*
Foi como tradutor do capitão para o encontro, (surpreendendo o ex-presidente George W.Bush, que não o convidou, mas teve que recebê-lo apenas por uma hora) voltou entusiasmado com a tramitação da
Nova Previdência. A estadia de 3 dias no Texas na auto-homenagem organizada e exaltada pelo capitão, influenciou e entusiasmou o poderoso super ministro.
Sem falar na obrigatória conversa entre os dois, 9 horas na ida, outras 9 na volta. É ou foi uma rara oportunidade de discordarem sem testemunhas, no aposento privativo, isolado e reservado para o capitão.
Alguma coisa positiva (?) aconteceu que transformou o ânimo do quase pessimista ministro da Economia. Antes de viajar: admitia que encontrava os mais diversos obstáculos para a aprovação do projeto, não
da oposição e sim dos que deviam apoiá-lo.
Nas duas vezes em que foi à Câmara, massacrado, se queixou: "Não apareceu ninguém para me ajudar ou defender". Teve que recorrer aos palavrões, e depois de 7 ou 8 horas a sessão, (na CCJ) teve que ser suspensa, o tumulto era terrível. Compareceu a segunda vez, no plenário, afirmou, não farei concessões".
Agora o ministro vem com outro discurso, não só dirigido aos deputados, mas também definindo o comportamento da coletividade: "A opinião pública apóia totalmente a reforma da Previdência". Não se
sabe como descobriu essa intenção, principalmente num momento em que as ruas, em massa, se manifestam contra o governo, (desgoverno) do capitão e de alguns ministros.
Guedes decidiu atender TODAS as exigências da Câmara, com apenas uma exceção: "Não abro mão, em hipótese alguma da ECONOMIA de 1 trilhão em 10 anos". Se encastelou na resistência nessa parte do projeto que, realisticamente é impossível de alcançar.
Pode até chegar à metade ou um pouco mais da famosa meta de 1 trilhão. Mas o país está completamente parado e paralisado, todos se voltam única e exclusivamente para a Nova Previdência. Nada existe a não ser essa farsa, "a reforma da Previdência salvará o Brasil da falência". O país corre o risco da recessão, mesmo ou apesar do surpreendente e inesperado otimismo do ministro, que finge comandar o espetáculo. Na verdade, Guedes só influência o capitão. Que não influência ninguém.
TUMULTO, CONFUSÃO, CONTRADIÇÃO, NA TRAMITAÇÃO DA NOVA PREVIDÊNCIA
Depois de tudo que foi publicado pelo ministro Paulo Guedes, "dono" do projeto, (que revelei e comentei) o secretário da Previdência, Rogério Marinho, afirmou exatamente o contrario: "Não haverá projeto alternativo, o que será votado é o enviado pelo governo".
Antes, o presidente da Comissão Especial e o relator, separadamente, aconselharam: "Deputados podem apresentar emendas e alterar o projeto. A Câmara é soberana". O governo (desgoverno) do capitão, mesmo socorrido por Guedes, tremeu e tentou negociar a tramitação e aprovação sem alteração do projeto que está na Câmara.
(Esse é o caminho para entendimento entre o Executivo e o Legislativo. Mas ninguém acredita na palavra do capitão. O que não é novidade na sua vida. (O Exército também não confiou, expulsou-o. As modificações propostas pelo capitão, são discricionárias, autoritárias, estão longe de parecer entendimento.
E provocam prejuízos para os mais desprotegidos e necessitados. Mais uma vez contrariando e contradizendo, o que o ministro Guedes se fartou de repetir: "Essa é uma reforma que acabará com os PRIVILÉGIOS".
A equipe que cuida da Previdência, se reuniu ontem, (presidida pelo próprio ministro) decidiu: "Se houver prejuízo, eles serão imediatamente compensados ou recompensados".
Esse é um conflito, por enquanto teórico e simbólico, entre o capitão, que confessou "sou totalmente analfabeto em economia, por isso estou dando completa autonomia ao economista Paulo Guedes". A autonomia desapareceu, ainda existe quem acredite que essa estapafúrdia, complexa e comprometida reforma, "economizará 1 trilhão". E mais grave e inacreditável: "Estão assumindo compromissos, com cálculos para serem executados em 10 anos".
Nesses 10 anos acenam com a criação de 8 milhões de empregos. Para compensar uma realidade. Hoje já são 14 milhões de desempregados e 30 milhões de subutilizados. Só nesse item, constatem o tamanho da farsa que tentam impingir ao país.
EXALTADOS E INTERESSADOS BOLSONARISTAS, E MODERADOS PARLAMENTARES DO PSL, CONVOCARAM MANIFESTAÇÕES NAS RUAS, PARA O DOMINGO 26
Mas estão assustados, arrependidos e tentando desmarcar o que programaram voluntariamente. O objetivo seria de responder aos alunos, professores, reitores, pais de estudantes que não concordam de modo algum, com a tresloucada atuação do super importante ministério da Educação.
Em menos de 5 meses de governo, (desgoverno) já foi nomeado o segundo ministro para o cargo. E em menos tempo já é tão impopular e desprezado quanto o primeiro, um colombiano que tomou posse com uma imbecilidade: "O nazismo e o fascismo, começaram como movimentos de esquerda".
O embaixador da Alemanha, que estava presente, respondeu logo: "Isso não é um erro, é uma besteira".
Demorou a ser demitido. Finalmente foi substituído por um economista sem qualquer credencial ou ligação com a educação. Em pouco mais de 1 mês tentou excluir do currículo o ensino de Filosofia e sociologia.
Não satisfeito, cortou 30 por cento das verbas das Universidades.
Com isso, intimado a ir ao plenário da Câmara, foi destroçado. Sucesso só nas ruas, na "manifestação dos 2 milhões que protestavam". (Só usam esses números).
Hoje, 22, ainda não confirmaram o "protesto-resposta" do dia 26.
Reunidos todos os dias, explicam, "pode haver interferência e conseqüência" que compliquem mais as coisas.
Existe uma forte tendência de excluir o domingo 26 do calendário das manifestações de protesto.
A ANAC RECEBEU PEDIDO LEGÍTIMO E AUTÊNTICO
No esdrúxulo, absurdo e estapafúrdio decreto aumentando de forma espantosa o número de pessoas que pode ter e transportar armas o capitão violou leis internacionais.
Permitiu que brasileiros entrem armados em aviões. Empresas estrangeiras oficiaram à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizando que proíbam passageiros de viajar armados. É absurdo e transgride a legislação, que é cumprida por todas as empresas aéreas.
A ANAC demora a responder. Não é difícil identificar a razão.
BOLSONARO TEM ATÉ HOJE, QUARTA, PARA RESPONDER AO STF SOBRE DECRETO DE ARMAS
Pode ser afirmação e recuperação do mais importante tribunal do país.
Assim que o capitão publicou o decreto permitindo a POSSE de armas e depois acrescentando o PORTE, a repercussão no STF foi a pior possível.
O plenário resolveu examinar a constitucionalidade, a desumanidade e a necessidade de permitir que MILHÕES (isso mesmo, o total é esse) de
cidadãos pudessem ter armas em casa, no trabalho, nas ruas, nos carros e até em aviões, o espanto foi total.
Feito o obrigatório sorteio, a ministra Rosa Weber, relatora, imediatamente oficiou ao capitão no Planalto, "exigindo" explicações, sobre o decreto e sua utilidade para a comunidade.
Ontem, por volta do meio dia, circulavam 3 versões ou rumores. 1- O capitão pediria prorrogação do prazo. 2-Defenderia que o presidente têm o direito de assinar decretos. 3-Tudo o que está no decreto, favorece o cidadão, andar armado é proteção maior para ele.
*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.