Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de maio de 2019

INTS, nova OS do Hospital de Bertioga, é destaque negativo na imprensa

Quarta, 22 de maio de 2019
Falhas no atendimento geram tisunami de reclamações; contrato é de R$ 32 milhões

Do Ataque aos Cofres Públicos com informações do Jornal Leia


Nem bem começou a atuar e a Organização Social de Saúde Instituto Nacional de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação na Gestão Pública (INTS), nova gestora do Hospital de Bertioga, já começa a ser destaque negativo na imprensa.

Falhas no atendimento terceirizado tem gerado uma quantidade enorme de reclamações, a despeito do alto valor do contrato: R$ 32 milhões.
Os usuários que buscam socorro médico no local, estão com os nervos à flor da pele com a demora no atendimento, conforme noticiou o Jornal Leia.
O veículo, que cobre as cidades do Litoral Norte paulista, relata que pacientes chegam a esperar mais de quatro horas para serem atendidos. A munícipe Adriana Moreira levou a filha Laura à unidade médica porque a menina estava com forte dor de cabeça e vômito.
“Na triagem foi avaliada no risco de urgência, mas só foi atendida quase duas horas depois. Estranhei a demora e quando fui me informar me disseram que a ficha dela havia desaparecido”, disse a mãe ao repórter Valmir A. de Barros.
Ainda de acordo com ela, as fichas de outros pacientes também desapareceram. “Os funcionários começaram a entrar na sala do médico, atrapalhando o atendimento, remexendo a mesa à procura das fichas”, revelou. “Gostaria de pedir aos administradores de Bertioga mais atenção. Nunca vi tanto tumulto, mesmo com a mudança de empresa aquilo está um caos e com saúde e vidas não se brinca”, advertiu.
Outra que foi ouvida pela reportagem foi Dalzira Munhoz, que relatou uma experiência dolorosa no hospital. “Deixar as pessoas à espera por atendimento por mais de quatro horas é o cúmulo. Eu fui uma dessas pessoas, cheguei lá às 21 horas e saí 1 hora da manhã. Não tenho reclamação da medica que me atendeu, ela fez o que pôde. O problema é que precisa de mais médicos. O hospital está passando por uma transição administrativa, pois que seja para melhorar, o povo está revoltado”, disse. “Quero deixar aqui minha indignação.”
Já o paciente Lukas André frisou nunca ter se deparado com tanto desrespeito com o povo que depende da saúde pública. “Uma calamidade. As mães chegando com filhos passavam mais de duas a três horas para serem atendidas. A saúde pública continua pior, infelizmente dependemos e queremos mudança nessa situação. O povo paga impostos caros para ser atendido com respeito. Precisa de organização”.
Desorganização também tirou a paciência de Marcia Santos. Ela contou que teve sua ficha desaparecida. “Cheguei às 14 horas e após duas horas fui atendida pelo ortopedista, quando fui tomar a medicação receitada por ele, mais demora. Fui saber o que havia ocorrido e me avisaram que minha ficha desapareceu. Pediram que eu fizesse outra e não consegui, fiquei até às 18 horas aguardando e nada foi resolvido. Fui embora sem tomar o medicamento”, revelou, para desabafar: “Esse hospital está um caos, funcionários sem nenhuma capacidade”, observou.
Poucas ambulâncias
O Jornal Leia ainda mostrou problemas com desfalque de uma das cinco ambulâncias que trabalham, também de forma terceirizada, no transporte de pacientes dentro e fora da cidade.
É que um dos carros acabou encostado após uma colisão. O responsável pelo Setor de Ambulâncias disse que já fez contato com a empresa contratada pela Prefeitura de Bertioga para ceder os carros, visando “colocar outra ambulância para rodar”. Todavia, o chefe do departamento não soube informar o nome da empresa que presta esse serviço para a administração municipal bertioguense.
Como resposta às reclamações o INTS argumentou, por meio de nota, que está realizando ajustes para melhorar o atendimento, por meio da implantação do Prontuário Eletrônico. Segundo a OS, com o sistema e com o cadastro do paciente, a triagem e o atendimento médico de forma eletrônica, o tempo médio de espera será reduzido.
“Nestes doze dias de implantação, o tempo médio de espera está dentro do esperado para um período de implantação e apresenta redução diariamente com a adaptação e qualificação dos profissionais operadores do sistema”.