Quarta,
28 de maio de 2014
Uma professora foi agredida, algemada e presa por policiais, que usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo
Jornal do Brasil
O Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) informou
que uma professora foi agredida e presa nesta quarta-feira (28) por policiais
militares, durante manifestação dos professores em greve. A categoria fazia uma
vigília, como combinado anteriormente, do lado de fora da prefeitura do Rio.
Dentro, acontecia uma reunião entre a secretária municipal de educação, Helena
Bomeny, e membros do Sepe. De lá, os profissionais partiram para a sede da
Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), em Santo Cristo. No caminho,
aconteceu a confusão que acabou resultando na prisão da professora, que foi
acusada de agredir um policial.
Segundo Marta Moraes, uma das coordenadoras do Sepe, a
professora agredida foi levada algemada para a 4ª DP e transferida para a 17ª.
Ela, professores e os advogados da instituição foram para o local. "O
policial disse que foi agredido, sendo que ela é que foi agredida, puxada pelo
cabelo e está com o braço todo machucado, porque foi algemada e depois
arrastada pelas algemas. A polícia está completamente despreparada para lidar
com protestos de categorias", criticou a professora, por telefone.
Ainda segundo Marta, a reunião na Prefeitura foi
infrutífera. "Não tivemos contra-proposta, não estava presente nem o
governador nem o prefeito, os chefes do executivo. Também não entregaram
planilhas de gastos nem impactos no orçamento, como havíamos pedido",
completou Marta.
A assessoria da Polícia Militar foi contactada para comentar
o assunto, e respondeu que "A professora foi conduzida para a 17
DP acusada de agredir um policial". A Secretaria Municipal de
Educação esclareceu, em nota, que recebeu hoje representantes do Sepe,
"dando continuidade ao processo de negociação iniciado antes da
deflagração da greve. Durante o encontro, a SME solicitou que fossem entregues
estudos técnicos e jurídicos que justifiquem cada item da pauta de
reivindicações da categoria". Ainda segundo a SMS, a próxima reunião
será agendada, pelo Sindicato, para a apresentação dos documentos solicitados.
Os grevistas reivindicam o cumprimento dos acordos
estabelecidos durante a última paralisação, que durou 70 dias. A categoria
alega que ainda não há 1/3 das aulas voltadas para planejamento de aula, não
houve redução de 40 para 30 horas semanais, controle quantitativo dos
alunos, nem revisão da matriz curricular. Além disso, eles pedem 20% de
reajuste.