Quarta, 28 de maio de 2014
Deu em campograndenews.com.br
Da
Polícia Federal, 160 homens vão
deixar
MS para reforçar segurança
na
Copa (Foto: Divulgação)
Com o desfalque de policiais federais, rodoviários e de
militares do Exército, a segurança na fronteira de Mato Grosso do Sul ficará
ameaçada e poderá ficar aberta ao crime, durante a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil.
Só da PF (Polícia Federal), de 30% a 40% do efetivo
sul-mato-grossense foi escalado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) para atuar na Copa. Da PRF (Polícia
Rodoviária Federal), 25,5% do efetivo vai deixar o Estado e postos de
atendimento correm o risco de serem fechados de 30 de maio até meados de julho.
Presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato
Grosso do Sul, Jorge Caldas alertou sobre o risco de a fronteira ficar aberta.
Segundo ele, hoje a categoria já enfrenta déficit, principalmente, na divisa
com o Paraguai e a Bolívia.
“O nosso efetivo já é pequeno e a retirada de policiais vai
fazer falta no policiamento preventivo e ostensivo na região de fronteira”,
afirmou Caldas, com convicção. De acordo com ele, hoje, atuam nas delegacias de
Corumbá e Ponta Porã 100 homens.
“Tirar de 30 a 40% para quem já tem pouco, é muito coisa”,
comentou. Além dos escalados para a Copa, o presidente do
sindicato frisou que há policiais de férias, de licença de saúde e de folga de 72
horas, após plantão. “Por isso, não tenho dúvida que a segurança vai sofrer
defasagem”, reforçou.
Conforme Caldas, cabe a PF atuar na repressão ao tráfico de
drogas e armas, no contrabando, no descaminho de mercadorias e no controle
imigratório. “Gente com mandado de prisão pode deixar o país durante a Copa”, alertou.
Por outro lado, o superintendente da PF em Mato Grosso do
Sul, Edgar Paulo Marcon, minimizou os efeitos do desfalque. “Não vai
prejudicar, há tempos estamos planejando isso e, ao contrário da PRF, não temos
atividades de policiamento, só de inteligência e investigação”, ponderou.
Marcon ressaltou ainda que a “Copa é um evento de todo o
Brasil e todo mundo tem que colaborar”. Ele informou ainda que 160 policiais do
Estado vão autuar no evento em Curitiba (PR) e Cuiabá. “Representa entre 30% a
40% do nosso efetivo”, detalhou.
O presidente do Sindicado dos Policiais Rodoviários de Mato
Grosso do Sul, Lúcio Nogueira, também manifestou preocupação com o desfalque na
PRF. Segundo ele, dos 450 profissionais, que atuam em 22 postos e 10
delegacias, 115 foram escalados para atuar na Copa. “Pode acontecer de
postos serem fechados”, afirmou.
A possibilidade, segundo ele, existe diante do déficit de
policiais rodoviários já existente no Estado. “O efetivo ideal era de 800
homens”, defendeu Nogueira.
Hoje, de acordo com ele, praticamente todos os dias ficam
apenas dois policiais nos 22 postos de atendimento. “Se ficar apenas um, fecha
o posto”, explicou, fazendo menção ao perigo de deixar um homem sozinho na
segurança.
Exército – Na segunda-feira (26), o CMO (Comando Militar do
Oeste), apresentará a equipe que saíra de Mato Grosso do Sul para reforçar a
segurança da Copa
em Cuiabá. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, “tropas de diversas
localidades de Mato Grosso do Sul, estão sendo deslocadas para apoiar a missão
em Cuiabá”.
Também serão transferidos “cães de guerra, usado para
farejamento, como o de entorpecentes”, além de viaturas equipadas.
De
manhã, o governador André
Puccinelli (PMDB) não escondeu a irritação com a defasagem na
segurança pública do Estado durante a Copa do Mundo.