Sexta, 2 de junho de 2017
Vladimir Platonow - da Agência Brasil
O Ministério Público (MP) do Estado do Rio requereu a prisão do
ex-governador Anthony Garotinho. O pedido foi feito ao juizado da 100ª
Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, onde corre processo contra
Garotinho por distribuição de cheques-cidadão na última eleição para
prefeito.
Garotinho havia sido preso em 17 de novembro do ano
passado e chegou a ser levado para o Complexo Prisional de Gericinó, em
Bangu. Porém, depois, conseguiu ser transferido para prisão domiciliar e
posteriormente foi colocado em liberdade pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), por meio de um habeas corpus.
O MP
alegou, no pedido de prisão feito ontem (1º), assinado pelo promotor
Leandro Manhães Barreto, que Garotinho estaria pressionando e
constrangendo testemunhas do processo, através de redes sociais, por
meio de um blog que ele mantém na internet. Além disso, o MP
sustentou que ele estaria insuflando sua militância, tendo inclusive
organizado um protesto em frente ao MP de Campos.
Por último, os
promotores citaram ameças de morte a uma testemunha de acusação,
Elizabeth Gonçalves, que teria relatado fato ocorrido no dia 31 de maio,
registrado na Polícia Federal. Por conta disso, pediu o MP “a
decretação da prisão preventiva do réu, eis que necessária e
imprescindível para a garantia da ordem pública e para assegurar a
instrução processual penal”.
Defesa de Garotinho
A
defesa de Garotinho manifestou-se em nota do advogado Fernando
Fernandes alegando que o promotor está desafiando o TSE ao pedir a
prisão de Garotinho e ressaltou que ingressou com exceção do juiz
substituto, Glaucenir de Oliveira, o mesmo que mandou prender garotinho
em novembro passado.
“Caso qualquer autoridade local se sinta
ofendida com as denúncias do ex-governador as mesmas têm o direito de
representar contra Garotinho e até mesmo processá-lo. Contudo, a Justiça
Eleitoral não é competente para proteger a honra de delegado da Polícia
Federal”, disse Fernandes.
A defesa frisou ainda que a
testemunha do processo, a radialista Elizabeth Gonçalves, que se diz
ameaçada em depoimento à Polícia Federal, já foi ouvida pela Justiça no
processo de Garotinho. “Portanto é descabida a declaração de suposta
ameaça”, alegou.
“Nos causa estranheza o Ministério Público
esperar a mudança do juiz, em razão das férias do magistrado Ralph
Manhães. É importante, destacar que o juiz Glaucenir de Oliveira está
evidentemente impedido, pois responde por denunciação caluniosa uma vez
que disse ter sido subornado pelo ex-governador”, alegou Fernandes na
nota.