Domingo, 31 de outubro de 2010
Eleições, dia de festa. Não, não é mais dia de festa. Com os candidatos que temos não dá para ter esperança, fazer festa.
Para presidente, dois candidatos se não iguais, semelhantes. Para governador do Distrito Federal a luta por dois grupos de poder sem diferenças perceptíveis.
Nas eleições presidenciais dois ajuntamentos de políticos com os mais semelhantes interesses. Uma chapa leva o DNA de um governo —o de FHC— que praticamente destruiu o Estado brasileiro, que entregou a preços irrisórios as riquezas brasileiras, incluídas aí as grandes empresas estatais. Do outro lado, um grupo integrado essencialmente pelos partidos e políticos que apoiaram o entreguismo do governo FHC —PMDB, PTB e coisas tais. Também Partidos que não participaram do governo FHC, mas que estão no grupo de Dilma, tiveram muitos e muitos integrantes metidos em lambanças de mensalões, sanguessugas, ambulâncias, e toda sorte de roubalheiras com o dinheiro público.
Dois grupos disputando a Presidência da República, mas sem programas, nem sequer apresentaram seus programas de governo. Um apresentou alguma coisa, mas depois retirou o documento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e só faltando três ou quatro dias para o segundo turno divulgou um troço, simples listagem de alguns pontos, como sendo programa. Um acinte à seriedade. Sem tratar dos juros, da dívida. Ficou no floreio, parece mais programa de grêmio estudantil de escola de primeiro grau.
Enquanto um desses grupos, o de Serra, com o apoio dos partidos que participam hoje do grupo “adversário”, fez leis que entregam o petróleo brasileiro. O outro grupo, apossando-se da Presidência do país continuou a realizar os leilões de bacias petrolíferas, leilões que caracterizam o mais descarado entreguismo. O pior, liderado esse processo pela na época ministra das Minas e Energia, a senhora Dilma Rousseff. Crítico da privatização, continuou o grupo privatizando o que restava, inclusive estradas e bancos oficiais. E a chapa de Dilma é a chapa de Dirceu. Ele mesmo, o José Dirceu.
São rigorosamente iguais.
Quanto ao Distrito Federal a coisa fica mais clara para o eleitor. Os dois grupos de sempre, o azul e o vermelho, estão disputando as eleições de hoje. No azul, a cabeça de chapa ficou com a mulher de Joaquim Roriz que foi quatro vezes governador de Brasília. Weslian Roriz lidera um grupo formado pelo que restou do segmento político que sempre esteve mamando nos governos de Joaquim.
No chamado vermelho, mas já não tão vermelho assim, o grupo do PT é acompanhado por um monte de gente que leva o DNA rorizista e arrudista. O próprio vice de Agnelo Queiroz, Tadeu Filippelli, sempre foi um rorizista, tendo nascido pelas mãos do “coroné” Joaquim. Fez-se politicamente ao passar pela antiga Shis (Sociedade Habitacional de Interesse Social), hoje Codhab, pela Secretaria de Obras do GDF nos governos do marido de Dona Weslian. Seus apadrinhados foram dirigentes da poderosa Novacap, que administra os contratos de obras do Governo do Distrito Federal. Quando do governo Arruda, Filippelli era arrudista deste criancinha.
No passado, de cima dos caminhões de manifestantes no trágico episódio da Novacap vinham as acusações de lideranças sindicais de que o hoje vice na chapa do PT era o responsável pelo que ocorria no local: o assassinato, pela PM, de um trabalhador da Companhia, e a perda, por tiros, dos olhos de dois outros trabalhadores. Hoje vemos esses mesmos líderes sindicais congratularem-se com o antigo inimigo. Parece que, para esse pessoal, tudo vale para se chegar ao poder.
Além do mais, junto com a chapa de Agnelo estão vários acusados no mensalão do Dem, o mensalão do Arruda.
Quanto a outra chapa, a de Weslian Roriz, dispensa comentários. É o rorizismo que não conseguiu, ou não quis, aderir ao outro grupo. E apresenta os mesmos pecados dos demais rorizistas.
Então? Votar como? Em quem?
Estou saindo agora para votar. Já sei como votar, tanto para presidente como para governador do DF. Não dá nem para tapar o nariz e votar em um ou outro.