Sexta, 31 de março de 2017
Imagem do arquivo do Gama Livre
Nesta manhã de sexta (31/3) apenas
dois pediatras estão de plantão no Pronto Atendimento Infantil (PAI)/Pediatria
do Hosptial Regional do Gama, o velho e maltratado HRG.
Criancinhas doentes classificadas
como de baixo risco, a tal fita verde, estão sem qualquer atendimento no local.
O atendimento para esse grupo, prometem, só para depois das 13 horas de hoje,
quando o quadro plantonista deve contar com três, e somente três, pediatras.
E à noite, o que está previsto para nossas crianças?
Fechamento de qualquer
atendimento às crianças.
Na escala “Equipe de Plantão —PS/31.03.2017” está registrado para a PS/Pediatria apenas dois
pediatras das 7 horas às 13 horas, três pediatras das 13 horas às 19 horas
e...tracinho, tracinho, tracinho, das 19 horas desta sexta (31/3) até às 7
horas de amanhã, sábado (1º de abril). Tá sabendo disso, Rollemberg? Se não
está, deveria.
Tenho que me conter para não
reproduzir aqui um desabafo de um pai, com seu filhinho nos braços, e que há
pouco saiu do Pronto Atendimento Infantil (PAI) do HRG. Palavrão bem próprio
para expressar a indignação de quem recorre à rede pública de saúde e vê sua
criancinha não ser atendida por falta de médicos.
Se quiséssemos enquadrar em um
hipotético Código Penal da Saúde a ação que foi a falsa “reabertura” do Pronto
Atendimento Infantil/Pediatria do Hospital Regional do Gama, a melhor
tipificação seria no artigo 171.
O chamado 171 envolve a sua
vítima. Com charme, papo fino, salamaleques, e promessas de ganhos. Promete o
paraíso.
No caso do 171 referente à
reabertura do PAI/Pediatria do HRG, qualquer malandro mestre em aplicar o 171
nas pessoas se sentiria humilhado, um trombadinha de pirulito de bebê.
Na pseudo abertura da unidade —em
início de março— a festa, os discursos, os salgadinhos, docinhos,
discursos, a placa descerrada anunciando a reinauguração de quase coisa
nenhuma.
Na festa, a garantia de que 23 ou
24 médicos (por que a depender na hora, o número anunciado variava) pediatras
garantiriam uma escala excelente de atendimento às crianças. Ledo engano. Ou
cinismo de alguns. E o pior, dos 23 ou 24 pediatras, todos de contrato
temporários, na semana passada restavam apenas 14. Os outros já haviam pedido o
boné (ou o jaleco?).
Quadro pequeno para uma demanda
grande de atendimento. E, possivelmente, influenciado por um outro fator, este
em apuração pelo Gama Livre, isso para confirmação ou negação.
Resumo do drama:
A reinauguração do PAI/Pediatria
do HRG foi mais um blefe do governo Rollemberg.
Ufa! Consegui chegar até aqui e
não reproduzir o desabafo do pai de uma criancinha não atendida hoje no HRG. Bom
para os ouvidos da minha meia dúzia de leitores. Mas quem sabe depois...eu
repita a frase.