Sábado,
30 de agosto de 2014
Helio
Fernandes — Tribuna da Imprensa
Os bancos estão livres para cobrarem o que bem entenderem.
Quem podia autorizar? O governo, lógico, que pode tudo. Para fingir que
controlam o “mercado”, estipularam esse limite que está no título. Vou repetir
para que fique bem claro: mais de 43 por cento, anuais.
E não é apenas no Brasil. A crise dos EUA, que começou em
2008, antes da eleição (e a posse de Obama) ainda arruína uma parte importante
do mundo. Como começou? Mais de 5 mil bancos imobiliários fizeram empréstimos
milionários, sem qualquer garantia, segurança. Para eles o que interessava era
o lucro e a certeza de que receberiam os milionários bônus anuais. O governo
teve que “socorrer” os bancos, que não perderam nada. Os cidadãos que “tomaram”
os empréstimos, perderam tudo incluindo os imóveis que compraram.
Os donos de
bancos roubam os próprios bancos
O presidente do BVA sofreu intervenção do Banco Central, O
fato só era conhecido pelo “mercado”. Agora, os repórteres David Friedlander e
Julio Wiziack, desvendaram tudo e desmascararam o presidente. E se chama Ivo
Lodo, que pelo nome não se perca.
Os repórteres esmiuçaram e desvendaram tudo. E constataram:
nos 5 anos em que BVA está sob intervenção, recebeu 277 milhões. Pagamento
feito por quem se não havia mais banco, presidência, serviços e prestar e
receber. Devia ser preso e mais importante: devolver pelo menos 277 milhões,
fora o resto.
A indenização
dos bancos saiu de pauta
Centenas de milhares de pessoas,
cidadãos-contribuintes-eleitores esperam suas indenizações. Alguns há quase 30
anos, foram roubados pelos Planos Sarney, Verão e Bresser e mais e mais.
Outros, menos tempo, 14 anos, Collor 1 e 2. Em qualquer país do mundo isso
exigiria ou provocaria providencias drásticas a favor dos prejudicados.
No Brasil é exatamente o contrário. Os bancos que
enriqueceram com o dinheiro da coletividade ganharam fortunas, não querem
pagar, e ainda fazem terrorismo. Retumbam e são apoiados por órgãos de
comunicação: “se tivermos que pagar o país irá a falência”.
Bancos
assaltantes e arrogantes
Não quero nem recorrer ao lugar comum atribuído a Lenine e
completando 100 anos: “assaltar um banco não é muito diferente de fundar um
banco”. Esses banqueiros que tem que pagar começam a colocar a dívida em 700
bilhões, por isso recorrem à ameaça da falência. Mas quando os processos chegam
ao Supremo, mais tranquilos, reformulam o pagamento das indenizações em 150
bilhões, não vão pagar mesmo.
O Banco
Santander: O melhor representante do sistema bancário
É irreversível, imperdível, inalienável, irrevogável,
inaceitável, falido no exterior, aqui bota banca.
Se julga tão importante, que hostiliza até o presidente,
mesmo ou principalmente mulher. O que o Santander falou sobre Dona Dilma, (nem
quero defendê-la), não pode ser colocado como “liberdade de expressão” e sim
como “abuso do poder”. Não dela, mas do banco, que controla, domina e comanda o
sistema e todas as suas vielas.
O Supremo
pediu vista das indenizações, quer dizer, não haverá pagamento algum
Esse interminável processo finalmente chegou ao órgão maior
da magistratura. Mas não foi nem será julgado. Nenhuma acusação aos ínclitos
magistrados, apenas acreditaram nos bancos através da Febraban, não querem a
falência do país. Não pediram vista para retardar a ação, consideram que a
queda da ação dos bancos, não servirá ao cidadão diretamente, ele será atingido
indistintamente.
A Punição ao
Santander e a outros
Esse banco não pode ficar impune. Na impossibilidade de
punir executivos, pelo menos a empresa tem que pagar. Nem é complicado. Basta
limitar a cobranças de juros, principalmente nos cartões de crédito, na
inadimplência forçada pelos juros colossais e no crédito especial.
Dona Dilma pode assinar um decreto “urgente-urgentíssimo”,
como está na Constituição, determinado: “Nenhum banco pode receber juros de
mais de 180 por cento ao ano”. Nessas três modalidades, chegam a ultrapassar os
250 por cento. Proibi-los já significaria uma boa ação.
PS- A Eletrobras, controlada pelo governo, deve muito à
Petrobrás. Controlada pelo governo, a Petrobras precisa receber com urgência.
Controlando o Banco do Brasil e o BNDS, Dona Dilma faz empréstimo à Eletrobrás,
para que pague a Petrobras.
PS2- Quem pagará aos bancos, controlados pelo governo? O
cidadão-contribuinte-eleitor, está ligeiramente desconfiado, que já pagou por
tudo isso. Agora pagará pelas dívidas. Com juros.
PS3- Um dos pontos que os adversários de Dona Marina irão
explorar: a participação na campanha dela, e de uma bilionária herdeira do
Itaú. Não sei como farão, mas é certíssimo que farão, estão desesperados.