Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Oposição às centrais sindicais domesticadas

Segunda, 31 de maio de 2010
No próximo sábado (5/6) será realizado em Santos, São Paulo, um Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), onde será aprovada a construção de uma nova central. Ela deverá unificar os membros do Psol —organizados na Intersindical— com os sindicalistas do PSTU, que hoje se encontram na Conlutas. A nova central de trabalhadores deverá contar também com a participação do MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade).
A nova central que será criada congrega setores dos movimentos sociais descontentes com o governo Lula e será oposição às candidaturas de Serra, Dilma e Marina.

Partido é res publica

Segunda, 31 de maio de 2010 
Por Ivan de Carvalho
     O PT da Bahia escolheu ontem Walter Pinheiro, o mais votado deputado federal do partido em todo o país nas eleições de 2006, ex-líder da bancada do PT na Câmara federal, candidato derrotado a prefeito de Salvador em 2008 e ex-secretário do Planejamento do governo Wagner para candidato a senador.
    Em votação de resultado incerto e não sabido, porque realizada a votação em ambiente vedado à imprensa e dispensada a contagem dos votos pela direção partidária, o PT da Bahia escolheu Pinheiro e assim extinguiu a candidatura do ex-governador e ex-ministro Waldir Pires, de 84 anos, sob a principal alegação de que na conjuntura atual o partido deve formar ou consolidar novas lideranças, um entendimento sustentado pelo governador Jaques Wagner e endossado pela quase totalidade da executiva estadual do partido.
    Abrindo um parêntesis. Konrad Adenauer foi o primeiro chanceler da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a governou durante 14 anos, até 1963, quando tinha 87 anos. Foi, durante todo seu período de governo, um dos principais líderes mundiais responsáveis pela barreira erguida na Europa contra o avanço do império totalitário da União Soviética. Um dos políticos mais eficientes do mundo no século XX.
    Voltando ao PT, a escolha de Pinheiro e a exclusão de Waldir eram esperadas, devido ao amálgama de forças que se formou, sob evidente estímulo do governador (surpreendeu não comparecendo ao evento), o que certamente determinou a atuação da direção partidária na mesma direção e mesmo a adesão à candidatura de Pinheiro de muitas lideranças que estiveram antes apoiando Waldir Pires e mesmo várias das que tiveram a iniciativa de lançar seu nome. Faltou firmeza ou sobraram interesses pessoais ou de grupos. Durante o processo, Waldir pedira “neutralidade” ao governador, mas seria uma fantasia dizer que foi atendido.
    Uma questão estranha a registrar é o fato de ter sido proibida a presença dos jornalistas no encontro petista, criado para substituir a eleição prévia proposta pelos waldiristas e rejeitada pela direção partidária. A imprensa não teve acesso aos discursos e ao “clima” do encontro. Até as informações sobre a forma de votação foram inicialmente desencontradas, esclarecendo-se, depois, que foi feita pela modalidade de “levantamento de crachás”, que não foram contados porque, em evidente maioria, os crachás dos 350 presentes não votaram em Waldir.
Impressiona que o presidente do partido, Jonas Paulo, haja justificado o caráter secreto do encontro como “uma praxe do PT” e comparado a situação à de “uma empresa que faz uma reunião” para decidir assuntos de seu interesse. Ora, empresa é ente de direito privado. Partido, no Brasil, é ente de direito público e, se busca os votos e a confiança do eleitor, não deve estar escondendo dele as decisões, sobretudo quando elas são importantes e miram o eleitorado, caso das candidaturas. Partido político é “res publica”, coisa pública, república. Espera-se que seja republicano, apesar das praxes.
Em tempo. Waldir disse ao governador, na sexta-feira, considerar essencial que houvesse a disputa no encontro para que os delegados tomassem posição. E ontem o ex-governador completou, falando ao blog Política Livre: “Não faria bem ao PT não realizar este momento hoje. Seria uma repetição de coisas do passado que eu não quero ver repetidas”, disse Waldir.
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Este artigo foi publicado na Tribuna da Bahia desta segunda.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Unafe ratifica à OAB que AGU deve desempenhar advocacia de Estado

Segunda, 31 de maio de 2010
do site da OAB
Brasília, 31/05/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, recebeu nota pública enviada pelo presidente da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), Rogério Vieira Rodrigues, por meio da qual a Unafe repudia os posicionamentos emitidos pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, acerca de questionamentos judiciais apresentados à Justiça Eleitoral em face de atos do presidente da República.
Em mensagem a Ophir, o presidente da Unafe reafirmou posicionamento já divulgado pelo presidente nacional da OAB, de que a AGU confunde o seu papel ao prestar uma advocacia em favor do governante, quando deveria desempenhar uma advocacia de Estado. A Unafe congrega membros da Advocacia-Geral da União.
A seguir a nota enviada pelo presidente da Unafe ao presidente nacional da OAB:
"A União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (UNAFE), entidade de classe que congrega membros da Advocacia-Geral da União, considerando os posicionamentos públicos do advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, quanto aos questionamentos judiciais apresentados à Justiça Eleitoral em face de atos do presidente da República - naturais num ambiente de disputa política, ontem, hoje e sempre - , mesmo reconhecendo seu empenho pessoal à frente da Advocacia-Geral da União, vem a público:
1) repudiar suas manifestações em favor de interesses eminentemente partidários (portanto, privados), por absoluta incompatibilidade com as funções constitucionais exercidas pela Advocacia-Geral da União. Tal postura acaba por forçar o cidadão-contribuinte a financiar a defesa judicial de atos ou ações de agentes do Estado, independentemente da necessária conexão com o interesse público;
2) lembrar que a Advocacia-Geral da União é Função Essencial à Justiça, responsável pela defesa dos três Poderes da República, pela viabilização das políticas públicas do Estado brasileiro e pela orientação jurídica aos governos que se sucedem, não comportando a tutela de interesses político-partidários (artigo 131, Constituição Federal);
3) registrar que, no âmbito dos Estados da federação e dos Municípios, as suas Procuradorias-Gerais não exercem a defesa pessoal de agentes públicos (inclusive dos respectivos governadores), sobretudo em temas de natureza eleitoral, cabendo aos partidos ou às coligações partidárias tal ônus.
A UNAFE reafirma à sociedade brasileira o compromisso dos membros da Advocacia-Geral da União - preocupados com a idoneidade da sua atuação - com a preservação dos valores e princípios do Estado Democrático de Direito em nosso País.
Rogério Vieira Rodrigues, Presidente da UNAFE"

Desafio da esquerda é se contrapor à norte-americanização das eleições brasileiras

Segunda, 31 de maio de 2010
do Correio da Cidadania
por Gabriel Brito e Valéria Nader
Com a disputa das eleições gerais se aproximando e tomando conta das discussões nacionais, o Correio da Cidadania entrevistou o sociólogo Ricardo Antunes, professor da Unicamp, que fez uma profunda análise do quadro que se projeta para o pleito de outubro. Para ele, a tarefa fundamental da desmantelada esquerda brasileira é a de evitar uma ‘norte-americanização’ de nossas eleições, diante da evidente polarização Serra/Dilma que se desenha.
No entanto, considera um grande obstáculo para tal objetivo a não formação de uma frente única de esquerda, tal qual se viu em 2006, que terminou com uma surpreendente votação em favor de Heloisa Helena. Defensor de uma candidatura unificada em torno de Plínio Arruda Sampaio, o autor de diversos livros sobre o mundo do trabalho considera um imenso retrocesso a pulverização da esquerda anti-capitalista em três candidaturas.
Tal situação, explica, evidencia a necessidade de um novo movimento de base, unificando e trazendo organicidade aos incontáveis movimentos sociais e de classe que não se enquadraram na conciliação lulista. Organizar trabalhadores e movimentos sociais de norte a sul do país numa única corrente é a tarefa que cabe aos partidos de esquerda no atual momento.
Antunes descarta completamente a hipótese de Marina Silva oferecer novos ventos ao debate político, visto que sua crítica ambientalista já se deixou enjaular nos limites dos interesses do capital.
A entrevista completa pode ser conferida a seguir.
Correio da Cidadania: Como analisa o cenário político que se desenha para as eleições gerais deste ano, mais especificamente no pleito presidencial? Como deverá ser travado o debate político?
Ricardo Antunes: Inicialmente, o quadro que se desenha é uma espécie de aproximação entre as eleições brasileiras e norte-americanas. Há uma norte-americanização de nossas eleições. A polarização entre Dilma e Serra se assemelha ao dualismo político-partidário existente nos EUA. Feito esse movimento, teríamos um processo que, de um lado, tem Dilma e seus aliados da esquerda à direita; de outro, Serra e seus aliados do centro à direita.
Nosso primeiro desafio é ter uma candidatura que faça o real contraponto à norte-americanização do processo eleitoral brasileiro. E essa alternativa só pode ser de esquerda, sem nenhuma ilusão, mas com coragem de tocar nos pontos fundamentais das mazelas da sociedade brasileira.
Correio da Cidadania: Sendo assim, que papel deveria caber às candidaturas de esquerda nesse pleito? O que seus candidatos e partidos, especialmente num espaço tão exíguo de tempo, deveriam tratar de transmitir à população?
Ricardo Antunes: É evidente que o processo eleitoral não pode ser entendido como o elemento decisivo, sendo os demais irrelevantes. Eu diria que o momento eleitoral será cada vez mais positivo e forte para as mudanças sociais de esquerda quanto mais estiver impulsionado e respaldado pelo movimento popular, de base, fundado nas forças sociais do trabalho, nas massas do campo e da cidade. É preciso reorientar o movimento, fortalecer uma organização popular, de modo que esta impulsionasse num futuro próximo um movimento político que pudesse ter mais conseqüência nas disputas eleitorais.
No momento, essa força popular não existe sob esses três partidos. A força popular hoje está com o MST. Mas se conseguirmos, ou conseguíssemos, fazer um contraponto, mostrando que não há possibilidade alguma de resolver as questões causadoras do flagelo e miséria do Brasil sob essa ordem, já seria um grande avanço.
E é possível relacionar questões imediatas, próprias da vida cotidiana, com questões mais gerais. Por exemplo: lutar, fortemente, pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salário. É uma questão muito importante, pois, a partir dela, se incluiria no mercado uma enorme parcela da população que se encontra desempregada. Aproxima a classe trabalhadora desempregada da empregada, mostrando que uma bandeira pode ser um grande ponto de unidade e aglutinação entre esses dois pólos da classe trabalhadora. E permitira perguntar: ‘Quem controla o tempo da minha vida? Quem deve controlar?’. E também questiona que tipo de sociedade somos, o que produzimos e para quê.
Ou seja, uma só bandeira, da redução de jornada, que aparentemente não toca nos pilares do metabolismo social do capital, pode ser decisiva no futuro. Não por acaso Marx, no volume 3 de ‘O Capital’, disse que a luta pela redução da jornada era decisiva para a luta emancipatória. Porque ele pensava o aqui e agora articulado com um projeto social de horizonte socialista.
A questão agrária é outro caso semelhante. A quem interessa o agronegócio, a agroindústria, o etanol, que escraviza ou semi-escraviza uma infinitude de trabalhadores que, no corte da cana, vivenciam as condições mais exploratórias e degradantes de trabalho? A quem interessa uma produção de commodities para exportação, eliminando a agricultura familiar, voltada à subsistência e alimentação das classes trabalhadoras? Elimina-se a agricultura familiar e introduzem-se os plantios de commodities ou mares de cana para etanol, prejudicando o solo, retirando alimentos da população trabalhadora.
Vive-se uma regressão neocolonial, pois estamos retornando a um passado de país agrícola. Neste momento, seria mais decisivo ainda colocar essa questão, pois podemos ser o país do agrobusiness essencialmente, isto é, uma dupla submissão.
Tais exemplos – de luta pela desconcentração de terra, contra o agronegócio, e pela redução da jornada – mostram que uma campanha alternativa contra a ordem pode partir de pontos imediatos.
Leia a íntegra da entrevista Desafio da esquerda é se contrapor à norte-americanização das eleições brasileiras

Aquilo na TV era só amostra

Segunda, 31 de maio de 2010
Reportagem de Lilian Tahan, no Correio Braziliense desta segunda (31/5), revela que aquela bolsa que vimos nas imagens feitas por Durval Barbosa não passava apenas de mais uma bolsa. A Polícia Federal encontrou, no dia da batida na casa de Eurides Brito, uma bolsa que não era a mesma das filmagens. Havia guardadinhas aí notas que somavam R$9,8 mil.
Além da bolsa, foi apreendida no maleiro do closet no quarto da deputada distrital uma caixa metálica abarrotada com notas de R$50 e R100. Também dólares.
Ao todo foram apreendidos no quarto da distrital mais de R$200 mil.
E a deputada distrital insiste que o processo para cassá-la é pura perseguição.
Segunda, 31 de maio de 2010
Além disso, sonegam-se informações essenciais, sobretudo na TV, que hoje dá a pauta comportamental do país. Sabe-se que José Serra é candidato, que Dilma Rousseff também o é, tal qual Marina Silva. Nada se diz, porém, do candidato Plínio Arruda Sampaio, que aos 28 anos de idade, em 1958, governou de fato o Estado de São Paulo (no auge da expansão) como coordenador do Plano de Ação do governador Carvalho Pinto. Depois, em 1963, deputado federal pelo Partido Democrata Cristão, relatou o projeto de reforma agrária, e por isso foi cassado e perseguido durante a ditadura.
Nesse tempo, Serra dirigia a UNE, Dilma era secundarista e Marina apenas uma criança entre os seringais. Mas o nome de Plínio não aparece nos noticiários nem nas pesquisas apresentadas aos eleitores, as quais se limitam aos “três principais candidatos”.
Quem define que são três? A característica da democracia é igualar os candidatos, nunca bani-los do conhecimento do eleitor.” (Flávio Tavares, jornalista e escritor, em artigo no jornal Zero Hora de Porto Alegre)

Cepal defende participação mais efetiva do Estado como regulador da economia

Segunda, 31 de maio de 2010

da Agência Brasil
Luciana Lima - Repórter

Brasília – A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) propôs hoje (30), durante a abertura do seu 33º período de sessões, em Brasília, uma participação mais efetiva do Estado como regulador da economia. A proposta consta do relatório A Hora da Igualdade. Brechas por fechar, caminhos por abrir. O encontro da Cepal termina na terça-feira (1º).

O documento, de 289 páginas, defende a adoção de medidas anticíclicas a serem adotadas pelo Estado em momentos de crise e o papel dos governos e dos bancos centrais de cada país no estabelecimento de parâmetros macros para atenuar os altos e baixos da atividade econômica, tais como a adoção de banda para o câmbio e política de juros e fiscal.

“Antes tínhamos o Estado gastando nos bons tempos e economizando nas crises. Foi um erro. O Estado, como regulador, é aquele que poupa em tempos de alta atividade econômica e atua como ativador da economia quando a inciativa privada não é capaz de dar respostas de forma eficiente”, explicou o coordenador da Divisão de Desenvolvimento Social da Cepal, Fernando Filgueira.

De acordo com ele, a proposta da Cepal em defesa de uma participação mais ativa do Estado na economia não surgiu depois da crise que atinge os mercados, principalmente da Europa e dos Estados Unidos há mais de um ano. Ele ressaltou que essa já era a ideia da comissão nas décadas de 1980 e 1990, quando se formou o chamado Consenso de Washington (conjunto de medidas formulado em novembro de 1989, baseado na economia de mercado e na redução da participação do Estado na economia). No entanto, Filgueira admite que a crise legitimou a posição da Cepal.

“Desde o Consenso de Washington já tínhamos consciência de que aquele não era o modelo único. Sabíamos que o mercado não podia ser a solução para todos os problemas. Tivemos que aprender com os anos de 1980 e de 1990 e é preciso reconhecer que a crise também nos ensinou. O que temos que reaprender agora é como o Estado tem que atuar para ser o regulador da atividade econômica e também para garantir igualdade e distribuição de renda”, disse Filgueira.

O documento aponta ainda o Estado como agente para diminuir a diferença entre pobres e ricos e garantir os direitos dos povos dos países latino americanos e caribenhos. “No âmbito político, o Estado tem um papel preponderante, ao qual não pode renunciar. Trata-se de velar por mais democracia e mais igualdade, duas caras da moeda política”, destacou a secretária executiva da Cepal, Alícia Bárcena.

Ela também falou sobre a necessidade de não se pôr em oposição a igualdade social e o dinamismo da atividade econômica. O desafio, segundo Alícia, é encontrar as sinergias entre as duas coisas. “O que sugerimos é que há a necessidade de crescer para igualar e igualar para crescer. No horizonte estratégico de longo prazo, igualdade, crescimento econômico e sustentabilidade ambiental têm que vir juntos.”

Trem do Pantanal

Segunda, 31 de maio de 2010
Almir Sater

domingo, 30 de maio de 2010

Candidato do Psol à Presidência dá entrevista ao Blog do Noblat

Segunda, 31 de maio de 2010
Colocar 20 milhões de pessoas comprando eletros nas casas Bahia enquanto seus filhos estão numa escola sucateada” é, para Plínio de Arruda Sampaio, candidato do Psol à Presidência, um exemplo de que “coisas boas na superfície escondem barbaridades na profundidade”.
Ele deu entrevista hoje (30/5) pelo Twiter ao Blog do Noblat. A postagem é das 17h12. Confira a entrevista

Encontro secreto

Domingo, 30 de maio de 2010
Em encontro secreto, onde a imprensa foi impedida de entrar, o PT da Bahia escolheu hoje (30/5) o deputado federal Walter Pinheiro como candidato do partido ao Senado nas eleições de outubro próximo. Os cerca de 300 votantes preteriram o ex-governador Waldir Pires, que não recebeu as graças do governador Jaques Wagner, ao contrário do que aconteceu com o vencedor.
Até às 15h34 de hoje nenhuma nota no site do PT da Bahia sobre o encontro.
Leia também a postagem logo abaixo

Cairá de pé

Domingo, 30 de maio de 2010
Cerca de 300 pessoas decidem hoje (30/5) em Salvador quem será o candidato do PT ao Senado. Uma vaga já está garantida na coligação liderada pelo partido. É de Lídice da Mata (PSB), deputada federal e ex-prefeita de Salvador. A luta dentro do PT será entre Waldir Pires e Walter Pinheiro.
Waldir é ex-governador baiano, foi ministro da Previdência de Sarney, mas escolhido por Tancredo Neves, que morreu antes de assumir a Presidência da República. O período que passou à frente da Previdência foi, talvez, o melhor período de tal ministério, sem que houvesse desequilíbrios nas contas. Waldir ocupou o cargo de Consultor-Geral da República no governo de João Goulart e foi a última autoridade do primeiro escalão do governo Goulart a deixar Brasília após o golpe militar de 1º de abril de 1964. Amargou longo exílio pelas suas posições políticas.
Exerceu ainda os cargos de ministro-chefe da CGU (Controladoria Geral da União) e de ministro da Defesa no primeiro governo de Lula.
Eleito governador da Bahia em 1986, assumiu em 1987, renunciando ao cargo dois anos e meio depois para em 1989 ser o vice-presidente na chapa de Ulisses Guimarães.
Waldir tem hoje 84 anos e a sua candidatura ao Senado tinha o apoio de um aglomerado de lideranças petistas da Bahia. Recebia o apoio de muita gente, e continua tendo o apoio da maioria da militância de base do partido. Mas não tem o apoio do governador da Bahia. Jaques Wagner (PT), o atual governador, preferiu o deputado federal Walter Pinheiro, candidato derrotado para prefeito de Salvador nas eleições de 2008.
Integrantes da Executiva estadual do PT e outras lideranças petistas, inclusive várias que participavam do movimento a favor da candidatura de Waldir, não resistiram ao assédio e a pressão do governador e da cúpula petista estadual. Foram cooptados.
O governador na última sexta-feira (28/5) chegou a interromper um evento a favor da candidatura de Waldir Pires, ao chamar o candidato para uma conversa no Palácio de Ondina, onde fez um apelo para que houvesse um consenso em torno da candidatura petista ao Senado. Este consenso significava a desistência de Waldir e a manutenção isolada do deputado federal Walter Pinheiro como aspirante à vaga.
O ex-governador Waldir negou-se a retirar a candidatura, mantendo-a ainda que ciente de não ter chances de sair vencedor na reunião petista deste domingo (30/5). Teria, e com relativa tranquilidade, se o partido realizasse prévias. Foi numa prévia em 2008 que Walter Pinheiro conseguiu ser candidato a prefeito de Salvador. Derrotou nas prévias, prévias que o PT se negou a fazer em 2010, o companheiro de partido Nelson Pelegrino. Na ocasião Pelegrino tinha maioria na direção do PT e possuía fortíssima influência entre os filiados do partido. Mas o governador Jaques Wagner atuou fortemente sobre a direção e sobre os filiados, o que deu a Walter Pinheiro uma vitória nas prévias, vitória apertadíssima,  mas uma derrota nas eleições para prefeito. Vitorioso nas prévias petistas, derrotado nas eleições por João Henrique, do PMDB.
Sempre leal aos companheiros, Waldir Pires, mesmo sofrendo o que tem sofrido nesse processo de definição de candidaturas, continuará leal aos seus princípios. Deverá ser derrotado dentro do seu partido. Cairá, mas cairá de pé, sem vergar a coluna.

Anunciação

Domingo, 29 de maio de 2010

Alceu Valença - Anunciação

sábado, 29 de maio de 2010

Sem resposta

Sábado, 29 de maio de 2010
O Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF ainda não recebeu as informações solicitadas ao presidente da Comissão de Ética, Agnaldo de Jesus, que é também líder do governo na Câmara. O MPDF quer saber o que a CLDF fez com os processos dos outros deputados e suplentes apontados como suspeitos de envolvimento no Mensalão do Demo em Brasília. Se nada estiver sendo feito de concreto pela CLDF (concreto na CLDF, não seria querer de mais?) o Ministério Público pretende entrar com uma ação judicial.

Época: Fim de linha para Bandarra

Sábado, 29 de maio de 2010
da Revista Época
Procurador-geral de Justiça no DF não consegue liminar no STF e será destituído do cargo no dia 7
Leonardo Bandarra pediu acesso aos autos integrais da investigação, mas a liminar foi negada pelo STF

O Conselho Nacional do Ministério Público se reúne no dia 7 para afastar o promotor Leonardo Bandarra do cargo de procurador-geral de Justiça do Distrito Federal. Bandarra e a promotora Deborah Guerner são suspeitos de receber propina nas investigações sobre o escândalo do Panetone. Na última terça-feira (25), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, promoveu uma reunião informal com os conselheiros quando foi resolvida a punição a Bandarra. A pedido de Gurgel, a sessão do conselho foi antecipada em um dia para que ele possa presidi-la. O procurador tem viagem programada para o exterior na terça-feira (8).
Bandarra soube da decisão e impetrou na quinta-feira (27) mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo acesso aos autos integrais da investigação antes de apresentar sua defesa. Se tivesse sucesso, a sessão do conselho teria de ser adiada. O ministro Gilmar Mendes indeferiu o pedido.
Conforme ÉPOCA publicou, o ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, delator do escândalo, em depoimento a procuradores da República, acusou Bandarra e Guerner de receberem um mensalão de R$ 150 mil do ex-governador de Brasília José Roberto Arruda (ex-DEM). A Polícia Federal e o Ministério Público investigam indícios que poderiam comprovar a denúncia de Durval Barbosa.

Eles não sabem

Sábado, 29 de maio de 2010
 Por Ivan de Carvalho
     Há verdades evidentes por si mesmas, diz a Declaração Unânime dos 13 Estados Unidos da América, aquele núcleo que em 4 de julho de 1776 emitiu o documento que ao mesmo tempo era uma Declaração de Independência em relação à Inglaterra e a carta-doutrina da mais importante Revolução política da história conhecida da humanidade. Digo Revolução política porque, caso se busque uma revolução muito mais abrangente, ela será encontrada – tenho certeza – nos Evangelhos.
    Mas, voltando ao começo, a Declaração Unânime dos 13 Estados Unidos da América afirma que os homens, criados iguais pelo criador, foram dotados de certos direitos inalienáveis, entre estes a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
    Aproveito, nesses tempos de tanta insegurança, mal que o povo debita aos Estados – porque estes têm as polícias mais visíveis, enquanto a União (brasileira) e seu governo parece lavar as mãos o tempo todo, numa espécie de malandra síndrome de Pilatos –, para lembrar ainda que a Declaração fala na constituição de governos que pareçam ao povo convenientes para “realizar-lhe a segurança e a felicidade”.
    Bem, vê aí o leitor? A segurança também foi incluída. A segurança.
    Mas que segurança pode haver quando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aparece aos fotógrafos, abraçado ao colega da Bolívia, Evo Morales, e convida-o, rindo muito: “Vamos posar aqui; vamos fazer inveja no Serra”. E fez piada com o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que, na quarta-feira, afirmara que o governo da Bolívia “é cúmplice” do tráfico de cocaína para o Brasil. Morales, já de mãos dadas com Lula, também riu, mas nada falou.
    José Serra, do PSDB e o principal candidato da oposição a presidente da República, na quarta-feira, respondendo a perguntas de jornalistas, afirmou que o governo boliviano faz “corpo mole” ao permitir que “de 80% a 90%” da cocaína que entra no Brasil venha “via Bolívia”. E Serra explicou: "É um problema de bom senso. Você acha que poderia entrar toda essa cocaína no Brasil sem que o governo boliviano fizesse, pelo menos, corpo mole? Eu acho que não", definindo sua avaliação sobre a conivência do governo boliviano de Evo Morales com o tráfico de drogas para o Brasil como “uma análise”, ressalvando: “Eu não fiz uma acusação”.
    Claro que não fez, nem podia, pois não tem o controle da Polícia Federal para conseguir as provas. Tem, contudo, a evidência e a lógica a seu lado. Morales foi eleito presidente como líder dos “cocaleiros”, os que cultivam a coca, matéria prima para a cocaína. Com os votos deles. Do antigo Império Inca, em toda a região pessoas guardam o hábito de mascar folhas de coca para se sentirem estimuladas e com “alto astral”. Para isto a natureza dá folhas suficientes, não precisa ninguém plantar. Os cocaleiros cultivam a coca para a fabricação da cocaína. E o presidente Evo Morales é o grande líder dos cocaleiros. E a Bolívia tem boa parte de sua economia baseada na lavoura de coca.
    Então, presidente Lula, o que significam suas cenas com Morales? E você, candidata Dilma Rousseff, porque fica tão brava com Serra se ele apenas fez “análise” óbvia e responsável, sobre tema tão relevante para a nação? Morales é um chefe de Estado e tal? É. Morales é o líder cocaleiro? É. E então? Não sabem disso o presidente e a candidata do PT? Vai ver, não sabem também que o crack é feito à base de cocaína.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Agnelo divulga nota sobre matéria publicada na revista Época

Sábado, 29 de maio de 2010

Leia a seguir a nota de esclarecimento divulgada ontem (28/5)

Nota de esclarecimento

Sob o comando do ex-governador José Roberto Arruda, que foi preso e renunciou ao mandato em razão das graves denúncias de corrupção que vieram à tona nos últimos meses, uma facção da Polícia Civil do Distrito Federal urdiu um suposto inquérito de investigação destinado a atingir a imagem pública de Agnelo Queiroz, pré-candidato do PT ao governo do DF.

Versões desse suposto inquérito, que na verdade é um procedimento investigatório ilegal e clandestino, produzidas sob o patrocínio de agentes públicos incompetentes, mas domesticados e adestrados por interesses subalternos para alcançar resultados manipulados, em claro desafio à Constituição Federal, começam a chegar à imprensa. O objetivo é interromper a ascensão de Agnelo Queiroz nas pesquisas de intenção de voto para governador.

A falsa investigação, escorada em métodos fascistas, moveu-se com desvio de finalidade ao forjar premissas inverossímeis. Agnelo Queiroz não foi investigado, nem ouvido e, mais grave, sequer indiciado pelo fajuto inquérito. Mas o objeto estava fabricado para que surgisse como protagonista.

Trata-se da tentativa de rescaldar denúncias velhas, que não estão amparadas nas auditorias que o Tribunal de Contas da União e a Corregedoria Geral da União empreenderam na gestão de Agnelo Queiroz no Ministério dos Esportes, a fim de tentar equiparar a biografia política do pré-candidato do PT e de seus aliados ao prontuário policial ostentado por nossos adversários.

O que está em curso nos intestinos da Polícia Civil do Distrito Federal, e que conta com a anuência de facção do Ministério Público do Distrito Federal, é um procedimento de destruição de reputações que guarda similaridade a atos de barbárie cometidos pelos fascistas. Um governador que foi preso e renunciou ao mandato para não ser cassado, seus sócios, asseclas, herdeiros e criadores políticos creem-se capazes de manipular procedimentos policiais, influenciar a imprensa e dirigir decisões do Poder Judiciário com o fim exclusivo de produzir uma vitória eleitoral destinada a lhes devolver o poder político na capital da República. Não conseguirão. Não voltarão. Resistiremos lutando com todas as armas legítimas da legalidade. Medidas judiciais e administrativas, verdadeiras e legítimas, em ambientes institucionais, serão movidas para que se punam os agentes que desconhecem as garantias constitucionais do Estado Democrático de Direito.

Agnelo Queiroz

Época: Golpes, ONGs e a mala de dinheiro

Sábado, 29 de maio de 2010
da Revista Época
Agnelo Queiroz, candidato do PT ao governo de Brasília, é acusado de receber R$ 256 mil desviados de programa do Ministério do Esporte

Murilo Ramos e Marcelo Rocha
O ex-ministro do Esporte e candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, terá um caminho duro até as eleições de outubro. Um obstáculo difícil será superar o adversário Joaquim Roriz (PSC), político popular que ficou quase 14 anos no poder e está na dianteira das pesquisas eleitorais realizadas até agora. Antes, porém, Agnelo terá de se defender de denúncias que o relacionam a desvios de verbas do Segundo Tempo, principal programa do Ministério do Esporte no governo Lula.
Uma investigação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal no início de abril, batizada de Operação Shaolin, prendeu cinco pessoas, apreendeu documentos e colheu depoimentos sobre o destino de quase R$ 3 milhões repassados pelo ministério a duas associações de kung fu de Brasília. O relatório final da operação compromete Agnelo com um golpe milionário e sugere o envio das informações ao Ministério Público Federal (MPF) para que a investigação seja aprofundada. Os desdobramentos do caso dirão se o ex-ministro terá condições de se livrar das graves acusações ou se ele aumentará a lista dos políticos de Brasília flagrados com a mão no dinheiro público.

ACUSAÇÃO
No inquérito, o delegado afirma que Agnelo “teria se valido da condição de ex-ministro” para ser favorecido pelo esquema de corrupção. Agnelo nega
ÉPOCA teve acesso ao relatório da Polícia Civil. “Os indícios preliminares colhidos sugerem que Agnelo Queiroz teria se valido de sua condição de ex-ministro do Esporte para se beneficiar de um suposto esquema de desvio de recursos pertencentes a associações que receberam verbas do programa Segundo Tempo”, afirma, no documento, Giancarlos Zuliani Junior, o delegado responsável pela investigação. A origem das irregularidades foi o repasse de R$ 2,9 milhões para a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak) e para a Associação João Dias de Kung Fu. O maior convênio, de R$ 2 milhões, foi assinado em 2005 pelo então secretário executivo da pasta e atual ministro, Orlando Silva, com a Febrak. A federação teria de desenvolver atividades desportivas com 10 mil alunos da rede pública de ensino enquanto não estavam em sala de aula. O segundo convênio, de R$ 920 mil, foi firmado com a associação em 2006, quando Agnelo não era mais ministro do Esporte. Segundo a polícia, as associações, presididas pelo policial militar, professor de kung fu e suplente de deputado distrital João Dias (PCdoB), se apropriaram de R$ 2 milhões dos convênios sem prestar os serviços combinados.
A investigação sustenta que as ONGs de Dias forjavam a compra de materiais que seriam usados durante as atividades com as crianças, tais como quimonos, jogos de xadrez, damas, varetas e alimentos. As associações teriam atuado em conluio com empresas que forneciam notas fiscais frias para driblar a fiscalização do ministério.

De acordo com a apuração da polícia, empresas de fachada cobravam 17% do valor das notas para emitir os papéis frios, sacar os recursos depositados pelas associações em suas contas e devolver o dinheiro para as ONGs de João Dias. Os investigadores afirmam que Dias desviou recursos para a compra de uma casa avaliada em R$ 850 mil para construir duas academias de ginástica e financiar sua campanha para deputado distrital em 2006.
Leia mais sobre “Golpes, ONGs e a mala de dinheiro

PF apreende meia tonelada de cocaína vinda da Bolívia no MS

Sábado, 29 de maio de 2010

do jornal O Estadão de São Paulo
Dois caminhões traziam droga na divisa com SP; apreensão é uma das maiores ocorridas no País

João Naves de Oliveira, especial para o Estado

CAMPO GRANDE - Na madrugada desta sexta-feira, 28, a Polícia Federal (PF) apreendeu no Mato Grosso do Sul (MS) dois caminhões transportando uma grande quantidade de cocaína procedente da Bolívia. Foi uma das maiores apreensões do gênero ocorrida até hoje no País.

Por enquanto a PF informa apenas tratar-se de meia tonelada. A droga está sendo pesada pela PF de Três Lagoas, região leste de MS, na divisa com São Paulo.

A maior apreensão de cocaína realizada até hoje no Estado aconteceu no dia 8 deste mês, em Miranda, região do Pantanal, quando um caminhão frigorífico conduzia 725 quilos do entorpecente boliviano, entre uma carga de 16 toneladas de carne bovina.

Construção

Sexta, 28 de maio de 2008
Chico Buarque - Construção

sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Mais uns 60 vão ser presos", diz Durval Barbosa

Sexta, 28 de maio de 2010

do jornal O Estado de São Paulo
Barbosa liga Rodrigo Maia a esquema de Arruda
Delator do 'mensalão do DEM' também diz que o deputado Filippelli, presidente do diretório do PMDB no DF, recebia R$ 1 milhão por mês

Rodrigo Rangel, Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O delator do "mensalão do DEM" do Distrito Federal, Durval Barbosa, afirmou ao Estado que o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), era um dos beneficiários do esquema montado pelo governador cassado José Roberto Arruda.

"O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda", disse Barbosa. Autor dos vídeos que levaram à queda de Arruda, de quem foi secretário de Relações Institucionais, Barbosa afirmou que a participação do presidente nacional do DEM é uma das vertentes da nova fase das investigações, com as quais colabora por meio de um acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal.

"O Ministério Público vai pegar", afirmou, referindo-se à suposta participação de Rodrigo Maia no desvio de dinheiro do governo do Distrito Federal. O ex-secretário também acusou o PMDB de receber pagamentos mensais do esquema de Arruda.

Barbosa conversou com o Estado na quarta-feira à noite, quando participava de uma festa para mais de 500 pessoas numa das casas de eventos mais badaladas de Brasília. Era a abertura de uma feira de noivas.

Fama

Acompanhado da mulher, Kelly, Durval circulou com desenvoltura entre os convidados. Depois de passar meses fora de Brasília sob proteção da Polícia Federal, o ex-secretário, agora com pose de celebridade, tenta voltar às rodas sociais da capital federal.

Camiseta Versace sob o blazer bem cortado e ostentando no pescoço um vistoso pingente de ouro com o nome da mulher, o ex-secretário de Arruda passou pouco mais de duas horas na festa, sempre sob o olhar atento de dois seguranças armados.

A fama adquirida após tornar-se homem-bomba do escândalo que defenestrou Arruda do governo tem feito com que muitos o evitem: no período em que permaneceu no evento, Barbosa conversou com menos de dez pessoas.

Na mesma festa, estava o presidente do DEM no Distrito Federal, senador Adelmir Santana. Razão para constrangimento? Para Barbosa, não. "O constrangimento é de quem roubou", disse.

A metralhadora do delator do mensalão candango segue ativa. Além de disparar contra o presidente nacional do DEM, Barbosa afirmou que dirigentes do PMDB se beneficiavam do esquema de corrupção montado no governo Arruda.

Cota mensal

O dinheiro, segundo ele, era entregue ao presidente do diretório do partido no DF, o deputado federal Tadeu Filippelli. "Filippelli recebia R$ 1 milhão por mês para o PMDB", afirmou Barbosa. "Inclusive tem um áudio sobre isso", emendou.

O ex-secretário se recusou a dar detalhes sobre os supostos pagamentos ao DEM e ao PMDB sob o argumento de que o acordo de delação premiada o impede de falar a respeito de assuntos sob investigação. Ele indicou, porém, que está contando o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Indagado sobre o que tem acrescentado às investigações da Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela PF em novembro passado, primeiro ele fez mistério. "Vem muito mais por aí", declarou. Depois, fez mais uma de suas profecias: "Mais uns 60 vão ser presos."

Bicho vale mais do que gente

Sexta, 28 de maio de 2010
"Bem, os medicamentos para uso humano, no Brasil, sofrem uma carga tributária de 35,07 por cento, carga que é totalmente repassada para o preço final ao consumidor-paciente. E haja paciência para agüentar isso sem quebrar as farmácias ou mudar os governantes. Medicamentos veterinários são tributados em 14,31 por cento, comprovando que o governo nos trata pior do que aos bichos ou morre de amores pelos donos dos bichos." (Ivan de Carvalho, em artigo hoje na Tribuna da Bahia, publicado também no Gama Livre)

Conquista para os portadores de coagulopatias hereditárias no DF

Sexta, 28 de maio de 2010
do site do MPDF
28/05/2010

O Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública do DF acolheu o parecer do MPDFT e deferiu o pedido de antecipação de tutela em ACP (nº 2009.01.1.137710-7) referente a coagulopatias hereditárias. Em sua decisão, o magistrado determina a aquisição de equipamentos, reagentes e coagulômetros para realização de exames laboratoriais e adequados diagnósticos; nomeação de servidores capazes de desempenhar suas funções no atendimentos de pacientes portadores de coagulopatias hereditárias; e a realização de processo de licitação para aquisição de fatores VIII e VII recombinantes e plasmáticos, a fim de evitar novos desabastecimentos e compras emergenciais.

A ACP promovida pela Associação dos Voluntários, Pesquisadores e Portadores de Coagulopatias/AJUDE-C contra o Distrito Federal tem por objetivo a implementação da política de assistência à saúde na área de coagulopatias hereditárias no DF e está embasada na persistente ausência e omissão do DF, por meio dos gestores de saúde, em cumprir com o seu dever de executar as ações e serviços de saúde na área em questão.

As coagulopatias hereditárias são doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de uma ou mais proteínas plasmáticas (fatores) responsáveis pela coagulação do sangue. Pacientes portadores de coagulopatias podem apresentar sangramentos de gravidade variável, espontânea ou pós-traumáticos, no nascimento ou ocasionalmente. A hemofilia é uma das mais comuns dessas doenças de coagulação. Os conhecidos irmãos Henfil, Betinho e Chico tinham hemofilia e contraíram o vírus da AIDS em uma das transfusões de sangue a que eram obrigados a se submeter periodicamente devido à hemofilia.

Apesar do insistente trabalho da 2ª PROSUS, por meio das Promotoras de Justiça Ligia dos Reis e Cátia Vergara, desde o 2º semestre de 2007, com a expedição de inúmeros ofícios, recomendação e propositura de assinatura de TAC aos gestores de saúde, a rede pública de saúde não implementou as medidas necessárias para o correto diagnóstico e adequado tratamento dos pacientes portadores de coagulopatias hereditárias no DF.

A ausência de diagnóstico diferencial por meio de testes laboratoriais vem prejudicando a saúde dos pacientes portadores de coagulopatias no DF, incluindo crianças, que acabam sendo submetidas testes terapêuticos, o que significa a utilização de diversos fatores até que se consiga a coagulação - tentativa de erro e acerto. Além de provocar o desperdício da utilização de fatores, também a saúde desses pacientes é prejudicada pelos danos causados pelas hemorragias.

Cátia Vergara, Promotora de Justiça que atua na ACP como custos legis, afirma que, além disso, a política de profilaxia primária aos pacientes com hemofilia adotada pelo DF vem se arrastando devido a má gestão e a falta de compromisso dos gestores de saúde que não fazem o devido controle de estoque e, em consequência, há constantes desbastecimentos e os pacientes ficam sem acesso aos fatores de coagulação que acabam sendo adquiridos sem a necessária licitação. Tal situação - compra emergencial, sem licitação, e itempestiva, do fator VIII recombinante, essencial ao tratamento dos portadores de hemofilia no DF - também está sendo objeto de outra ACP por ato de improbidade proposta pela 2ª PROSUS.

Passe livre é passe preso

Sexta, 28 de maio de 2010
Na Brasília da Pandora o passe livre dos estudantes tem demonstrado que é passe preso. Livre só quando o projeto foi aprovado na Câmara Legislativa e, mesmo assim, houve até a denúncia pública de um ex-senador e empresário dos transportes de que naquela época muitos distritais havia “prendido” uma boa grana.

O governador-tampax prometeu, mas o dinheiro, segundo a difícil Fácil, não foi depositado. Resultado, milhares de estudante e seus pais continuam vivendo a humilhante situação de não conseguirem abastecer o cartão. Imagine se não fosse Fácil.

Hoje, alunos e país devem voltar às ruas protestando contra a demagogia de um governo que diz que “Brasília vive um novo tempo”. Pode ser. Já que estamos em clima de copa do mundo, um novo tempo, um segundo tempo de paralisação. E não só nas áreas dos transportes públicos.

Responda com sinceridade: Alguma coisa hoje funciona bem no governo do Distrito Federal, incluída aí a CLDF? Ok, você acertou a resposta. Nada, absolutamente nada.

Não esqueçamos dos outros

Sexta, 28 de maio de 2010
Eurides está para cair do telhado. E os outros citados, e até gravados, vão ficar impunes? Vai continuar o jogo do faz de conta? Corta a cabeça de uma para salvar o pescoço de muitos outros?
Sexta, 28 de maio de 2010
"O mal do Brasil se chama impunidade. O Brasil não é mais corrupto do que outros países, mas é o país da impunidade" (senador Pedro Simon)

Morte matada e morte morrida

Sexta, 28 de maio de 2010 
Por Ivan de Carvalho
    As pessoas morrem de tiro. Inclusive delegados de polícia e chefes de Estado. Doenças também matam. E ambas as causas, além do sofrimento que provocam, frequentemente deixam as pessoas com seqüelas graves de saúde. Geralmente, as doenças matam mais. Fenômeno que se torna mais devastador quando ocorrem grandes epidemias.
Há situações, no entanto, em que há mais mortes de tiro. Ou de espadas, lanças, flechas, tacapes, machadinhas, facas e punhais. Sem esquecer queixadas de jumento e armas nucleares. No livro do Apocalypse, o último da Bíblia, são nomeados quatro exímios matadores, responsáveis pela eliminação de um terço da humanidade – a guerra, a fome, a peste e a saraiva.
Sobre a saraiva – “muito grande aquela saraiva”, por causa da qual os homens blasfemarão – a suposição principal é a de que será uma chuva de meteoros de até “um talento”, o que equivale a 40 quilos. Quanto à guerra, à fome e à peste, dispensam apresentação. Óbvio, no entanto, que na guerra estarão envolvidas armas nucleares, “no grande dia do Senhor, quando todos os ímpios queimarão como palha”, segundo profetiza Isaías. E a “peste” poderá ser uma referência às viróticas ou bacterianas, como poderá ser o efeito da radiotividade espalhada pelo conflito nuclear.
Cumpre avisar que outro terço da humanidade morrerá por outras causas, também discriminadas no mesmo e último livro da Bíblia. Mas não é o Fim do Mundo, somente o fim desta civilização. Um terço da humanidade sobrevive e construirá a nova civilização, deixa claro o livro do Apocalypse, palavra grega que se traduz por Revelação.
Bem, aí estão postas as questões da morte morrida e da morte matada. Ontem, assim como na terça-feira, escrevemos sobre insegurança pública, portanto sobre a morte matada. Aliás, para quem acredite no simbolismo aparentemente ingênuo da história de Adão e Eva, a primeira morte ocorrida na humanidade foi da modalidade morte matada – Caim matou Abel. Os governantes podem proclamar: não começamos.
Mas não é da morte matada que pretendo tratar hoje e sim da morte morrida. E das doenças. Para ser otimista, dos tratamentos e da cura. O que buscam os médicos e seus pacientes fazer, principalmente com medicamentos. Mas nem sempre a indústria farmacêutica busca a cura, que estanca o lucro, e por isto às vezes não é pesquisada ou é escondida, mas o tratamento permanente que lhe dá lucros até a morte do doente.
Bem, os medicamentos para uso humano, no Brasil, sofrem uma carga tributária de 35,07 por cento, carga que é totalmente repassada para o preço final ao consumidor-paciente. E haja paciência para agüentar isso sem quebrar as farmácias ou mudar os governantes. Medicamentos veterinários são tributados em 14,31 por cento, comprovando que o governo nos trata pior do que aos bichos ou morre de amores pelos donos dos bichos.
Aí, companheiro, vem uma candidata como a companheira Dilma Rousseff, com sete anos e meio de governo (ministra das Minas e Energia, depois ministra-chefe da Casa Civil e Mãe do PAC) e promete, em campanha eleitoral, que, se for eleita, vai trabalhar para reduzir (não diz em quanto) a carga tributária sobre os remédios. E sobre a energia elétrica, vejam só. Mas esse tempo todo que ela esteve no governo, nem se tocou. Se ela chegar ao governo cumprirá a promessa? Conclua você mesmo.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta sexta.
Ivan Lemos de Carvalho é jornalista baiano.

A Frase

Sexta, 28 de maio de 2010
"O horário político é o único momento em que verdadeiros ladrões ficam em cadeia nacional."

Luar do Sertão

Sexta, 28 de maio de 2010
Vicente Celestino

A Lua de Brasília também é linda. 
Foto: Gama Livre. Em 27/05/2010 às 22h41

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A insegurança, outra vez

Quinta, 27 de maio de 2008 
Por Ivan de Carvalho
    Na terça-feira, escrevi sobre segurança pública. Ou insegurança pública. Não dá mais para saber se o problema é o tradicional, de preservação da segurança, ou já mudou de paradigma e passou a ser de insegurança.
Ou talvez já seja até possível afirmar que o paradigma mudou mesmo, já não é a questão de segurança, mas de insegurança, segundo a percepção que a sociedade vinha adquirindo gradualmente e que nos anos mais recentes tornou-se comparável a uma alucinação.
Apenas, quando alguém tenta afastar esta alucinação para ver a realidade por trás dela, descobre que nada há de ilusão: é a própria realidade que se tornou alucinante.
Na terça-feira, escrevi sobre o desempenho da União (perdão, a ausência de desempenho) na questão da insegurança pública. A omissão absoluta, repugnantemente mal disfarçada com o até agora inócuo Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e a criação de uma ridícula e quase inútil Força Nacional de Segurança, cuja única “virtude” é poupar o governo federal de gastos e investimentos, pois a tal FNS é integrada por policiais militares estaduais eventualmente convocados pela União.
O artigo de anteontem examinava, também, a imensa responsabilidade da União na segurança pública e as posições a respeito dos candidatos do PSDB e do PT a presidente – José Serra e Dilma Rousseff. Marina Silva terá sua vez, quando revelar o que pretende a respeito.
Mas hoje somos forçados a descer do nível federal ao estadual pelo homicídio do titular da 18ª Delegacia, em Camaçari, o delegado Cleyton Leão Chaves. O aparelho policial do Estado foi posto em ação e polvorosa. Autoridades policiais – a exemplo do delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo – consideraram o assassinato um atentado contra o próprio Estado. E disseram – aí já abrindo espaço para duras contestações – que o Estado está preparado para o revide.
Se alguém se interessar, antecipo minha opinião: não está. Não está não. Porque não se preparou. E não digo isto sob forte e incontrolável emoção. Há vários anos venho alertando para a ausência de prioridade do Estado – e, obviamente, dos governantes – para a questão da segurança, perdão, da insegurança pública. O crime foi fincando suas raízes, não ligaram. A árvore do mal cresceu, espichou seus galhos. Satisfizeram-se com podas modestas e desordenadas. O crime se organizou e com ele convive, paralelo, o crime desorganizado.
 Para o líder da oposição na Assembléia Legislativa, não existem argumentos capazes de tirar o terrível significado dos dados oficiais da própria Secretaria de Segurança Pública, que, disse ele, registram mais de 14 mil homicídios na Bahia no período do atual governo.
Muitos eram registrados antes, mas nem tanto, há de admitir o líder. Mas não estamos precisando de soluções para o passado e sim para o presente e o futuro próximo. O longo prazo, aliás, de que tanto se busca falar, é outro departamento. Mas como está, até nessas lonjuras as coisas podem piorar.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quinta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Marina

Quinta, 27 de maio de 2010
 Dorival Caymmi
 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Deputada da bolsa diz que não renuncia e acusa Érika Kokay

Quarta, 26 de maio de 2010
A distrital Eurides Brito em entrevista coletiva, hoje (16/5), afirmou que não renuncia, mas que abandonará a vida política, não concorrendo nas eleições de outubro de 2010. Mas possivelmente ela terá que deixar o cargo de distrital antes do final do ano, pois deverá ser cassada nos próximos dias.

O relatório de Érika Kokay (PT) deve ser votado amanhã (17/5) na Comissão  de Ética onde se apura a quebra de decoro parlamentar de Eurides. Depois a distrital será submetida ao Plenário da CLDF, onde os 24 deputados têm direito a decidir o futuro daquela parlamentar apanhada enchendo a bolsa de dinheiro repassado por Durval Barbosa.

No desespero de continuar sem ser atingida pela cassação, Eurides mira a deputada Érika Kokay. Ela acusou a parlamentar petista, relatora da comissão, de ser “desonesta” por seu parecer não trazer o depoimento de Durval Barbosa, o cinegrafista de coisas erradas do Cerrado.
Segundo Eurides, Kokay retirou a parte do depoimento de Durval para preservar o PT, pois o depoente acusou o partido de possuir “pecadores”.
Se honestidade ou não de Érika, seria necessário que a CLDF apurasse as denúncias de Durval. Mesmo não sendo o foco da comissão que apura a quebra do decoro e falta de ética pela parte de Eurides, a CLDF está na obrigação de também desenvolver investigações para constatar ou não se há “pecadores” do PT, ou de qualquer partido, entre os distritais.

Só Jesus na causa

Quarta, 26 de maio de 2010
Vaga desde o início de abril, a Presidência da CPI da Corrupção —que teimam em chamá-la de CPI da Codeplan, apesar dos fatos que devem ser apurados por ela envolverem todo o Executivo e o Legislativo— agora tem um presidente.
Foi escolhido hoje (26/5) para presidi-la um ex-secretário de Arruda. Ele é Agnaldo de Jesus, que foi homem forte de Arruda. Ele dirigiu a Secretaria de Esportes. O vice presidente é o distrital Batista das Cooperativas, que teve seu nome ligado recentemente à utilização de servidores da Administração Regional de Águas Claras em organizações privadas controladas por ele. Os servidores foram exonerados após denúncia do Correio Braziliense. Depois, bem... Depois voltaram a ser nomeados pelo governo Rosso.
Paulo Tadeu, distrital do PT, continua como relator.
E a CPI nada ou quase nada produziu até agora, quase seis meses depois de criada. O parto está tendo complicações estranhas, muito estranhas. Espera-se a qualquer momento que a criança seja abortada.

Câmara Legislativa às moscas

Quarta, 26 de maio de 2010
Tem razão Roberto Gurgel, procurador-geral da República, pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a intervenção no DF. Hoje, quarta-feira (26/5), meio da semana, dia de trabalho. Para todos, menos para os deputados. Não houve quorum para a sessão que decidiria sobre 18 vetos do governador a projetos aprovados na CLDF.
Tem muito deputado que defende apenas dois dias de trabalho por semana. Para eles, para eles. É que em ano de eleições, com a imagem suja como está a CLDF, o esforço tem que ser muito grande para que o eleitor não rejeite os distritais que lá estão, melhor, que lá deveriam estar.
Quanto ao Executivo, todos nós sabemos. Parou há muito tempo. Enguiçou, não funciona. Morreu e não foi enterrado. A única coisa viva, e bota viva nisso, é o volume de gastos com propaganda.

Chagas: “Eu te engano e você gosta”

Quarta, 26 de maio de 2010
A sabatina dos três principais candidatos presidenciais na Confederação Nacional da Indústria apenas confirmou a semelhança entre a atual campanha e aqueles armazéns de tempos atrás, nas  cidades do interior, onde o freguês encontrava tudo o que quisesse. De fumo de rolo a açúcar, de sandálias a bananas, de tecidos a pregos,  cadernos e lápis – não faltava nada a quem se debruçasse nos balcões. (Carlos Chagas em sua coluna de hoje)
Leia Chagas na Tribuna da Imprensa

Delegado é morto por bandidos na Bahia

Quarta, 26 de maio de 2010
A violência na Bahia cresce a cada dia. Hoje foi a vez de bandidos assassinarem um delegado que levava sua mulher ao trabalho. O crime aconteceu numa estrada da Região Metropolitana de Salvador.  No momento da morte ele tinha parado o veículo para dar uma entrevista, por telefone, a uma emissora de Rádio. Ele foi morto por quatro homens que se encontravam num automóvel. O delegado, Cleyton Leão Chaves, era titular da 18ª Delegacia, em Camaçari. 


David ou Leônidas

Quarta, 26 maio de 2010 
Por Ivan de Carvalho
    A pretexto do aniversário do deputado Walter Pinheiro, do PT, quase todos os prefeitos petistas foram levados (eles não tomariam essa iniciativa por conta própria, dá para apostar) ao restaurante Barbacoa, lugar onde atuais oposicionistas costumavam se reunir sob uma saraivada de críticas e ironias dos petistas a respeito da sofisticação do local. Mas parece que os petistas estavam era com uma certa inveja, já que agora são fiéis freqüentadores. Além dos prefeitos, estava presente a maioria da comissão executiva estadual.
    Por tudo que se tem dito nos dias recentes, não seria sequer necessário, para se entender o real objetivo do almoço, que o blog Política Livre publicasse os nomes dos 15 dos 19 membros da executiva estadual que deram apoio à candidatura de Walter Pinheiro a senador, no confronto ora ainda existente com a candidatura do ex-governador e ex-ministro Waldir Pires, a quem os comensais se esmeraram em degustar, com requintes de canibalismo político.
Além dos 15 nomes citados pelo referido blog e dos prefeitos petistas, outras figuras gradas, ou graúdas, do governismo, estiveram lá dando seu apoio à candidatura de Pinheiro. Uma delas foi o ex-governador e candidato a vice-governador Otto Alencar. Do PT, cito apenas dois nomes, o suficiente para marcar com extrema precisão a posição da cúpula do partido e do governo: o presidente estadual do PT, Jonas Paulo e o coordenador da campanha do governador Jaques Wagner à reeleição, o prefeito de Camaçari Luiz Caetano.
Para completar, a assessoria do deputado Nelson Pelegrino, que aspirou à vaga para o Senado, mas na prática já entregara os pontos, emitiu nota, afirmando que Pelegrino comunicou ao governador Wagner e ao presidente do PT, Jonas Paulo, a retirada de sua pré-candidatura a senador. (Resolveu apoiar Pinheiro). A nota não diz se Pinheiro se comprometeu ou não com Pelegrino a não tentar concorrer à prefeitura de Salvador em 2012 e ficar pensando apenas na eleição de governador de 2014, naturalmente se for eleito senador em outubro próximo, o que muitos petistas dão como favas contadas. A nota não faz qualquer referência a essa questão, de modo que há ainda de ser investigado se Pelegrino se entregou ou negociou.
O governador não foi ao encontro, mas o coordenador de sua campanha, Luiz Caetano, deu o recado: “Iniciaria uma ‘reflexão’, caso fosse ‘o pessoal que está apoiando o nome’ do ex-governador Waldir Pires no PT para a mesma disputa” – isto é, em oposição ao deputado Walter Pinheiro. A palavra “reflexão” não foi posta aí por Caetano casualmente, mas como uma ostensiva ironia. Ante decisões ou situações complexas, Waldir Pires costuma dizer que é preciso fazer uma “reflexão”.
Ante o exposto e o que o espaço de que disponho não é suficiente para expor, minha conclusão é que Waldir Pires, com os seus 84 anos, a sua história de bravo e a sua biografia como uma pedra preciosa sem jaça, está entre ser David ou Leônidas. Se vencer, terá sido David. Se perder, terá obtido a inesquecível “derrota” de Leônidas, que em nada manchou, mas marcou indelevelmente na história a vitória do rei de Esparta.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quarta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Preta Pretinha

Quarta, 26 de maio de 2010
Os bons tempos dos Novos Baianos,
quando se pulava o carnaval de Salvdor livre de cordas e do esquema puramente comercial de hoje.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Militares perseguidos pela ditadura militar pedem pressa em processos de anistia

Terça, 25 maio de 2010

da Agência Brasil
Daniella Jinkings - Repórter
Brasília – O deputado federal Pedro Wilson (PT-GO) e representantes do grupo de militares perseguidos durante a ditadura militar (1964-1985) foram ao Ministério da Justiça reclamar da demora na tramitação dos processos de anistia. Durante reunião realizada hoje (25) com representantes do ministério, eles cobraram a conclusão das ações.

Para o deputado, os militares que foram cassados pelo AI-5 merecem o julgamento e o pagamento das indenizações. Segundo ele, os processos que tramitam pelo ministério já foram julgados, mas tiveram de voltar para revisão por conterem informações erradas.

“Eles [os militares] foram as primeiras pessoas processadas e cassadas no Brasil. Alguns com 80, 90 anos lutaram pelo Brasil e querem que esses processos sejam agilizados, senão eles vão receber isso depois da morte, o que já não interessa mais”, disse o parlamentar.

O representante da Associação de Defesa dos Direitos e Pró-Anistia Ampla dos Atingidos por Atos Institucionais, coronel José Wilson, afirmou que o número de processos sob revisão é muito pequeno e por isso, não há necessidade de tanta demora. “Queremos a conclusão de processos que estão parados”, declarou.

O presidente da Comissão de Anistia do ministério, Paulo Abrão, não participou do encontro, mas esclareceu que os processos têm tramitado normalmente. Segundo ele, alguns casos muito complexos ainda serão avaliados pela comissão.

“No caso dos militares, os processos dependem de instruções que muitas vezes não estão disponíveis. Os processos dos militares que pedem anistia são os que têm mais celeridade, 90% dos casos já foram resolvidos”, afirmou.

Abrão estima que existam cerca de 12 mil pedidos de anistia política esperando julgamento no país. Segundo ele, as ações de militares não chegam a um terço desse valor.

Brasília – O deputado federal Pedro Wilson (PT-GO) e representantes do grupo de militares perseguidos durante a ditadura militar (1964-1985) foram ao Ministério da Justiça reclamar da demora na tramitação dos processos de anistia. Durante reunião realizada hoje (25) com representantes do ministério, eles cobraram a conclusão das ações.

Para o deputado, os militares que foram cassados pelo AI-5 merecem o julgamento e o pagamento das indenizações. Segundo ele, os processos que tramitam pelo ministério já foram julgados, mas tiveram de voltar para revisão por conterem informações erradas.

“Eles [os militares] foram as primeiras pessoas processadas e cassadas no Brasil. Alguns com 80, 90 anos lutaram pelo Brasil e querem que esses processos sejam agilizados, senão eles vão receber isso depois da morte, o que já não interessa mais”, disse o parlamentar.

O representante da Associação de Defesa dos Direitos e Pró-Anistia Ampla dos Atingidos por Atos Institucionais, coronel José Wilson, afirmou que o número de processos sob revisão é muito pequeno e por isso, não há necessidade de tanta demora. “Queremos a conclusão de processos que estão parados”, declarou.

O presidente da Comissão de Anistia do ministério, Paulo Abrão, não participou do encontro, mas esclareceu que os processos têm tramitado normalmente. Segundo ele, alguns casos muito complexos ainda serão avaliados pela comissão.

“No caso dos militares, os processos dependem de instruções que muitas vezes não estão disponíveis. Os processos dos militares que pedem anistia são os que têm mais celeridade, 90% dos casos já foram resolvidos”, afirmou.

Abrão estima que existam cerca de 12 mil pedidos de anistia política esperando julgamento no país. Segundo ele, as ações de militares não chegam a um terço desse valor.

Ave Maria

Terça, 25 de maio de 2010
Bocelli

Crack da Bolsa começa na quinta-feira

Terça, 25 maio de 2010
Será na próxima quinta (27/5) a sessão da Comissão de Ética da CLDF que irá apreciar o relatório que pede a perda do mandato da distrital Eurides Brito, a da bolsa cheia de dinheiro. O relatório foi entregue hoje pela deputada Érika Kokay (PT) ao presidente da Comissão, Agnaldo de Jesus (PRB).
O relatório, se aprovado pela Comissão de Ética, será votado pelo Plenário, onde haverá a manifestação dos 24 distritais. Eurides deverá perder o mandato aí.
A CLDF, que anda com o prestígio lá no chão, tem agora uma oportunidade de pelo menos voltar a simular que está melhorando. É verdade que ainda tem um montão de distritais sob fortes suspeitas de irregularidades.
Terça, 25 maio de 2010
PAC é uma colagem de obras (Marina Silva)

OAB denuncia o emprego em massa de cabo eleitoral em cargos comissionados

Terça, 25 maio de 2010
do Site da OAB       

Brasília, 25/05/2010 - O presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Alberto de Paula Machado, afirmou hoje (25), durante entrevista,  que o exagerado número de ocupantes de cargos em comissão de livre nomeação no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas  e Câmaras de Vereadores de todo o País preocupa a OAB, "pois constitui grande fonte de corrupção, uma vez que esses cargos são ocupados hoje fundamentalmente por cabos eleitorais". Segundo ele, a entidade está estudando esse problema que representa, sobretudo em anos eleitorais como no caso de 2010,  uma grave distorção na estrutura do Poder Legislativo. "É o Estado remunerando a política de determinados partidos políticos e parlamentares, num claro desvio de finalidade, que fomenta a corrupção e a degradação da boa política", denunciou ele, ao cobrar medidas corretivas.

"É preciso acabar com essa prática hoje comum no país de designação por parlamentares, deputados federais, estaduais e vereadores, de cabos eleitorais para ocuparem esses cargos em comissão, remunerados pelo poder público", afirmou Alberto de Paula Machado. Ele foi presidente da OAB do Paraná, Estado em que o número de comissionados na Assembleia Legislativa, de cerca de 2 mil pessoas, é quatro vezes maior que o de concursados, de 516 servidores, e tem gerado grande discussão sobre a corrupção que isso propicia. "Precisamos ter regras claras limitando o número de cargos em comissão nas Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores, no Senado e Câmara Federal; isso é fundamental para que se tenha um processo de moralização da política, pois do jeito que está nós alimentamos esta grande distorção que é o inchaço da máquina pública e dinheiro público remunerando cabos eleitorais", disse ele.

Para o presidente em exercício da OAB Nacional, a solução do problema passa pelo estabelecimento de legislações estaduais limitando o número de cargos em comissão. "Entretanto, sabemos que dificilmente as Assembléias Legislativas terão iniciativa de proceder a essa limitação. Talvez, até seja o caso de fazermos estudo para saber se alguma medida judicial seria capaz de estabelecer uma limitação nesse numero de cargos em comissão porque a distorção é clara: cargo em comissão não é para ser provido por cabos eleitorais  como está acontecendo hoje".

Segurança, Serra e Dilma

Terça, 25de maio de 2010 
Por Ivan de Carvalho         
1. Recentemente, durante visita à Bahia, o candidato a presidente República da coligação PSDB-DEM-PPS e outros partidos, José Serra, assumiu publicamente o compromisso de, caso seja eleito, criar o Ministério da Segurança Pública e transformar o problema da insegurança na sociedade em uma das prioridades de seu governo. Escolheu a Bahia para o anúncio porque este é um estado em que o avanço da criminalidade, organizada ou não, mas habitualmente violenta, pode ser qualificada sem receio de exagero como alucinante. Último fim de semana, 22 homicídios na RMS, segundo o noticiário policial.
2. Em ocasião pouco posterior, o candidato tucano insistiu no assunto, assinalando o óbvio – que a criminalidade e a violência no Brasil são alimentadas principalmente pelo contrabando de armas e o tráfico de drogas, sendo, portanto, grande a responsabilidade federal, e que sem um envolvimento profundo e decidido da União o problema não será atenuado, muito menos resolvido, mas sim agravado. Deixou claro que é uma obrigação da União assumir, politicamente e com os meios de que dispõe, a liderança da luta contra a insegurança.
3. Lamentavelmente, já durante os oito anos do governo FHC o crime organizado e violento, que inicialmente fincou suas raízes no Rio de Janeiro sob a condescendência ou inação dos governos de Leonel Brizola, passou a expandir-se para outras áreas do território nacional com intensidade, embora em graus diferentes haja se espalhado por todo o país, quebrando os parâmetros anteriores de criminalidade. É claro que a rápida urbanização do país foi um fator fundamental para isto, mas os governantes (sempre com as tradicionais raras e honrosas exceções) não deram a mínima importância para isso nos seus programas de governo. Havia a convicção de que o grau de segurança pública acaba não influindo expressivamente nas eleições e, portanto, pode ser negligenciado.
4. Se já foi assim durante o governo de oito anos de FHC, com Lula vem sendo muito pior. Basta vez os números do começo do governo Lula e os de agora em relação à criminalidade e à violência e observar que o atual presidente foi tão omisso quanto seu antecessor num programa de combate ao crime. E que, assim, este acelerou seu avanço. Lula inventou o Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania), com o qual o leitor deve estar completamente familiarizado e sabedor de tudo que tal programa tem feito pela segurança pública. Perdoem a ironia. Inventou também a Força Nacional de Segurança, uma colcha de retalhos formada por grupos de policiais militares dos Estados, sem treino para isto, deslocados e postos, em emergências, sob comando federal. Uma idéia impressionante.
5. Dilma Rousseff, candidata do PT, já criticou o Ministério da Segurança Pública prometido pelo oposicionista José Serra. E não prometeu nada para compensar. A impressão é a de que pretende deixar tudo como está.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta terça.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Gama Livre informa: a Bolsa vai cair

Terça, 25 de maio de 2010
A cotação da Bolsa chegou ao seu menor nível de credibilidade junto aos deputados distritais. Ninguém mais dá um real pela recuperação da bolsa. Ela está caindo e vai continuar a cair. Fechará. Só milagre fará a Bolsa se segurar.

Eurides Brito, a da bolsa recheada de dinheiro repassado por Durval Barbosa —o cinegrafista de coisas erradas do Cerrado—, possivelmente nunca havia admitido a hipótese de um dia vir a ser cassada por falta de decoro parlamentar. Agora, nem ela mais deve acreditar em sua salvação.

Hoje (25/5) a deputada distrital Érica Kokay (PT) apresenta relatório à Comissão de Ética da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal), recomendando a cassação da distrital do PMDB. O relatório assinala as contradições da defesa de Dona Eurides e conclui pela eliminação da deputada do quadros de deputados distritais.

O pior, ou melhor, é que nem seus defensores —de Eurides— estão mais querendo se expor para salvar o mandato daquela apanhada enchendo a bolsa de dinheiro.

Na realidade, a eliminação de Eurides, Leonardo Prudente (o das meias) e Júnior Brunelli (o da oração da propina) fez parte de uma grande articulação dentro da Câmara. Cortavam-se os dedos para salvar as mãos. Pena que as mãos também estão podres.

De qualquer forma já é um avanço a cassação (se houver) de Eurides Brito. Para simular trabalho e recuperação ética, fugindo da intervenção federal, a CLDF deverá cassar o mandato parlamentar da professora Eurides.

Procuradora quer cassar Paulinho

Terça, 25 de maio de 2010
do O Estado de São Paulo
Parecer enviado ao TSE diz que deputado praticou abuso econômico ao receber doações de entidades sindicais, vedadas pela Lei eleitoral

Mariângela Gallucci / BRASÍLIA e Roberto Almeida / SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo

O Ministério Público Eleitoral afirma que o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, praticou abuso de poder econômico na eleição de 2006 e deve ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em parecer encaminhado ao TSE, a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, sustenta que, durante a campanha daquele ano, Paulinho recebeu recursos de entidades sindicais, o que é vedado pela Lei Eleitoral.

De acordo com o documento, DVDs e fotografias juntadas aos autos apontam para o uso de três carros e um caminhão de som de propriedade de sindicatos ligados à Força Sindical, central que o deputado preside.

Um dos veículos fotografados, de propriedade do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos de São Paulo, tinha adesivos da campanha de Paulinho. O mesmo sindicato teria disponibilizado o carro de som ao deputado.
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RIFA DO BURRO

Terça, 25de maio de 2010
Certa vez quatro meninos foram ao campo e, por R$ 100,00, compraram o burro de um velho camponês. O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte. Mas, quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:

- Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
- Então devolva-nos o dinheiro!
 - Não posso, já o gastei todo.
 - Então, de qualquer forma, queremos o burro.
 - E para que o querem? O que vão fazer com ele?
 - Nós vamos rifá-lo.
 - Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?
 - Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.
- Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os quatro garotos e lhes perguntou:
 - E então, o que aconteceu com o burro?
 - Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a 2 reais cada um e  arrecadamos 1.000 reais.
- E ninguém se queixou?
- Só o ganhador, porém lhe devolvemos os 2 reais, e pronto.

Os quatro meninos cresceram e fizeram uma plantação de arruda, fundaram uma empresa de informática, uma distribuidora de medicamentos e equipamentos hospitalares, uma agência de publicidade, uma construtora, tudo para “arrumar” contratos com uma certa unidade da Federação, além, claro, de umas cooperativas de transportes de microônibus, uma fábrica de bolsas, cuecas e paletós para deputados. Montaram até uma agência de leilões de parlamentares.

Eu, a viola e Deus

Terça, 25 de maio de 2010
Rolando Boldrin

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Candidato caô caô

Segunda, 24 de maio de 2010
Bezerra da Silva

Ladrão de cuecas

Segunda, 24 de maio de 2010
Seguranças de uma loja em Belo Horizonte prenderam nesta segunda (24/5) um ladrão de cuecas. Ele havia roubado 19 cuecas. Hummmm!

O suspeito foi levado para uma delegacia.

Aguarda-se a qualquer momento na delegacia alguém de partido político para soltá-lo. Isso é coisa de mensaleiro, ou nacional ou do Distrito Federal.

Já em Brasília o dono de "jornal' que "encuecou" um montão de dinheiro do esquema do Demsalão do Arruda continua solto. Isso é que é discriminação social.

Confirmação aparente

Segunda, 24 de maio de 2010
Por Ivan de Carvalho
    À primeira vista, a pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana, colocando José Serra e Dilma Rousseff em um perfeito empate – cada um deles com 37 por cento das intenções de voto – confirma as pesquisas feitas pouco antes, uma delas pelo Instituto Sensus e a outra pelo Instituto Vox Populi. Essas duas pesquisas colocaram o tucano e a petista em situação de “empate técnico”, o que representou um avanço de Rousseff, que antes vinha sempre em desvantagem.
    Mas a pesquisa Datafolha foi ainda melhor para a candidata petista do que as dos outros dois institutos citados. Pois, pela primeira vez, uma pesquisa coloca a candidata governista em vantagem num eventual segundo turno. Todas as pesquisas anteriores de todas as entidades que as fizeram davam vantagem ao oposicionista José Serra, do PSDB, no segundo turno. E vantagem confortável.
    Bem, mas então como é que o Datafolha, com seu empate de 37 contra 37 por cento das intenções de voto, confirma apenas aparentemente os resultados do Sensus e do Vox Populi, que oportunamente abordei aqui, pondo-os sob suspeita?
    Esta é uma resposta que não me parece difícil e que, aliás, foi dada, de um modo indireto, mas muito claro, por um dirigente do Instituto Datafolha. Disse ele que entre a pesquisa Datafolha de abril e a de maio, a que aqui nos referimos, houve apenas um fato importante capaz de alavancar as intenções de voto em Dilma Rousseff: a propaganda partidária do PT na televisão (e no rádio, que o dirigente do Datafolha não citou). O Sensus e o Datafolha fizeram suas pesquisas antes dessa propaganda.
    Essa propaganda gratuita, por imposição da legislação eleitoral, foi feita em um programa de dez minutos e em uma série de inserções na programação normal da televisão e do rádio. Devia ser apenas propaganda partidária, estando vedada por lei propaganda eleitoral.
Mas o PT entendeu, segundo reclamou a oposição, que “o crime compensa” – neste caso, como em alguns outros, como o dos dólares na cueca e o da violação ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo na tentativa de salvar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que, aliás, segundo notícias de ontem, deverá ser o chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, se ela for eleita presidente. E o PT gastou todo o tempo fazendo, sob o comando de Lula e Dilma, a propaganda eleitoral proibida.
Foi exatamente, segundo não só o dirigente do Datafolha como os políticos em geral, notadamente os da oposição (entre os governistas, muitos tentam alinhavar outras razões, evidentemente), essa propaganda ilegal que valeu o empate a Dilma, um empate que não existia antes de tal propaganda e que, portanto, pode-se supor que não deveria existir nos resultados do Sensus e do Vox Populi. Tão gentis para Dilma que negligenciaram as intenções de voto da outra mulher, Marina Silva, maltratada com sete e com nove por cento, e vingada pelo Datafolha, que lhe atribuiu 12 por cento.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta segunda.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

Agricultores familiares reafirmam compromisso com produção livre de transgênicos

Segunda, 24 de maio de 2010

da Agência Brasil
Lúcia Nórcio - Repórter

Curitiba – Os 3 mil agricultores que se reuniram durante quatro dias na 9ª Jornada de Agroecologia, em Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, divulgaram no encerramento do encontro carta-documento reafirmando o compromisso com o modelo agroecológico que defende o cuidado com a terra e a biodiversidade para colher "soberania alimentar”.  Eles se comprometem ainda a lutar por uma produção livre de transgênicos e sem agrotóxicos e por um projeto popular e soberano para a agricultura.

“A soberania alimentar do Brasil segue sendo resultado do trabalho da agricultura familiar camponesa, historicamente responsável por 70% do abastecimento da população e pela geração de grandes excedentes de alimentos exportados. Essa mesma agricultura familiar camponesa gera mais postos de trabalho no campo, mesmo preservando uma área de florestas maior que o latifúndio e usando uma área 200% menor que o agronegócio", diz o documento.

A carta responsabiliza o agronegócio por uma série de fatores prejudicais à agricultura. Segundo o documento, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo por causa do agronegócio. A carta diz que foram usados cerca de 790 milhões de litros de agrotóxicos na safra de 2008/2009, o que corresponde a mais de 3 litros por habitante no país. Além disso, afirmam os agricultores, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) tornou-se um balcão de negócios das empresas, liberando transgênicos sem qualquer rigor científico e desconsiderando o princípio da precaução.

O documento final do encontro reclama ainda do  bloqueio que a chamada bancada ruralista e a Confederação da Agricultura e Pecuária  (CNA) fazem há mais de seis anos ao Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 438, que propõe medidas de combate ao trabalho escravo no campo, entre elas a expropriação de propriedades que usam mão de obra escrava.

Outra denúncia é da contaminação genética das variedades de milho crioulo, convencional e agroecológico pelo milho transgênico, que, segundo a carta, foi constatada por pesquisa da Secretaria da Agricultura  do Paraná, "o que comprova a ineficácia da norma editada pela CTNBio e a impossibilidade de coexistência dessa tecnologia com outros sistemas produtivos”.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) comprometeu-se com os participantes da Jornada a transformar os mais de 400 mil hectares reformados no Paraná em terras de produção agroecológica, seja por meio de assistência técnica especializada.

A agroecologia faz parte da política de desenvolvimento dos projetos de reforma agrária conduzidos pelo Incra, diz o superintendente da autarquia no Paraná, Nilton Bezerra Guedes.  “A proposta é que os assentamentos sejam centros de produção agroecológica” , afirmou.

O assentado Antônio Rodrigues de Mello, de 53 anos, disse que participou de todas as  jornadas anteriores e que levou tudo o que aprendeu para as 107 famílias do assentamento de Diamante do Oeste. “Desde 2003 no nosso assentamento defendemos a agroecologia, embora seja ainda difícil convencer os mais antigos. No início, eles não acreditavam que dava pra plantar sem usar veneno.”

Segundo Mello, as jornadas são boas porque mostram aos agricultores práticas que dão e não usam agrotóxicos. "Assim, ficamos livres da dependência de produtos comercializados por grandes empresas.“

Para ele, a agroecologia é uma proposta de saúde. "Não adianta usar veneno para plantar e usar veneno para tratar a nossa saúde. Usamos a medicina alternativa, com remédios caseiros e homeopatia.”