Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Nota do Psol sobre renúncia de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara dos Deputados

Sexta, 8 de julho de 2016
1.    A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados era uma demanda de toda a sociedade brasileira. Manter um réu da Operação Lava Jato à frente do Legislativo brasileiro era uma anomalia que escandalizava a todos e expunha ainda mais nossa já cambaleante democracia. É graças a ele que o golpe que levou Michel Temer à Presidência da República, ainda que interinamente, tem chances de prosperar.

2.    A decisão do Supremo Tribunal Federal, que acolheu pedido da Procuradoria Geral da República de afastar Eduardo Cunha de suas funções à frente da presidência da Câmara dos Deputados, foi decisiva para sua renúncia. Mas também foi decisiva a mobilização de milhares de ativistas, mulheres, jovens, militantes dos movimentos sociais organizados, que desde o ano passado impulsionaram a campanha pelo #ForaCunha. O PSOL se orgulha de ter participado ativamente desde o início deste processo de mobilização popular contra o corrupto parlamentar.

3.    A renúncia de Eduardo Cunha, embora favorável por permitir a eleição de um novo presidente para a Câmara dos Deputados, não pode representar uma manobra para a salvação de seu mandato. A ação movida pelo PSOL demonstrou, com farta base material, que Eduardo Cunha mentiu na CPI da Petrobrás ao afirmar que não possuía contas na Suíça. Por isso, a luta contra os desmandos de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados só pode ter fim com a cassação de seu mandato.

4.    Mas não nos contentamos com isso. O PSOL exige que, comprovadas as inúmeras denúncias de corrupção que pesam contra Eduardo Cunha, ele responda criminalmente. Para nós, o lugar de políticos como Eduardo Cunha é a cadeia.

5.    Poderosas forças se movimentam para tentar salvar Eduardo Cunha. O governo ilegítimo de Michel Temer, principal aliado do ex-presidente da Câmara dos Deputados, se move para garantir que Cunha não tenha o mandato cassado nem seja preso, o que poderia revelar de forma ainda mais concreta as relações espúrias entre a cúpula do PMDB e a corrupção na Petrobrás.

6.    Além de perder seu mandato, Cunha deve pagar pelos crimes que cometeu. Por isso, a bancada do PSOL seguirá lutando contra qualquer manobra que possa resultar em absolvição no plenário da Câmara dos Deputados. Nesse sentido, o PSOL apresentará um programa de gestão democrática e transparente da Casa.

Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados
Brasília, 8 de julho de 2015