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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 30 de junho de 2017

HRG e HRSM: Contaminação a todo vapor

Sexta, 30 de junho de 2017

Do SindSaúde
Por Jurana Lopes
Lavanderia do HRSM está sem funcionar há mais de 30 dias e por causa disso, roupas estão se acumulando nos corredores do HRG
Há mais de um mês o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) está sem serviço de lavanderia. Desde que a empresa terceirizada NJ perdeu a licitação, no final de maio, as roupas sujas da unidade hospitalar estão sendo encaminhadas para outros hospitais da rede pública de saúde. A empresa que ganhou a nova licitação (TecLav) já deveria ter assumido, mas nunca apareceu no local para prestar o serviço.
Nas duas últimas semanas, todas as roupas sujas do HRSM têm sido levadas para serem lavadas na lavanderia do Hospital Regional do Gama (HRG). O que é contraditório, pois o serviço de lavanderia do HRG foi terceirizado pela Secretaria de Saúde, após eles alegarem que a caldeira pode desencadear uma explosão, e com isso oferece risco aos servidores.
“A lavanderia do HRG foi reformada há oito anos e possui um ótimo maquinário. Quando tentamos reativar a lavanderia aqui do HRG, a Secretaria alegou que a caldeira não tinha condições de suportar a demanda e por isso, a empresa terceirizada (NJ) deveria continuar fazendo o serviço. Se a caldeira não pode funcionar para lavar as roupas daqui podem funcionar para lavar as roupas do Hospital de Santa Maria?”, questiona um servidor que não quis se identificar.
Por causa da situação, as roupas estão sendo acumuladas em vários corredores do HRG. Além disso, a equipe, reduzida, da lavanderia está sendo obrigada a se sacrificar para dar conta de toda a demanda. Segundo denúncias, são apenas 26 servidores lotados na lavanderia do HRG, que se revezam em plantões de 12h.
Eles são responsáveis por recolher e ensacar todas as roupas sujas do Hospital do Gama, para que a empresa terceirizada leve para realizar o procedimento de lavagem. Depois de entregues limpas, os servidores separam as roupas de cada setor e realizam a entrega. De acordo com denúncias de servidores do local, além desse serviço, estão sendo obrigados a lavar toda a roupa suja do HRSM.
“Nossa equipe é muito pequena para uma demanda enorme. No início do mês, só traziam as roupas do HRSM nos finais de semana. Agora, há uns 15 dias, estão trazendo todos os dias, e, não damos conta de lavar tudo, porque é muita roupa. Por isso, estão acumuladas nos corredores”, denuncia.
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Caldeiras interditadas
Desde 2015, o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF), juntamente com a Superintendência Regional do Trabalho (SRTE-DF) têm realizado pareceres técnicos e interdições das caldeiras de alguns hospitais da rede.
Dentre as caldeiras que já foram interditadas estão a dos hospitais da Asa Norte (HRAN), de Ceilândia (HRC), de Brazlândia (HRBz), de Sobradinho (HRS) e do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). Os equipamentos foram interditados por estarem em péssimas condições de uso, oferecendo risco de explosão.
“Todos esses absurdos são resultados da falta de gestão e excessivos contratos com empresas terceirizadas: HRSM com serviços essenciais cortados. HRG com montanhas de roupas sujas. Trata-se de hospital, de roupa suja com risco de contaminação. É muito perigoso. Por que o governo não se programou para quando uma empresa saísse a outra assumisse? É porque é irresponsável”, afirma Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde.
Alegação da SES
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, o serviço de lavanderia do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) está temporariamente suspenso, por estar em fase de transição para a empresa que ganhou a licitação, mas não deu um prazo de quando o serviço será normalizado.
De acordo com a SES, até a retorno das atividades pela nova empresa contratada, as roupas hospitalares serão lavadas nos hospitais de Brazlândia e do Paranoá. Porém, afirmou que, emergencialmente, poderão ser lavadas no Hospital Regional do Gama (HRG), onde a caldeira funciona normalmente.
Questionada pelo SindSaúde sobre o funcionamento da lavanderia do HRG, tendo em vista que o serviço também é terceirizado, a SES alegou que a lavanderia do HRG funciona apenas em situações emergenciais, como agora, para dar suporte ao HRSM.
Veja mais fotos sobre a situação:
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