Sexta, 19 de maio de 2017
André Richter - da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou há pouco
a íntegra da delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista,
donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi. A medida foi
tomada após o ministro Edson Fachin homologar os depoimentos, firmados
com a Procuradoria-Geral da República (PGR). São cerca de 2 mil páginas.
As oitivas foram gravadas em vídeo.
Ontem (18), após retirar o sigilo dos depoimentos, o STF divulgou o áudio
gravado pelo empresário Joesley Batista em uma reunião com o presidente
Michel Temer. A prova faz parte da investigação que foi aberta contra o
presidente na Suprema Corte. Também foram citados os senadores Aécio
Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG), além da ex-presidenta Dilma
Rousseff e o ex-ministro Guido Mantega.
O áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa,
Temer e Batista falam sobre o cenário político, os avanços na economia e
também citam a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi
preso na Operação Lava Jato, por volta dos 11 minutos.
Em pronunciamento na tarde de ontem, Temer afirmou que não irá renunciar ao
cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado,
para que seja esclarecida. "Não renunciarei. Repito, não renunciarei",
afirmou.
Em seguida, em nota divulgada à imprensa, o Palácio do
Planalto informou que o presidente não acreditou na veracidade das
declarações de Joesley referentes ao suborno de um juiz e um procurador.
“O
presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O
empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar
vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do
Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do
Palácio do Planalto, em nota. "A expectativa do governo é que o STF
investigue e arquive o inquérito”, diz o comunicado.