Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

A
evolução da crônica policial judiciária tem representado para Brasília
uma peneira prévia dos nomes que tentam alçar o poder local.
Por Chico Sant’Anna
Quem pensava que as eleições de 2018 seriam um filé, já percebe que
vai ser um osso duro de roer. Antes mesmos da operação Panatenaico, que
levou presos os ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, o
ex-vice Tadeu Filippelli e que aguarda decisão do Supremo Tribunal
Federal para saber se faz o mesmo com o ex-governador tampão, Rogério
Rosso, vários atores políticos, que se consideravam na linha de frente
para a sucessão do Buriti, já tinham sido queimados pelas delações dos
irmãos Friboi. Se não vejamos:

PSDB
O PSDB, hoje o partido com mais filiados no DF, trabalha Izalci
Lucas. Izalci, que está inserido na dívida ativa de União pela
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional no valor de R$ 458 mil, tinha no
presidente nacional de seu partido, Aécio Neves um grande reforço.
Aécio, como se sabe, venceu o segundo turno das eleições em Brasília
contra Dilma Roussef. Mas foi afastado do parlamento e do PSDB em
decorrência das gravações de que havia pedido propina de R$ 2 milhões
aos irmãos Friboi. Com o líder máximo mergulhado nos escândalos de
corrupção, os Tucanos perdem a máscara que tentam construir de paladinos
da ética. Vale lembrar, que outro presidente do PSDB, o ex-senador
Eduardo Azeredo, foi condenado a 20 anos e dez meses de prisão por
peculato e lavagem de dinheiro no escândalo Mensalão Mineiro.

PMDB
Outro forte candidato era Tadeu Filippelli (PMDB), tido por muitos
como herdeiro do rorizismo e que pensava ter a caçula do clã, Liliane
Roriz (PTB) como sua vice. Por decisão do TRE-DF, ela já está inelegível
por 12 anos. Para Filippelli esta semana deve ter sido daquelas em que
jogam água na brasa do churrasco. Todos os sonhos viraram fumaça. Num
dia, seu padrinho, Michel Temer, cai nas páginas do noticiário policial e
noutro, ele mesmo é levado pra cadeia sob a acusação de receber
propinas das obras do Estádio Mané Garrincha. O esquema teria desviado
R$ 900 milhões da obra, segundo a Polícia Federal. Dependendo do
desfecho desse caso, em vez de se instalar no Buriti, o fará na Papuda.